Juro do rotativo do cartão em junho foi de 300,3% ao ano, diz BC
Com as famílias em dificuldades para fechar as contas durante a pandemia o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu de 305,0% para 300,3% ao ano
- Data: 29/07/2020 14:07
- Alterado: 29/07/2020 14:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Taxa de juro do cartão rotativo foi de 300
Crédito:Marcello Casal Jr/Agência Brasil
De maio para junho o juro caiu 4,7 pontos porcentuais, informou nesta quarta-feira, 29, o Banco Central.
Os dados apresentados nesta quarta-feira pelo BC são influenciados pelos efeitos da pandemia, que colocou em isolamento social boa parte da população, reduzindo a atividade das empresas e elevando o desemprego.
Com a carência de recursos, as famílias aumentaram a demanda por algumas linhas de crédito nos bancos. O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades.
O juro do rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC. Dentro desta rubrica, a taxa da modalidade rotativo regular passou de 248,9% para 242,0% ao ano de maio para junho. Neste caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.
Já a taxa de juros da modalidade rotativo não regular passou de 335,8% para 334,0% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado.
No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 138,4% para 118,7% ao ano .
Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 76 7% para 69,8%.
Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.
Atualmente, porém, o risco de inadimplência aumentou, justamente porque muitas famílias estão enfrentando redução de renda, na esteira da pandemia.