Itaú Cultural comemora o centenário de Cacilda Becker com fotos e lembranças de familiares
Em matéria multimídia, o site da organização reúne olhares sobre a atriz a partir da Enciclopédia Itaú Cultural e de conversas com pessoas próximas
- Data: 02/04/2021 16:04
- Alterado: 02/04/2021 16:04
- Autor: Redação
- Fonte: Itaú Cultural
Crédito:Reprodução
No dia 6 de abril (terça-feira), o Itaú Cultural festeja o centenário de nascimento da atriz Cacilda Becker (1921-1969) com um conteúdo especial de fotos, vídeos e depoimentos, em seu site www.itaucultural.org.br, sobre uma trajetória que ainda hoje reverbera na cultura do país. Considerada uma das maiores atrizes do teatro brasileiro, com atuações marcantes nos palcos e fora deles, ela é lembrada e celebrada por artistas, familiares e profissionais da arte e da cultura, que falam sobre o contato pessoal e profissional com a atriz, contam curiosidades e revelam o impacto deixado pelo seu legado, que marcou época.
Um vasto material sobre Cacilda Becker pode ser encontrado no verbete da atriz na Enciclopédia Itaú Cultural: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa349429/cacilda-becker
Sempre à frente do seu tempo Cacilda Becker Yáconis nasceu em Pirassununga, no interior de São Paulo, descendente de alemães e italianos. Com a separação dos pais, quando ainda era criança, ela cresceu ao lado da mãe e das irmãs mais novas em um ambiente conduzido pela força e resistência femininas, características que permearam a sua trajetória profissional no teatro, rádio e televisão. Não à toa ela encontrou na arte um espaço libertador.
No vídeo gravado com o diretor Zé Celso Martinez Corrêa especialmente para a comemoração do centenário da atriz no site do Itaú Cultural, ele lembra que o espírito aguerrido e de luta de Cacilda vem desde a primeira apresentação nos palcos, aos sete anos, enfrentando conservadorismo do avô. “Cacilda decidiu que queria se apresentar no teatro Politeama com uma coreografia que ela tinha inscrito. A estreia foi essa: ela saindo de um casulo e fazendo a dança da borboleta”, conta o fundador do Teatro Oficina e amigo da atriz.
Zé Celso destaca, ainda, pontos importantes da curta, porém intensa, trajetória de Cacilda. Fala da força feminina vinda da relação entre a mãe, Alzira, e as filhas Cacilda, Dirce e a também atriz Cleyde Yáconis – “elas foram muito ligadas a vida toda e vibravam juntas, como se fossem um corpo só” –, das peculiaridades da atriz enquanto encenava – “Cacilda tinha uma espécie de musicalidade na fala; as palavras eram respiradas e a respiração traz a emoção do personagem” – e da morte, aos 48 anos, entre o primeiro e o segundo ato da peça Esperando Godot – “Não adianta imaginar o que seria a vida dela, porque o que ela foi já é muito rico, é um tesouro”.
A atriz Eva Wilma, que também participa dessa homenagem, lembra o envolvimento fundamental de Cacilda com o que acontecia fora dos palcos, fosse referente à classe artística ou à política nacional. Recorda da participação das duas – ela, no Rio de Janeiro e Cacilda, em São Paulo –, em 1968, na passeata organizada pelos artistas contra a ditadura militar, e conta, ainda, da admiração pela força e determinação da atriz, que a inspiraram a encenar também, entre 1977 e 1979, Esperando Godot.