Associações de engenharia e transporte defendem projeto no Aeroporto de Guarulhos
Entidades pedem rápido início das obras ao Governo Federal
- Data: 02/02/2021 16:02
- Alterado: 02/02/2021 16:02
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
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As principais associações de empresas de transporte público e sustentável do Brasil enviaram no final de janeiro um ofício ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, no qual defendem o início imediato das obras de instalação do Projeto People Mover (APM) no Aeroporto de Guarulhos.
O People Mover é um sistema de trens elétricos de média capacidade previsto para integrar os três terminais de passageiros do aeroporto à Linha 13-Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) – e, portanto, à rede metroferroviária da Grande São Paulo. É um serviço adotado nos principais aeroportos do mundo.
O documento é assinado pelo presidente do Instituto de Engenharia, Eduardo Lafraia, e mais seis entidades, entre elas a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) e Associação Nacional de Transporte Público (ANTP). A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) também apoia o documento.
O ofício também foi enviado ao secretário de Aviação Civil (SAC), Ronei Saggioro Glanzmann, ao presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Juliano Alcântara Noman, e à presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes.
As entidades elogiam a decisão do ministro Tarcísio de Freitas, anunciada em novembro, de incluir o Projeto People Mover-APM no rol de obrigações contratuais da concessionária do aeroporto. Mas, apontam “algumas preocupações com recentes manifestações divulgadas na mídia, que tanto podem prejudicar o Erário quanto afetar todo o cronograma de modernização do acesso ao sítio aeroportuário, já bastante atrasado”.
“Cabe destacar a importância econômica e social do People Mover para o Aeroporto de Guarulhos, porta de entrada do país” – acrescenta o texto.
O documento menciona os vários efeitos positivos do atual Projeto People Mover para a engenharia nacional de transporte público de baixa emissão de poluentes e para a geração de emprego e renda entre profissionais qualificados. E conclui:
“Não é preciso sublinhar, também, a frustração que decorreria de novo adiamento na oferta de um serviço aguardado há muitos anos pelos passageiros da Grande São Paulo e tão relevante para a modernização do maior aeroporto da América Latina”.
O início imediato das obras do People Mover em Guarulhos interessa tanto ao governo federal quando ao governo paulista, além dos passageiros e funcionários do aeroporto.
No dia 28 de janeiro, o governador João Doria convocou uma reunião com o presidente executivo da concessionária do aeroporto, no qual fixou prazo até 31 de março para assinatura do contrato e início da instalação do modal. Dirigentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também participaram.
O People Mover completará a integração do aeroporto à malha do transporte público metropolitano. Essa integração permitirá que os passageiros se desloquem do centro de São Paulo até os terminais de embarque, ou vice-versa, pelo Expresso Aeroporto da Linha 13, conectado à rede de metrô.
Com o People Mover, esse trajeto poderá ser feito em cerca de 50 minutos, com conforto e confiabilidade, e sem que o viajante tenha de enfrentar, de carro particular ou de táxi, o trânsito frequentemente congestionado da Marginal Tietê.
Ao Ministério da Infraestrutura convém que o People Mover seja instalado pelo menor preço possível, asseguradas as qualificações técnicas necessárias. Isto porque o valor da obra será abatido da outorga devida pela concessionária ao governo federal.
Essa é também a posição da Anac e do Tribunal de Contas da União.
Já para o governo paulista, o início imediato das obras do People Mover é essencial para viabilizar o plano de expansão da Linha 13, na qual já investiu R$ 2,3 bilhões.
O plano incluía também um serviço de trens de alto padrão até o aeroporto, com despacho automático das bagagens na Estação Luz. A demanda do serviço, porém, está abaixo da expectativa do governo do Estado.
Isto porque o projeto original da Linha 13 previa uma estação no Terminal 2 do aeroporto, que não se concretizou. A estação acabou sendo construída a cerca de 2 km das áreas de embarque.
Hoje, esse pequeno trecho final é coberto por uma pouco prática linha de ônibus a diesel, o que obriga o passageiro da Linha 13 que se destina ao aeroporto a deixar o trem, descer até uma plataforma com suas malas e aguardar um ônibus que o levará ao terminal escolhido. O tempo total do percurso pode aumentar em até 25 minutos.