Lava Jato: grande parte de ativos ilícitos de Walter Faria permanece no exterior
Preso na Operação Rock City, a fase 62 da Lava Jato deflagrada nesta quarta-feira, 31, o presidente do Grupo Petrópolis, Walter Faria, declarou ter R$ 1,3 bilhão em contas no exterior
- Data: 31/07/2019 15:07
- Alterado: 31/07/2019 15:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução/youtube
Isso é o que aponta o relatório de sua quebra de sigilo bancário.
Segundo a Receita Federal, o montante equivale a 1% do total repatriado no âmbito do Regime Especial de Regularização Cambial e tributária (RERCT).
O Ministério Público Federal rastreou as contas do dono do Grupo Petrópolis e encontrou ativos na Suíça, Ilhas Virgens, Panamá, Reino Unido, Holanda e Uruguai. Segundo a procuradora Laura Tessler, que elaborou o relatório, “a análise teve por objeto as Declarações de Imposto de Renda Pessoa Física de Walter Faria dos anos-calendário 2006 a 2017”.
“Dessas declarações foram coletados e empilhados os registros de ativos, com indicação de localização no exterior”. Ela elenca todas as movimentações financeiras de Faria no período. Parte teria sido repatriada.
Segundo a juíza federal Gabriela Hardt, em decisão que autorizou a prisão de executivos do Grupo Petrópolis, Walter Faria “aderiu ao Regime Especial de Regularização Cambial e tributária (RERCT) e ‘regularizou’ R$ 1.393.800.399,02, conforme declarações de imposto de renda”.
“Em consulta aos dados de operações de câmbio de Walter Faria, constata-se que o investigado internalizou, de 01/01/2013 a 31/01/2019, o montante de USD 136.800.000,00, o que indica claramente que os ativos ilícitos permanecem em grande parte no exterior”, anotou Gabriela.
O juiz ainda anota que, “segundo o Relatório de Inteligência Financeira n.41353.3.138.4851 emitido pelo Coaf, de 08/04/2019 a 11/04/2019, Walter Faria internalizou cerca de R$ 185.805.000,00 e tentou adquirir uma Cédula de Crédito Bancário junto Intrader Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, mas não foi concretizado o negócio, pois este não conseguiu comprovar a licitude dos valores perante a instituição financeira”.
Defesa
“O Grupo Petrópolis informa que seus executivos já prestaram anteriormente todos os esclarecimentos sobre o assunto aos órgãos competentes. Informa também que sempre esteve e continua à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos”