População não vacinada registra aumento no número de óbitos em São Paulo
Óbitos de pessoas mais jovens e que ainda não receberam imunização foram as únicas faixas etárias que registraram crescimento percentual superior a 50% no número de mortes no mês de abril
- Data: 21/05/2021 11:05
- Alterado: 21/05/2021 11:05
- Autor: Redação
- Fonte: Arpen/SP
Crédito:Agência Brasil
O aumento percentual de mais de 50%, chegando até a 73%, no número de óbitos por Covid-19 de pessoas mais jovens, na faixa etária entre 20 e 59 anos e, um pouco menor, na faixa dos 60 aos 69 anos, contabilizados pelos Cartórios de Registro Civil de São Paulo no mês de abril, o segundo pior desde o início da pandemia no estado de São Paulo, são claros em apontar que a vacinação em massa de sua população é o melhor caminho para a crise de saúde pública causada pelo novo coronavírus.
Ainda aguardando o cronograma de vacinação para suas idades no estado, a população mais jovem viu crescer os números absolutos e percentuais de óbitos no último mês, mesmo quando comparados a março deste ano, o mês com maior número de mortes causadas pelo novo coronavírus em São Paulo, e também em relação à média de mortes de sua faixa etária desde o início da pandemia.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (http://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
Em São Paulo, a faixa etária que registrou o maior percentual de aumento em relação à média desde o início da pandemia foi a da população entre 30 e 39 anos, com crescimento percentual de 73% no número de óbitos em abril na comparação com o período que vai de março de 2020 a março de 2021. Os números absolutos de falecimentos desta faixa etária também aumentaram em abril, passando de 980 em março para 1.116 no último mês, mesmo com a diminuição no total de mortes causadas pela doença em relação a março de 2021.
Na sequencia, a faixa etária que vai dos 40 aos 49 anos viu o aumento do número de óbitos crescer 66% em relação à média para esta faixa etária desde o início da pandemia. O crescimento também se deu nos números absolutos em relação a março, passando de 2.188 para 2.287.
Outras faixas etárias que registraram crescimento foram as de pessoas entre 20 e 29 e 50 e 59 anos. Para os mais jovens, houve um aumento percentual de 53% em relação à média desde o início da pandemia e, em números absolutos, passando de 262 em março para 281 óbitos em abril. Já para a população entre 50 e 59 anos, os óbitos aumentaram 56% em relação à média para a idade desde o começo da pandemia, passando de 3.679 em março para 4.109 em abril.
Ainda em crescimento, mas em patamares inferiores, a população entre 60 e 69 anos registrou aumento de mortes de 24% em relação à média desta idade no período, e um aumento de falecimentos passando de 5.600 em março para 6.098 em abril. Nas demais faixas etárias, já vacinadas, o número de óbitos caiu em relação à média da idade desde o início da pandemia, reduzindo 8% na faixa entre 70 e 79 anos, 58% entre 80 e 89 anos, e 70% na população entre 90 e 99 anos.
Ranking Estadual
Os números do Estado de São Paulo estão à frente da média nacional em todas as faixas etárias. Entre a população da faixa etária de 20 a 29 anos, o crescimento percentual paulista foi de 53%, enquanto no País foi de 38%. Na faixa que vai dos 30 aos 39, São Paulo viu os óbitos crescerem 73%, enquanto o Brasil registrou aumento de 56%. O cenário se repetiu nas faixas de 40 a 49 anos, 66% x 57%, 50 a 59 anos, 56% x 54%, e 60 a 69 anos, 24% a 22%.
Todos os Estados brasileiros registraram aumento de óbitos na faixa entre 40 e 49 anos na comparação com a média desta idade desde o início da pandemia e 15 deles estiveram acima da média nacional. À frente deste ranking está o Rio Grande do Norte, que registrou aumento de 154%, seguido por Santa Catarina, aumento de 118%, Sergipe, crescimento de 101%, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, aumento de 94%. Rio de Janeiro, com 66%, e Distrito Federal, com 58%, também estiveram acima da média nacional.
Já na faixa etária entre 30 e 39 anos, 21 Estados, registraram crescimento em abril em relação à média do período, sendo que 12 deles acima da média nacional. Os aumentos foram maiores nos Estados do Mato Grosso do Sul (103%), Goiás (97%), Rio Grande do Norte (94%), Mato Grosso (92%) e Distrito Federal (90%). A lista tem ainda Paraná (75%), Minas Gerais (67%) e Rio de Janeiro (59%).
Na última faixa com crescimento nacional acima de 50%, entre 50 e 59 anos, novamente todos os Estados brasileiros registraram crescimento, sendo 16 deles acima da média nacional. Os maiores aumentos foram nos Estados do Rio Grande do Norte (152%), Pará (105%), Rio Grande do Sul (80%) e Acre (73%). O Paraná registrou aumento de 59%, Distrito Federal, de 58%, e Rio de Janeiro de 54% nesta faixa etária.