Uso de bike cresce, mas máscara é raridade
O trânsito de ciclistas na cidade de SP aumentou durante a pandemia, mas mesmo com o sistema hospitalar da capital próximo ao colapso, o uso de máscara ainda é uma raridade na ciclovia
- Data: 12/04/2021 17:04
- Alterado: 12/04/2021 17:04
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Uso de bike cresce e usar máscara é essencial
Crédito:William Cruz/VDB
Dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mostram que o primeiro trimestre deste ano teve crescimento de 22,8% nas passagens de bicicleta em três das principais vias da cidade.
Dois dos três pontos fixos de contagem da CET apontaram aumento nas passagens de bicicleta: nas avenidas Vergueiro e Gastão Vidigal, o movimento no primeiro trimestre aumentou 115,4% e 29% respectivamente. A única que apresentou diminuição no mesmo período foi a Faria Lima, de 24%.
De acordo com dados da Farah Service, que administra a Ciclovia Novo Rio Pinheiros, houve “aumento expressivo no fluxo de ciclistas”, que só neste primeiro trimestre já recebeu 230 mil acessos, o equivalente a 60% do total observado em todo o ano passado. Em nota, a empresa afirma que “os controladores de acesso, assim como seguranças e responsáveis, são orientados a solicitar o uso de máscaras” aos usuários, e que a mensagem é reforçada por placas nas entradas.
Cuidados
De acordo com a médica do esporte e presidente da Sociedade Paulista de Medicina Desportiva (SPAMDE), Ana Paula Simões, o uso de máscara durante a atividade física precisa ser monitorado com cuidado pela própria pessoa. “Quando começar a sentir muita palpitação e ficar cansado, dá uma parada, respira, pausa embaixo de uma árvore. Começou a sentir falta de ar, para.”
A médica afirma que modelos “respiráveis“, com furinhos, ou as máscaras com respirador (círculos na lateral) ajudam melhor na respiração, mas reconhece que os modelos são mais caros.
Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, alerta que a disseminação de partículas de suor e saliva pode ser maior durante a prática de esportes. “Faz bem pro corpo e pra mente, desde que com segurança. Pela atividade física, você tem uma respiração mais forte e elimina mais partículas de suor e saliva, que vão mais longe, até cinco metros – alcançam mais do que se você estiver andando“.
Rosana indica que algumas medidas a serem adotadas incluem escolher um horário com menos gente, manter o distanciamento e ir a locais com menos aglomerações.
Eliseu Alves Waldman, epidemiologista e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, aponta que, para quem sente falta de ar com a máscara, as cirúrgicas são a melhor indicação porque dificultam menos a respiração.
“Ao ar livre, o risco ainda é bem diminuído, ao contrário das academias, por exemplo. Mas precisa manter uma certa distância das pessoas”, diz.
Especialistas consideram máscaras uma barreira efetiva contra a propagação do novo coronavírus. Desde maio do ano passado, o uso da máscara é considerado obrigatório no Estado em espaços abertos ao público e no interior de estabelecimentos essenciais.
Dicas para pedalar na pandemia
– Horários alternativos: Procure horários alternativos e lugares isolados, onde não há fluxo de pessoas; a máscara é um fator importante de proteção durante a pedalada.
– Respirador: Dê preferência ao uso de máscaras de modelos com respirador na lateral e as chamadas “face shields”, de acrílico.
– Ritmo do exercício: Respeite o seu corpo e não tente fazer uma sequência muito elevada de exercícios.
– Condições ideais: Pedale mais devagar para não aumentar a frequência cardíaca e ficar ofegante. E evite pedalar durante o dia ou em altas temperaturas, quando o desgaste físico será mais intenso.