Ferramenta permite que mulheres vítimas de violência denunciem o agressor pela internet
Pelo site da Delegacia Eletrônica é possível registrar Boletim de Ocorrência de forma remota para crimes que antes só podiam ser relatados pessoalmente
- Data: 25/11/2020 16:11
- Alterado: 25/11/2020 16:11
- Autor: Redação
- Fonte: Prodesp
Crédito:Depositphotos
Nesta quarta-feira (25) é celebrado o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, data que tem como objetivo combater e dar fim a qualquer tipo de agressão. Sensível à questão, a Prodesp – empresa de tecnologia do Estado – contribuiu no desenvolvimento da Delegacia Eletrônica, plataforma do Governo de São Paulo que facilita e incentiva o registro de ocorrências, incluindo as de violência doméstica.
A ferramenta, desenvolvida para a Secretaria da Segurança Pública (SSP), permite registrar Boletim de Ocorrência para uma série de crimes que antes só podiam ser relatados presencialmente, inclusive contra a mulher. Disponível a partir de qualquer dispositivo conectado à internet, o sistema proporciona maior comodidade e praticidade às vítimas, que não precisam mais se deslocar até os distritos policiais. Até o final do mês de outubro, o portal somava mais de 15 mil acessos. As ocorrências devem ser registradas no www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br.
“Para que possam contar com ajuda, é indispensável que as mulheres entendam as formas de violência e saibam que existem medidas protetivas. Qualquer tipo de violência pode impactar na saúde, no equilíbrio emocional e na autoestima. Independentemente de cor, raça e classe social, esse crime precisa ser combatido e cabe a nós, do poder público, buscar ferramentas inovadoras para ajudar e incentivar as mulheres denunciarem o agressor”, afirma André Arruda, presidente da Prodesp.
A discussão sobre violência contra as mulheres é importante para que, além de prevenir e punir, também seja possível erradicar esse crime. Hoje, há vários tipos de violência, além da própria agressão física, como a psicológica, que afeta diretamente o emocional e a autoestima; patrimonial, quando o agressor retira o dinheiro, roupas ou objetos de trabalho para tirar a independência da parceira; moral, quando diminuem a força das mulheres com mentiras, calúnias e ofensas; e até mesmo a sexual com abusos não consentidos.
De acordo com dados divulgados pela ONU Mulheres, em setembro, os índices de violência dispararam em todo mundo durante a pandemia do coronavírus. O Peru teve aumento nos desaparecimentos de mulheres, Nigéria e África do Sul registraram acréscimo significativo de estupros, e o feminicídio ficou em alta no México e no Brasil. Em nosso país, inclusive, foram contabilizados 648 casos de feminicídio no primeiro semestre de 2020, o que corresponde a um aumento de 1,9% se comparado ao mesmo período de 2019, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).