Reflexão Online debate o papel das artes e da cultura na saúde mental durante a pandemia
Seminário arte como respiro, segue a trilha da artista visual Louise Bourgeois (1911-2010) para quem a arte garante a sanidade
- Data: 12/03/2021 17:03
- Alterado: 12/03/2021 17:03
- Autor: Redação
- Fonte: Itaú Cultural
Crédito:Reprodução
De 16 a 18 de março (terça-feira a quinta-feira), sempre às 17h e ao vivo, o Itaú Cultural realiza Seminário arte como respiro, em seu site www.itaucultural.org.br e na página do YouTube www.youtube.com/itaucultural. Para olhar para o ano que passou, em plena pandemia do Covid-19 e suspensão social, e buscar novas perspectivas para o que está por vir, a reflexão perpassa três tópicos: os povos indígenas, com a fala do escritor e ambientalista e ativista indígena Ailton Krenak; a saúde, com o médico sanitarista e professor Gonzalo Vecina Neto; e arte e a cultura, tema sobre o qual se coloca dramaturga, roteirista e atriz Dione Carlos.
Em cada dia, uma abordagem diferente trata dessa relação entre arte e sanidade, que se tornou comprovadamente fundamental desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a situação de pandemia, em 11 de março de 2020. O objetivo é compreender o papel da arte e da cultura para o bem-estar e a psique humana e como ela ajuda a enfrentar os desdobramentos implicados na sociedade, como a suspensão social.
Louise Bourgeois, em seu tempo, afirmava que a arte garante a sanidade. Do seu lado, a psiquiatra brasileira Nise da Silveira, aplicava isso em seu trabalho terapêutico já nos anos de 1940, que resultou na fundação do Museu de Imagens do Inconsciente, em 1952. Mais recentemente, pesquisa realizada no ano passado pelo Itaú Cultural e Datafolha, apontou que opções culturais como música, filmes e séries foram as mais procuradas por brasileiras e brasileiros isolados em casa durante a pandemia. Mais de 60% se sentiu menos ansioso por conta da programação online, sentindo melhora na saúde mental e na convivência social e familiar.
No primeiro dia, 16, Krenak fala de Arte como construção de futuros possíveis. No ano passado, ele foi uma das primeiras pessoas a darem depoimento no site do Itaú Cultural sobre o primeiro mês da vivência em isolamento social. Passados quase 12 meses, ele e volta para desenvolver essa reflexão. Enquanto isso não ocorre, está no ar um texto de sua autoria, no qual diz ver o planeta habitado por refugiados, que dá um norte de por onde caminha o seu pensamento a respeito – https://www.itaucultural.org.br/planeta-refugiados-ambientais-pandemia-ailton-krenak.
“Um ano depois do início da pandemia, quero falar sobre nossa identidade, sobre cultura, sobre as diferentes escolhas que nossas culturas nos levam a fazer”, escreve ele. “Eu estava pensando no dilema que vivemos nos últimos anos, mas todo o século XXI também é caracterizado por isso, que é a movimentação de pessoas pelos continentes, pelos países, que resultou no que chamamos de refugiados.”
Quarta-feira, dia 17, a voz vai para o médico sanitarista Gonzalo Vecina, na mesa Como a saúde pode ser favorecida pela arte e pela cultura. Professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e da Fundação Getúlio Vargas, o médico sanitarista foi presidente fundador da Anvisa, de 1999 a 2003. Também foi secretário de saúde do município de São Paulo e um dos idealizadores do Sistema Único de Saúde (SUS). Todos os temas relacionados a Covid-19, perpassam os diversos textos publicados na coluna que mantém no portal do jornal O Estado de S. Paulo.
Dione Carlos encerra o seminário no dia seguinte, quinta-feira, 18. A dramaturga, roteirista e atriz assume o tema As possibilidades de respiro promovidas pela arte. A pandemia interrompeu a bem-sucedida carreira de Black Brecht – E se Brecht Fosse Negro? texto assinado por ela e montado em 2019 pelo coletivo Legítima Defesa. Não impediu, no entanto, que em 2020 ela o publicasse na integra em livro lançado pela Glac Edições. No mesmo ano, foi selecionada para o Laboratório de Narrativas Negras da FLUP/GLOBO, passando a dedicar-se, também, à escrita de roteiros para o audiovisual.
Saiba mais sobre os participantes
Ailton Krenak é ambientalista, escritor e ativista indígena da etnia Krenak. Fundou em 1988 a União das Nações Indígenas e, em 1989, o movimento Aliança dos Povos da Floresta. Atualmente, dirige o Núcleo de Cultura Indígena, na Serra do Cipó (MG). Em 2016, recebeu o título de Professor Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Juiz de Fora, onde leciona, na especialização, as disciplinas Cultura e história dos povos indígenas e Artes e ofícios dos saberes tradicionais.
Christian Dunker é psicanalista, professor titular de psicanálise e psicopatologia no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP/USP) e coordenador do Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise da US. Duas vezes agraciado com o Prêmio Jabuti, é autor de 10 livros, entre eles O palhaço e o psicanalista (Planeta, 2018) e Mal-estar, sofrimento e sintoma (Boitempo, 2015).
Dione Carlos é dramaturga, roteirista e atriz. Autora de 16 peças encenadas por diversas companhias de teatro, teve textos lidos e encenados em Portugal, Colômbia, México e Bélgica, entre outros. Tem seis livros publicados, entre eles: Dramaturgias do Front e Black Brecht: e se Brecht fosse negro?
Gonzalo Vecina Neto é médico sanitarista, professor da FSP/USP e da FGV. Foi presidente da Anvisa e secretário municipal de saúde do município de São Paulo.
SERVIÇO
De 16 a 18 de março (terça-feira a quinta-feira), às 17h
Seminário arte como respiro
Em www.itaucultural.org.br e www.youtube.com/itaucultural
Dia 16: Arte como construção de futuros possíveis com Ailton Krenak
Dia 17: Como a saúde pode ser favorecida pela arte e pela cultura, com Gonzalo Vecina
Dia 18: As possibilidades de respiro promovidas pela arte, com Dione Carlos
Mediação em todas: Christian Dunker
Duração aproximada: 60 minutos
Classificação: Livre
Atividade gratuita
Interpretação em Libras