Capital paulista lança plano municipal de enfrentamento à sífilis congênita
Devido ao aumento progressivo na taxa de incidência de sífilis congênita, SMS organiza um conjunto de ações estratégicas para combater a doença
- Data: 01/11/2021 12:11
- Alterado: 01/11/2021 12:11
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
Crédito:Reprodução
No mês de combate nacional à Sífilis e à Sífilis Congênita, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) coloca em ação o plano municipal de enfrentamento à infecção sexualmente transmissível, que afeta gestantes e bebês. Uma força-tarefa mobilizará diversas áreas da SMS para combater o aumento progressivo de novos casos detectados na capital. A taxa de sífilis congênita em 2020 é estimada em 7,1 para cada mil nascidos vivos.
Serão realizadas ações estratégicas, técnicas e práticas para atingir o objetivo do plano que é reduzir, na capital, 5% ao ano o coeficiente de incidência da sífilis congênita, quando a gestante passa a doença para o bebê. A meta é chegar ao índice de eliminação de transmissão vertical, definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que estipula um resultado menor ou igual a 0,5 casos por mil nascidos vivos.
Outras medidas contempladas são ampliar a testagem de sífilis para a população que possui vida sexual ativa e para 100% das gestantes que buscam o serviço de pré-natal, tratar adequadamente as mulheres grávidas diagnosticadas com a doença em tempo oportuno, atender aos parceiros sexuais de forma conjunta, além de oferecer tratamento e acompanhamento a recém-nascidos expostos à doença.
O teste e o tratamento para sífilis são realizados nas 469 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nas 82 Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAS)/UBSs integradas, das 7h às 19h, nos 26 hospitais municipais que funcionam 24 horas por dia, além dos 26 estabelecimentos da Rede Municipal Especializada em Infecções Sexualmente Transmissíveis e Aids (IST/Aids). A unidade mais próxima pode ser consultada na plataforma Busca Saúde.
Segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Coordenaria de Vigilância em Saúde (Covisa), a capital registrou 1.130 casos de sífilis congênita de janeiro a dezembro de 2019, ano de maior alta dessa doença, um aumento de 208,87% em relação a 2010.
O número de grávidas diagnosticadas com sífilis teve alta de 635,17%, entre 2010 e 2020, de 890 para 5.662 casos. A capital somou ao todo 37.505 registros neste período. A taxa de detecção chega a 38,5 por 1.000 nascidos vivos. O índice reflete também que as gestantes estão sendo diagnosticadas e tratadas. Já os casos de sífilis adquirida aumentaram em 3,1%, entre 2018 e 2019, de 15.697 para 16.183.
Consequências
A sífilis é uma doença transmitida por via sexual e materno-fetal, causada pela bactéria Treponema pallidum. A doença é exclusiva do ser humano e é curável. Se não tratada, pode evoluir para formas mais graves, comprometendo os sistemas nervoso e cardiovascular. Em gestantes, pode levar a desfechos como aborto, morte de um feto após 20 semanas de gestação, baixo peso, prematuridade, entre outras enfermidades.
A sífilis congênita pode resultar ainda em alterações no desenvolvimento do bebê, comprometimento neurológico com déficit intelectual, deficiência visual e auditiva, alterações ósseas e de dentição.
Dados no Brasil
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Sífilis, do Ministério da Saúde, em 2019 foram notificados 152.915 casos de sífilis adquirida em todo o país, com taxa de detecção de 72,8 casos por 100 mil habitantes. A maior parte das notificações ocorreu em indivíduos entre 20 e 29 anos de idade (36,2%). Houve redução de 4,5% na taxa de detecção nacional em relação a 2018, que apresentou taxa de 76,2 por 100 mil habitantes. Em gestantes, foram 61.127 casos em 2019, com redução de 3,3% em relação ao ano anterior (63.182 casos).
Em 2019 foram registrados 24.130 casos de sífilis congênita. No Brasil, em geral, nos últimos dez anos, houve um progressivo aumento na taxa de incidência de sífilis congênita: em 2009, a taxa era de 2,1 casos por 1.000 nascidos vivos e em 2018 chegou a 9,0 casos por 1.000 nascidos vivos, reduzindo para 8,2 casos por 1.000 nascidos vivos em 2019. A identificação precoce da doença na gestação e o tratamento adequado impedem a transmissão da sífilis da mãe para o bebê.
Quanto aos óbitos, em 2019 foram registrados 173 por sífilis congênita (em menores de um ano de idade). No Brasil, nos últimos dez anos, houve aumento no coeficiente de mortalidade infantil por sífilis que passou de 2,2 por 100 mil nascidos vivos em 2009, para 5,9 por 100 mil nascidos vivos em 2019. Em 2018, o coeficiente de mortalidade infantil por sífilis foi de 8,9 por 100 mil nascidos vivos.