Marcelo Ariel é o novo convidado da série Um Certo Alguém do Itaú Cultural
Em Um Certo Alguém o poeta Marcelo Ariel comenta sobre seus profundos desejos de ruptura
- Data: 16/12/2020 14:12
- Alterado: 16/12/2020 14:12
- Autor: Redação
- Fonte: Itaú Cultural
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O poeta Marcelo Ariel é o novo convidado da série Um Certo Alguém, que vai ao ar no dia 17 de dezembro, às 13h, no site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br. Considerado por Ferreira Gullar um dos melhores poetas contemporâneos, durante a conversa com o Núcleo de Comunicação da organização, ele pontua: “o poeta nega a saudade e elogia a presença suave; fala de se dissolver na beleza, do valor de viver às cegas e da vontade de criar linhas de fuga”.
O objetivo da série semanal, que agora diz até logo para voltar em 2021, é entrevistar artistas e pessoas do meio da arte e da cultura para criar um material curto e de rápida leitura das respostas a quatro perguntas: qual é a história de sua maior saudade? o que mais te emociona? como imagina o amanhã? e quem é?
Natural de Cubatão, no interior de São Paulo, Ariel diz que não cultiva a saudade. “Ela não tem nenhuma importância na formação do meu espírito, não a associo com espiritualidade. No lugar dela, vivo a presença suave. Por isso, não tenho saudade dos meus mortos – minha relação com eles é de imanência”, conta. No cotidiano, ele se emociona, em suas palavras, com toda a beleza que lhe chega de fora.
Sobre o amanhã, Ariel tenta não imaginar nem a si, nem ao outro. “Nesse difícil exercício de simplesmente ser, é melhor não criar auto expectativas. Acho um verdadeiro triunfo o seguir vivendo meio às cegas”, diz. “Mesmo com a possibilidade nítida de estarmos em um tempo tenebroso, o vazio precede o nascimento do mundo. O vazio será o maior legado de todo esse terror”, completa.
Durante o período de isolamento, ele escreveu o ensaio 22 Clareiras e 1 Abismo, para a Coleção Vírus, da Editora Córrego, em coedição com a editora artesanal Contravento. Outro livro sairá pela Kotter Editorial, Subir pelo Inferno, Descer pelo Céu – Crônica do Ano de 2020. Mais um, que escreveu com o amigo e também poeta Guilherme Gontijo Flores, Arcano 13, sairá pela editora Quelônio. “O que realmente me move não é o pacto com o estabelecido, é um nítido elogio da ruptura. Não desejo ser incluído em um mundo que simula a aceitação da alteridade, que inclui apenas para excluir melhor depois”, finaliza em sua reflexão sobre quem é.