STF: Rosa encaminha à PGR notícia-crime contra Bolsonaro por suposta prevaricação
Assinada por integrantes da CPI da Covid, peça agora vai para a responsabilidade do procurador-geral da República, Augusto Aras
- Data: 29/06/2021 11:06
- Alterado: 29/06/2021 11:06
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Rosa Weber encaminha para Aras notícia-crime contra Bolsonaro po suposta prevaricação
Crédito:Reprodução
Rosa Weber, do STF, encaminhou à PGR a notícia-crime protocolada por senadores da CPI da Covid que pedem abertura de inquérito contra o presidente por suposta prevaricação no caso envolvendo a compra da vacina Covaxin.
A ministra foi sorteada relatora do caso na Corte.
A peça assinada pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) defende que Bolsonaro cometeu crime de prevaricação ao não determinar à Polícia Federal investigações de possíveis irregularidades relatadas pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão servidor do Ministério da Saúde na compra da Covaxin.
Os irmãos Miranda depuseram na CPI na última sexta-feira e disseram que alertaram o presidente sobre o suposto caso de corrupção. Os dois envolveram o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR) no que Bolsonaro teria chamado de “rolo” na pasta.
A notícia-crime também pede que o presidente da República responda em 48 horas se foi comunicado das denúncias feitas pelos irmãos Miranda. De acordo com a lei, se comunicado, Bolsonaro teria de ter pedido a abertura de investigação ao ouvir as suspeitas, sob pena de cometer crime de prevaricação.
Agora, a manifestação sobre a notícia-crime cabe ao procurador-geral da República, Augusto Aras. Como mostrou a Coluna do Estadão, Aras encontra-se em uma saia-justa. Ao mesmo tempo que deseja ser reconduzido ao cargo pelas mãos do presidente, tem pouco espaço para engavetar o pedido de abertura de inquérito. Na leitura de parlamentares, já há elementos suficientes para tipificar o crime de prevaricação e não haveria motivos para Aras esperar por mais evidências.