Enem tem como tema de redação “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”

Professor Adriano Chan, do Laboratório de Redação, comenta o tema da redação do Enem 2019 e fala sobre os novos critérios de correção desta edição

  • Data: 03/11/2019 21:11
  • Alterado: 03/11/2019 21:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Laboratório de Redação
Enem tem como tema de redação “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”

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O professor Adriano Chan, um dos maiores especialistas em redação para vestibulares e que está à frente do Laboratório de Redação, comenta sobre o tema escolhido para o Enem 2019, “Democratização do acesso ao cinema no Brasil. “Dentre os desafios que o candidato poderia trazer, estão o número restrito de salas de exibição em municípios menos populosos e o preço médio dos ingressos, que ainda é inacessível a classes menos favorecidas. Para desenvolver os argumentos, era possível falar da indústria cultural, conceito de Adorno e de Horkheimer, que prega como até as obras de arte passam a ser feitas em série para atender a demanda de consumo numa lógica de mercado, excluindo os menos favorecidos”, afirma o professor.

Ele ressalta ainda que “paradoxalmente, essa lógica desfavorece uma grande parcela do mercado consumidor pois preza apenas os frequentadores de cinema mais endinheirados. Nesse sentido, era importante que quaisquer informações que fossem usadas na argumentação (como filósofos, alusão a séries, a filmes ou dados estatísticos) estivessem articuladas com a falta de acesso ao cinema. É esperado que apareçam referências ao filme Cinema Paradiso, por exemplo”.

Segundo Adriano Chan, na proposta de intervenção, o candidato deveria apresentar:
•          um agente (que poderia ser o Superministério da Cidadania, que engloba o Ministério da Cultura);
•          uma ação ( que poderia ser a ampliação de políticas de incentivo ao cinema);
•          a finalidade (que é o resgate de algum dos dois desafios que o candidato trouxe na sua introdução e que deveriam ser desenvolvidos na argumentação);
•          o meio para atingir os objetivos da intervenção proposta (por meio de projetos de lei, decretos, por exemplo) e
•          o detalhamento de como essa ação ou esse meio deveria ocorrer.

Mudanças na grade de correção do Enem – Neste ano, as competências 1 e 4 foram focos no treinamento da banca corretora. “A grande novidade é que – teoricamente – ficou mais fácil tirar nota máxima no critério que avalia o uso normativo da língua (competência 1). Agora, é preciso, além de três erros com o mesmo desvio gramatical, pelo menos um erro sintático, como períodos incompletos”, explica Adriano Chan.

Já no quesito da coesão (competência 4), a ordem é que a correção seja quantitativa e qualitativa. O professor explica que “não basta usar conectivos. No treinamento deste ano, a banca foi instruída a observar se os candidatos estão usando de forma correta tais recursos coesivos e se eles não estão se prendendo a fórmulas”.

Por fim, Adriano Chan ressalta que “é preciso dizer que a maioria dos corretores expressamente afirma o receio em dar nota máxima no critério de uso normativo da língua por simples medo de discrepância entre as notas dadas por dois corretores, o que gera uma terceira correção. É um absurdo que, numa prova com 4 milhões de inscritos, apenas 55 tenham conseguido nota máxima. Isso mostra uma imperfeição na aplicação da grade”.

LABORATÓRIO DE REDAÇÃO
No Laboratório de Redação os alunos têm à disposição um curso livre, especializado em ensinar aos vestibulandos técnicas de redação por meio de um método inovador, que vai na contramão dos conceitos tradicionais ensinados nos cursinhos. Como método de ensino, o professor Adriano Chan utiliza a Linguística Cognitiva, cujo foco está em organizar o pensamento criativo do aluno, indo no sentido contrário ao que os professores – sobretudo de cursinhos – costumam ensinar, chamado de estruturalista, com fórmulas que engessam a criação: introdução, desenvolvimento e conclusão.

RESULTADOS
Adriano Chan e seu Laboratório de Redação possuem números que os credenciam como um dos principais nomes do país. Em 2016, dos seus então 400 alunos (só na cidade de São Paulo), cerca de 82% foram aprovados em universidades públicas brasileiras. Este ano, com alunos na região do Vale do Paraíba e Campinas, o laboratório ampliou sua atuação chegando a 1400 vestibulandos.

Especificamente para a redação, os números seguem expressivos: no Enem 2017, 86% dos alunos do Laboratório de Redação obtiveram notas maiores do que 880 e das 66 redações do Enem 2016 que obtiveram notas máximas em todo o Brasil, oito foram de alunos do laboratório. Das 13 notas máximas em redação da Fuvest 2017, oito foram de estudantes do curso. Já nos vestibulares da Vunesp, 28 notas máximas em redação têm como autores candidatos que estudaram no Laboratório de Redação.

Ainda em 2017 os alunos do Laboratório de Redação obtiveram grande desempenho em importantes vestibulares: foram 23 alunos aprovados na Pinheiros USP, 27 na Santa Casa e 12 na Unifesp (incluindo o primeiro colocado), além de 38 notas máximas no vestibular da Unifesp.

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  • Data: 03/11/2019 09:11
  • Alterado:03/11/2019 21:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Laboratório de Redação









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