Butanvac: Tecnologia dos EUA, produção 100% do Brasil. “A vacina é brasileira”
Arquitetura científica da vacina foi toda criada nos Estados Unidos e licenciada gratuitamente para o Instituto Butantan por sua competência técnica e tecnológica
- Data: 27/03/2021 07:03
- Alterado: 27/03/2021 07:03
- Autor: Alex Faria
- Fonte: Estadão Conteúdo/CNN Brasil/Folha S.Paulo
Butanvac
Crédito:Governo do Estado de São Paulo
O Instituto Butantan informou que “a produção da Butanvac é 100% nacional, conforme anunciado“, que firmou parceria e tem “a licença de uso e exploração de parte da tecnologia desenvolvida pelo hospital Mount Sinai para obter o vírus” e que o “o uso dessa tecnologia é livre do pagamento de royalties e pode ser feito por qualquer instituição de pesquisa em qualquer parte do mundo”. “Contudo, não se tem uma vacina apenas com essa tecnologia de obtenção do vírus. Nesse ponto começa o desenvolvimento da vacina completamente com tecnologia do Butantan”.
Para tanto o Butantan informou que usará técnicas totalmente desenvolvidas no instituto nas etapas de “multiplicação do vírus, condições de cultivo, ingredientes, adaptação aos ovos, conservação, purificação, inativação do vírus, escalonamento de doses, estudos clínicos e regulatórios, além do registro“. “A Butanvac é e será desenvolvida integralmente no Brasil e o consórcio internacional tem um papel importantíssimo na concepção da tecnologia e no suporte técnico para o desenvolvimento do imunizante“. “a vacina é ‘brasileira e dos brasileiros’”.
A tecnologia apresentada nesta sexta-feira, 26, pelo Instituto Butantan como sendo 100% nacional e que é a base da vacina Butanvac foi desenvolvida no ano passado por pesquisadores do Instituto Mount Sinai, de Nova York. Ao menos três trabalhos foram publicados em revistas científicas por cientistas da Escola de Medicina Icahn do instituto sobre a vacina.
Os trabalhos descrevem tanto a vacina desenvolvida com um vírus inativo da doença de Newcastle (NDV, na sigla em inglês), um tipo de gripe aviária, como vetor para carregar a proteína do coronavírus Sars-CoV-2, quanto os testes pré-clínicos em animais.
O virologista Peter Palese, pesquisador principal do trabalho desenvolvido pelo Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai de Nova Iorque, informou ao jornal Folha de S. Paulo que realizou com sucesso experimentos com a vacina baseada no vírus da doença de Newcastle (NVD) e que iniciou testes de fase 1 da vacina no Vietnã e na Tailândia. Complementou que também tem um acordo com o Instituto Butantan para entrar em testes clínicos no Brasil usando o vetor de vacina NVD.