Nove cidades de São Paulo suspendem terceira dose em idosos

Ministério da Saúde prevê que pessoas acima de 70 anos devem ser vacinadas preferencialmente com Pfizer ou, de forma alternativa, com AstraZeneca ou Janssen

  • Data: 09/09/2021 17:09
  • Alterado: 09/09/2021 17:09
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Nove cidades de São Paulo suspendem terceira dose em idosos

Crédito:Angelo Baima / PSA

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Ao menos nove cidades de São Paulo decidiram suspender a aplicação da terceira dose em idosos, que começou na segunda-feira, 6, no Estado. Como principal justificativa, os municípios citam o impasse entre o governo estadual e o Ministério da Saúde sobre qual vacina deve ser utilizada como dose adicional.

Em nota técnica, o Ministério da Saúde prevê que pessoas acima de 70 anos devem ser vacinadas preferencialmente com Pfizer ou, de forma alternativa, com AstraZeneca ou Janssen. O governo paulista, no entanto, antecipou o início da aplicação para esta semana, valendo-se da Coronavac, além de Pfizer e AstraZeneca – ao menos até o início do calendário nacional da terceira dose, a começar dia 15.

A medida tem levado a críticas de especialistas, que mencionam estudos apontando uma eficácia menor da vacina chinesa entre os mais idosos. Para justificar sua decisão, o governador João Doria (PSDB) convocou ontem cientistas e integrantes de seu governo para defender o uso da Coronavac na terceira dose dos idosos. A medida, argumentou, permitiria reservar outros imunizantes para avançar a vacinação de outros adultos, jovens e crianças.

Em nota, a prefeitura de Taboão da Serra informou que, em conjunto com outras sete cidades que compõem o colegiado de municípios – Embu das Artes, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra, Embu-Guaçu, Cotia e Vargem Grande Paulista -, decidiu suspender temporariamente a aplicação da terceira dose.

Sem falar em nova data, as autoridades locais ainda estão definindo se a aplicação da dose de reforço ficará suspensa até o dia 15 de setembro, data em que está prevista a entrega de mais doses da Pfizer pelo Ministério. Caso isso não ocorra até dia 15, a Secretaria Municipal de Saúde de Taboão da Serra disse que seguirá a orientação do governo estadual, aplicando a vacina disponível. Medida semelhante foi tomada em Araras, onde já se anunciou que a vacinação com a terceira dose será atrasada.

Críticas

A decisão de priorizar a Coronavac no reforço para idosos tem encontrado resistência de parte do público e é criticada por especialistas. A razão principal é que essa vacina cria menos proteção ao grupo, embora siga recomendada para as demais faixas etárias.

Doria, no entanto, voltou a defender seu uso. “O governo de São Paulo reforça a eficácia da Coronavac como dose de reforço. É um esclarecimento importante diante de notícias díspares”, afirmou, ressaltando que “é preciso repor de maneira clara a informação”. Até o momento, a Coronavac corresponde a 99% dos cerca de 16 mil reforços aplicados, de acordo com a Secretaria da Saúde.

“Todas as vacinas dadas na segunda e terceira dose incrementam a chamada memória imunológica”, enfatizou o secretário Estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, em apoio à Coronavac. Para os cientistas da equipe de Doria, não haveria evidência científica suficiente para associar a Coronavac, em si, com a perda de proteção contra a covid ao passar do tempo. Segundo eles, esse comportamento também seria observado em grupos mais vulneráveis para os demais tipos de vacina.

Para a diretora clínica do HC, a médica Eloisa Bonfá, “vale a pena fazer com a vacina disponível, que já se mostrou efetiva. É um time que está ganhando”. “A falta de evidência não pode ser usada como evidência a favor ou contra.” Ela pondera que a Coronavac reduziu 88% das internações e 86% das mortes por covid em estudo com 10,2 milhões de pessoas, segundo o New England Journal of Medicine, de Londres.

E João Gabbardo, coordenador do Comitê Científico do governo, advertiu que “quem tomou AstraZeneca ou Pfizer aguarda há meses pela 2.ª dose e não está protegido para a variante Delta”. “Quando colocamos a Coronavac como dose adicional, o objetivo é ter mais vacinas específicas para acelerar para quem está aguardando.”

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  • Data: 09/09/2021 05:09
  • Alterado:09/09/2021 17:09
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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