Fatec de São José dos Campos desenvolve colete tecnológico para cães de resgate
Equipamento que permite o monitoramento remoto das condições de saúde dos animais durante o salvamento foi doado para o Corpo de Bombeiros, da Capital
- Data: 18/01/2021 11:01
- Alterado: 18/01/2021 11:01
- Autor: Redação
- Fonte: CPS
Cadela Hope participou de simulação no Parque Tecnológico para validar a eficiência do equipamento em ações de salvamentos
Crédito:Divulgação
O trabalho de super heróis dos cães de resgate em missões de salvamento pode contar agora com um aliado inteligente. Trata-se de um colete tecnológico, desenvolvido na Fatec de São José dos Campos, equipado com câmeras e sensores para monitorar a saúde do cachorro e o ambiente onde ele será inserido. O foco principal dos desenvolvedores deste sistema foi garantir a proteção do cachorro, por meio do monitoramento das condições físicas e emocionais, além de aumentar a eficiência das operações.
O projeto multidisciplinar envolveu conhecimentos das áreas das indústrias 4.0, de Automação e de Tecnologia da Informação e coordenação da professora Vera Lúcia Monteiro do curso superior tecnológico de Logística. No total, foram três anos de pesquisas realizadas por professores e estudantes dos cursos de Tecnologia da Informação e Logística, além de pesquisadores e docentes de outras instituições acadêmicas.
A tecnologia foi testada e aprovada pela cadela Hope da unidade do Corpo de Bombeiros no Ipiranga, zona Sul da Capital, e doada para a instituição. Um colete similar ao desenvolvido pela Fatec custaria cerca de R$ 20 mil no mercado, mas o custo de produção ficou bem abaixo desse valor por causa da colaboração de professores, estudantes e acesso aos laboratórios da Fatec.
O hardware e software embutidos no equipamento permitiram a comunicação e geolocalização. As equipes de salvamento conseguem monitorar os batimentos cardíacos, oxigenação, pressão sanguínea e temperatura corporal do animal mesmo quando ele está fora do campo de visão. Com base nestes dados, os monitores passam os comandos para o cachorro descansar, seguir ou retornar. “O monitoramento das condições físicas e de estresse do animal é fundamental porque para os cães a operação de resgate é uma brincadeira e por isso eles não têm limites”, explica Vera.
Mais inteligência e segurança
Outro dispositivo de segurança do colete tecnológico é o GPS que envia dados de localização geográfica e sinais de detecção de gases nocivos. As informações otimizam a operação de resgate porque evitam que os cães repitam percursos perigosos e também reduzem as ameaças de acidentes.
Além de programação, o desenvolvimento deste sistema demandou muita pesquisa. Os estudantes fizeram entrevistas com profissionais da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e veterinários. “Os alunos foram a campo para conhecer como funcionam as operações de resgate, quais são as atribuições dos cães e qual tipo de tecnologia responderia melhor às demandas dos desastres”.
Outras instituições estão entrando em contato com a professora para ter acesso à tecnologia. Além de resgate em acidentes, o equipamento pode ser utilizado nas operações de busca de drogas e bombas e inclusive ser adaptado para uso em outras espécies como nos cavalos, por exemplo. A inovação e criatividade desenvolvidas na Fatec criam soluções e podem inspirar novos usos.