Falta competência: “Pasta da Saúde precisa ser seja dirigida por quem entenda a pandemia”
Em entrevista à rádio CBN, Dimas Covas diz que Pasta da Saúde precisa ser seja dirigida por quem entenda a pandemia e complementa que isso não tem acontecido com o atual ministério
- Data: 15/03/2021 09:03
- Alterado: 15/03/2021 09:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Dimas Covas
Crédito:Governo do Estado de São Paulo
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, avalia como “fundamental” que o Ministério da Saúde seja dirigido por alguém que consiga “entender a dinâmica da pandemia” de covid-19 no Brasil. Covas destacou, em entrevista à rádio CBN, que este trabalho “geralmente é feito por médicos, especialistas, sanitaristas e não tem acontecido desde que toda a equipe do o atual ministério ocupou o poder“. “Existe falta, sem dúvida nenhuma, de uma competência técnica maior nesse enfrentamento“, completou.
Entretanto, sobre a pressão pela saída do atual ministro, Eduardo Pazuello, da pasta – sob mira do Supremo Tribunal Federal e de parlamentares que buscam emplacar uma CPI – e as conversas para troca do comando do Ministério da Saúde, Covas avalia que a mudança “atrapalha muito” o combate à pandemia no País. “Nós já estamos com o comando meio que cariando e essa discussão de troca só vem a acrescentar mais confusão. Descredencia o atual ministro e deixa na incerteza o que vai acontecer“, disse.
São nomes cotados para substituir Pazuello a cardiologista Ludhmila Hajjar e o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Marcelo Queiroga.
Para o diretor do Butantan, “seria oportuno que, se de fato acontecer uma mudança, seja feita uma mudança para profissionais que possam compreender e manipular de forma adequada a epidemia, principalmente neste momento de gravidade extrema que vivemos“. “Há um consenso da área técnica que Brasil deveria entrar em medidas restritivas de uma forma geral e isso está, na minha opinião, demorando“.
Nesta segunda-feira, 15, passam a vigorar no Estado de São Paulo medidas mais restritivas, dentro da chamada “fase emergencial”, que inclui medidas como toque de recolher e proibição de aglomerações. Segundo Covas, a depender da adesão da população às medidas que visam a quebrar a cadeia de transmissão do vírus, é possível que o período, previsto para durar até o fim do mês, seja prorrogado.