Kizomba retorna ao calendário de Diadema: 20 anos de resistência

Orgulho. Luta. Resistência.  Estas foram algumas das palavras mais lembradas durante a abertura da 20ª edição do Kizomba, evento criado para promover as culturas afrodescendentes na cidade de Diadema. Não por acaso, o lema deste ano carrega essas três palavras, justamente num momento em que a população negra do país mais tem mostrado a sua força.

A volta da iniciativa ao calendário da cidade após um ano ausente em função da pandemia do coronavírus chega num momento bastante oportuno. E, se depender do primeiro dia, tem tudo para seguir nas próximas semanas despertando bastante interesse da população. A “reestreia”, ocorrida na noite de segunda (8), tornou-se verdadeira celebração da cultura negra, com apresentações e depoimentos bastante contundentes.

A Festa da Raça, como é conhecida, já virou tradição na cidade e contempla uma série de ações que recuperam a história do gênero criado em Angola nos anos 50 e que se transformou numa grande celebração da cultura africana pelo mundo. Oficinas, palestras, shows, exposições, apresentações culturais e religiosas estão agendadas para acontecer em várias partes de Diadema entre os dias 4 de novembro e 3 de dezembro. O evento é uma ação realizada pela Coordenadoria de Política de Promoção da Igualdade Racial, Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial e movimentos negros de Diadema.

Para Marcia Damaceno, coordenadora de Políticas de Promoção de Igualdade Racial, da Prefeitura de Diadema, a cerimônia de abertura foi “um dia de celebração, de vida, de resistência de todos os artistas que estão aqui hoje. Estamos resistindo num país que não quer cultura para o nosso povo. Temos um grande desafio: colocar o nosso Plano Municipal de Combate ao Racismo em prática”.

Também presente no evento, o prefeito José de Filippi completou: “Nós somos uma cidade que tem muito orgulho de fazer a promoção da igualdade racial e o nosso governo se colocar como vigilante para que não haja retrocessos e seja uma cidade boa para todos”.

,Quem também fez fala bastante incisiva em defesa da cultura negra foi a vice-prefeita e secretária de Assistência Social e Cidadania, Patty Ferreira. “Não tem como não levantar a bandeira da cor. Porque é isso que a gente quer. Se sentir minimamente equilibrado. A gente já tem a coordenadoria, tempos políticas públicas afirmativas. Diadema vai estar sempre à frente de muitas cidades se continuar neste caminhos”, concluiu.

Também estiveram presentes o secretário de Cultura, Deivid Couto, o presidente da Câmara, Josa Queiroz, e o presidente do Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Wilson Roberto Levy.