‘Todas as Melodias’: a emocionante história de vida e a potência da obra de Luiz Melodia
A vida e a obra de Luiz Melodia, que teria feito 70 anos em 2021, são apresentadas no sensível documentário “Todas as Melodias”, de Marco Abujamra
- Data: 15/07/2021 10:07
- Alterado: 15/07/2021 10:07
- Autor: Redação
- Fonte: Curta!
O cantor e compositor Luiz Melodia
Crédito:Daryan Dornelles
O filme — que, após passar por festivais, estreia com exclusividade no canal Curta! — mostra a trajetória do cantor e compositor através de um rico acervo composto por registros de seu cotidiano e de suas performances musicais, além de entrevistas com pessoas que conviveram de perto com o artista, gravadas exclusivamente para o longa. A narrativa é conduzida por sua esposa, a produtora Jane Reis.
Por meio desse olhar íntimo e afetivo, o público vai conhecendo a história de um artista completo. Negro e pobre, nascido no Morro de São Carlos, no bairro do Estácio — tema de uma de suas canções mais famosas —, Melodia enfrentou diversos percalços devido a sua cor e a sua origem, mesmo após o reconhecimento na carreira.
Conhecido pela originalidade e pela elegância de sua poética, além da potência de sua voz, Melodia tem sua vida por trás dos palcos revelada. Da mesma forma que condensava samba, blues e elementos da soul music, suas origens, seu temperamento, seus momentos difíceis e suas conquistas convergem em uma personalidade marcante e carismática.
O filme conta com a presença de artistas que o conheceram de perto ou que são grandes admiradores. Zezé Motta, Jards Macalé, Céu, Liniker, Arnaldo Antunes e Gal Costa participam, ora através de depoimentos, ora através de apresentações musicais de canções compostas por Melodia. Gal Costa, por exemplo, canta “Pérola Negra” e Arnaldo Antunes, “Magrelinha”. O longa traz ainda imagens antigas do poeta Waly Salomão, analisando e enaltecendo o estilo único do cantor.
Em uma das cenas de “Todas as Melodias” — produzido pela Dona Rosa Filmes e viabilizado pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) —, Jane Reis fala da ausência do marido, com quem fôra casada por 40 anos até ele falecer em 2017: “Não existe possibilidade de ele acabar. Ele segue de várias formas. Ele se transforma, como o Gil diz: vive em trigo, morre em pão”. A estreia é na Segunda da Música, 19 de julho, às 22h20, e a produção será disponibilizada na mesma data no Curta!On.
Os projetos e a vida do arquiteto Vilanova Artigas pelo olhar de sua neta
Considerado um dos maiores arquitetos brasileiros do século XX, o curitibano João Batista Vilanova Artigas (1915-1985), mais conhecido como Vilanova Artigas, deixou um legado icônico para a arquitetura nacional moderna. Em razão do centenário de seu nascimento, comemorado em 2015, sua neta, Laura Artigas, roteirizou o documentário biográfico “Vilanova Artigas — O Arquiteto e a Luz”, que dirigiu ao lado de Pedro Gorski.
O filme mostra o caráter visionário de vários projetos do arquiteto, seu engajamento no Partido Comunista e seu lado educador. Uma de suas criações arquitetônicas é a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, que se caracteriza por amplos espaços abertos. Um dos alunos daquela faculdade comenta, diante da câmera, que o próprio prédio serve como um excelente material de estudo. O estádio do Morumbi e a rodoviária de Jaú — com seus pilares em forma de flor — também são mostrados no longa, que conta com comentários de profissionais renomados como Paulo Mendes da Rocha, ex-discípulo de Vilanova Artigas. A exibição é na Terça das Artes, 20 de julho, às 22h15.
Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 19/07
22h20 – “Todas as Melodias” (Documentário)
Luiz Melodia tinha música até no nome. Nasceu no Rio de Janeiro, mais precisamente no Morro de São Carlos, no Estácio, no dia 7 de janeiro de 1951. Apesar de ter crescido no meio do samba, não era um sambista. Não rejeitou suas origens musicais, mas foi além. Assimilou uma musicalidade que absorvia vários estilos e criou uma forma muito particular de composição. O filme tem o ritmo e a força de sua poesia urbana. Através de shows memoráveis, entrevistas com pessoas importantes na vida do músico e contando com a participação do biografado de forma espontânea, apresenta a trajetória deste artista que carregava um estilo inquieto, elegante, sofisticado e carismático. Direção: Marco Abujamra Duração: 90 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 20 de julho, terça-feira, às 02h20; 21 de julho, quarta-feira, às 10h20; 24 de julho, sábado, às 14h15.
Terça das Artes – 20/07
22h15 – “Vilanova Artigas — O Arquiteto e a Luz” (Documentário)
O documentário remonta a trajetória do icônico arquiteto brasileiro João Batista Vilanova Artigas. Por meio das lembranças de familiares, amigos, ex-alunos, imagens de arquivo e visitas a seis de suas principais obras, a história de vida de Artigas é contada. Direção: Pedro Gorski, Laura Artigas Duração: 93 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 21 de julho, quarta-feira, às 02h15 e às 16h15; 22 de julho, quinta-feira, às 10h15; 24 de julho, sábado, às 22h05.
Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 21/07
22h30 – ” Banquete Coutinho” (Documentário)
“Banquete Coutinho” propõe olhar para os filmes de Eduardo Coutinho como uma grande obra indivisível. Teria um dos mestres do cinema brasileiro feito sempre o mesmo filme? A partir de um encontro filmado com o diretor em 2012 e vasto material de arquivo, o filme mantém acesas as inquietações do cineasta, falecido dois anos após dar essa entrevista. Direção: Josafá Veloso. Duração: 74 min. Classificação: 12 anos. Horários Alternativos: 22 de julho, quinta-feira, às 02h30 e 16h30; 23 de julho, sexta-feira, às 10h30; 25 de julho, domingo, às 20h50.
Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 22/07
22h – “Um Sonho Intenso” (Documentário)
Relato das transformações do processo socioeconômico brasileiro pontuado por interpretações de um grupo de economistas e historiadores que têm em comum o reconhecimento de que os avanços desde 1930 até os dias atuais não foram suficientes para eliminar algumas características fundamentais do subdesenvolvimento brasileiro. Direção: José Mariani. Duração: 102 min. Classificação: Livre. Horários Alternativos: 23 de julho, sexta-feira, às 2h e 16h; 24 de julho, sábado, às 12h20; 25 de julho, domingo, às 18h.
Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 23/07
21h30 – “Serras da Desordem” (Documentário)
Carapiru é um índio nômade que escapa de um ataque surpresa de fazendeiros. Durante dez anos, ele anda sozinho pelas serras do Brasil central, até ser capturado em novembro de 1988, a 2 mil quilômetros de seu ponto de partida. Levado a Brasília pelo sertanista Sydney Possuelo, ele vira manchete nacional e centro de uma polêmica entre antropólogos e linguistas quanto a sua origem e sua identidade. Direção: Andrea Tonacci. Duração: 136 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 24 de julho, sábado, às 01h30h;
Sábado – 24/07
17h30– “Matizes do Brasil” (Série) – Ep.: “Tarsila do Amaral”
Tarsila do Amaral, uma das figuras centrais da pintura brasileira e da primeira fase do movimento modernista no Brasil, é tema deste episódio. A artista, cuja obra carrega a ambivalência de influências europeias e da cultura popular brasileira, é tida como pioneira de uma nova arte nacional. Quem apresenta essas e outras perspectivas sobre o trabalho da artista são os estudiosos de sua obra Aracy Amaral, Agnaldo Farias e Sônia Salzstein. Eles partem de exemplos como “Autorretrato” (1923), “A Negra” (1923), “A Cuca” (1924), “Abaporu” (1928), “O Urutu” (1928) e “Antropofagia” (1929) para discutir sobre traços marcantes, originalidade ou exotização na obra de Tarsila. Diretora: Bianca Lenti. Duração: 26 min. Classificação: Livre.
Domingo – 25/07
19h50 – “Éramos Todos Loucos” (Documentário)
Os realizadores da comédia “Vai trabalhar, vagabundo”, de 1973, reveem e comentam, 40 anos depois, o filme-manifesto mais oblíquo, suingado e debochado dentre vários que aquela geração produziu contra a falsa moral e bons costumes do autoritarismo vigente. “Vai trabalhar vagabundo” criou para os censores da época uma dificuldade ao se verem diante de uma expressão da alma carioca, encarnada no genial personagem Secundino Meireles, o Dino, eternizado na interpretação de Hugo Carvana. O ator, formado na chanchada, dirigiu um filme emblemático, que representou o renascimento da comédia carioca, como seus amigos contam nos depoimentos gravados para este documentário, realizado pelos filhos de Carvana. Diretor: Pedro Carvana e Rita Carvana. Diretores: Pedro Carvana e Rita Carvana Duração: 49 min. Classificação: 14 anos.