Programação teatral do Itaú Cultural
Espetáculo presencial e peças online entram em cartaz no primeiro final de semana de setembro na programação do Itaú Cultural
- Data: 05/07/2019 14:07
- Alterado: 05/07/2019 14:07
- Autor: Redação
- Fonte: Itaú Cultural
CorpoCatimbó
Crédito:Jaque Rodrigues
O Itaú Cultural abre sua programação teatral do mês de setembro com três novos espetáculos em cartaz. Presencialmente, a Sala Multiúso recebe a performance Eu Tenho uma História que se Parece com a Minha, que acontece dias 2 e 3, sexta-feira e sábado, às 19h, e dia 4, domingo, às 18h. No formato online, por sua vez, entram em cartaz no dia 4 O Torto Andar do Outro, da Cia Pão Doce de Teatro, do Rio Grande do Norte, e CorpoCatimbó, de Zé Viana Júnior, que ficam disponíveis no Youtube da instituição ao longo de todo o mês.
Os ingressos para a programação presencial são gratuitos e estão disponíveis para reserva através da plataforma INTI.
Origens
Eu Tenho uma História que se Parece com a Minha é uma performance que remonta na Sala Multiúso do Itaú Cultural uma casa com quatro cômodos, e em cada um deles estará quatro mulheres negras, que dialogarão sobre suas vidas. São elas a autora Tetembua Dandara, sua avó, Dirce Poli, de 93 anos, a mãe, Neuza Poli, e a irmã, Mafoane Odara.
Em paralelo à minitemporada, acontece também o pré-lançamento do livro fotográfico homônimo, concebido por Tetembua Dandara. O projeto original da performer é um ensaio que mescla fotos de diferentes tempos, de 1940 a 2022, buscando histórias que ainda precisam ser contadas.
Neste mesmo viés, tanto a instalação que acontece no Itaú Cultural quanto o livro são ativadas pelo encontro dessas mulheres, num espaço que remete a casa vó, nos anos 1990, com quintal, cozinha e sala. O público fica livre para transitar pelos espaços como e por quanto tempo desejar.
A proposta é materializar neste espaço o que não cabe em uma foto. Em um tempo espiralado, não linear, quem visita a instalação vê essas quatro mulheres apresentando situações ou simplesmente existindo em uma discussão de poucas palavras sobre ancestralidade.
“São diferentes gerações que falam sobre histórias negras não contadas, a ideia é falar sobre subjetividades. Não são mulheres do candomblé ou do samba, que são referências tradicionais quando se fala de ancestralidade negra”, conta a idealizadora do projeto, que emenda: “essa casa que recebia tantas festas, atravessa o tempo e gera outros encontros. O que não cabe na foto é a comida, a presença, a palavra por exemplo. São as narrativas que vão sendo reconstruídas pelas vozes, sabores e olhares presentes”.
Cultos afro-brasileiros
Parte da programação do Palco virtual Ancestralidades, CorpoCatimbó propõe evocar e presentificar as espirais energéticas das entidades encantadas da Jurema Sagrada. O corpo se torna portal de acesso para o universo dos mestres, mestras, caboclos, pretos velhos, que se materializam nas simbologias de suas encantarias, gingas, bailados e vibrações. Um rito de encontro que eleva as presenças e convida a demandar os desejos na fumaça catimbozeira de medicina ancestral, potencializando a ciência do Catimbó no seu rito performativo de desenvolvimento artístico e espiritual.
O multiartista, pesquisador, capoeirista e educador cearense Zé Vianna Júnior, que conduz o espetáculo, explica que neste rito performativo – realizado com a mestria e orientação de Pai Mesquita de Ogum, direção dramatúrgica de Benjamin Abras e Cátia Costa, e colaborações de Gerson Moreno e Mãe Nega de Yemanjá – são evocadas três presenças que dialogam entre si e com os/as convidados(as): “A Mestra”, “O Mestre” e “A Criança”. E é no campo de mandinga da cena que as três bailam e enveredam por um caminho que potencializa o acesso às camadas energéticas, os saberes e fazeres desta tradição.
A cena é dividida entre Zé Vianna Júnior e Pai Mesquita de Ogum, que, com sua fala, conduz a performance do artista. Assim, narrador e ator apresentam ao público esta manifestação de cultos africanos e brasileiros.
Respeito
O Palco Virtual Adulto, por sua vez, coloca em cartaz O Torto Andar do Outro, espetáculo da Cia. Pão Doce inspirado no cordel de Antônio Francisco, mestre popular de Mossoró – cidade do Rio Grande do Norte onde está sediado o grupo –, dono da cadeira de número 15 na Academia Brasileira de Literatura de Cordel, apadrinhado por Patativa do Assaré. Convidando a plateia a uma experiência inesperada, ele parte de uma premissa: falar sobre respeito.
O Torto Andar do Outro nasceu do cordel Um Conto bem Contado, de Antônio Francisco. Apesar de ambientado em séculos passados, ele reflete em seus versos os problemas do mundo atual. Tudo porque nesta cidade, onde todos andam de lado, nasce uma criança que, ao andar para frente, se torna alvo de perseguição do rei e sua corte.
A obra leva o público ao inesperado, sendo ao mesmo tempo atemporal, instigante e transcendendo religiões, costumes e épocas. Ao som de canções autorais do grupo, entremeando ritmos nordestinos e música erudita, a proposta é refletir sobre marginalizações, corrupção, preconceito, violência, xenofobia e fazer sonhar com um mundo onde prevaleça o respeito.
SERVIÇO
Performance e pré-lançamento do livro Eu Tenho uma História que se Parece com a Minha
De 2 a 4 de setembro (sexta-feira e sábado, às 19h, e domingo às 18h)
Local: Sala Multiúso
Capacidade: 50 pessoas
Duração: até 80 minutos
Classificação Indicativa: livre
Reservas pela plataforma INTI
Palco Virtual Adulto
O Torto Andar do Outro
Cia Pão Doce de Teatro (RN)
Do dia 4 de setembro, às 19h, até o dia 25, às 23h59
Duração: 50 minutos
Classificação Indicativa: não recomendado para menores de 12 anos (linguagem imprópria e violência)
Palco Virtual Ancestralidades
CorpoCatimbó (CE)
Performer: Zé Viana Júnior
Do dia 4 de setembro, às 15h, até o dia 25, às 23h59
Duração: 35 minutos
Classificação Indicativa: não recomendado para menores de 12 anos
Descritor: drogas lícitas e violência