Bloco Dona Yayá faz seu tradicional cortejo de pré-carnaval no dia 24

Bloco de carnaval percorre o Bixiga pelos direitos das mulheres com passagem pela Casa de Dona Yayá

  • Data: 18/02/2019 10:02
  • Alterado: 18/02/2019 10:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: assessoria
Bloco Dona Yayá faz seu tradicional cortejo de pré-carnaval no dia 24

Crédito:Divulgação/Acervo CPC

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O Bloco Dona Yayá, criado pela organização União de Mulheres de São Paulo, homenageia essa personagem que foi moradora do casarão localizado na Rua Major Diogo n. 353, hoje sede do Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo.  O bloco há mais 18 anos percorre as ruas do Bixiga pautando questões de gênero, direitos das mulheres, saúde mental e a memória de Dona Yayá nas letras das suas marchinhas. O cortejo acontece todo ano na semana que antecede ao Carnaval, começando com a concentração na sede da organização, e terminando com a entrada na Casa de Dona Yayá. O tema do bloco para 2019 é o voto feminino, direito conquistado no Brasil em 1932. Segundo as organizadoras, essa escolha é importante por chamar atenção para a baixa representatividade das mulheres nos cargos eletivos do legislativo e do executivo e na formação de políticas públicas no país.

UNIÃO DE MULHERES DE SÃO PAULO

A história da União de Mulheres do Município de São Paulo se entrelaça com a história do feminismo no Brasil. Esta organização não governamental, sediada no bairro da Bela Vista, há 34 anos vem defendendo os direitos das mulheres. As atividades visam chamar a atenção para os desafios a serem enfrentados para que a igualdade seja alcançada, apresentando propostas, e, principalmente, conscientizando as mulheres para que elas desenvolvam seu potencial pessoal, social, político e econômico. Projetos como o Promotoras Legais Populares e o Maria, Marias buscam orientar o acesso à justiça, serviços e políticas públicas que possam melhorar as condições de vida das mulheres e das pessoas a sua volta. Promove cursos em parceria com instituições públicas, seminários, rodas de conversa e atos públicos que vêm ampliando o debate sobre questões que afligem as mulheres não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

A CASA DE DONA YAYÁ

Nascida em 21 de janeiro de 1887, de família pertencente à elite paulistana, Sebastiana de Melo Freire, a Dona Yayá, recebeu educação esmerada como aluna interna do Colégio Nossa Senhora de Sion. Era religiosa, falava francês, tocava piano, pintava, realizava trabalhos manuais e tinha a fotografia como passatempo preferido. Vestia-se com discrição e elegância, tinha hábitos simples, saía pouco – sua vida social restringia-se a um pequeno grupo de amigos. Nunca se casou – segundo consta, teria recusado propostas de casamento por julgar que os pretendentes estivessem interessados em sua fortuna, mas também se dizia que fora por uma paixão secreta não correspondida. Em 1919, após apresentar recorrentes sinais de desequilíbrio emocional, Dona Yayá foi internada em um hospital psiquiátrico e tida como incapaz de administrar a fortuna da qual era a única herdeira. Sua interdição causou comoção na sociedade paulistana, gerando uma série de artigos publicados pelo jornal sensacionalista O Parafuso. Em 1920, passou a receber tratamento em casa, sob acompanhamento médico, onde receberia melhores cuidados. Veio então morar em uma chácara localizada nos arrabaldes da cidade, que é hoje constitui o bairro da Bela Vista (conhecido como Bixiga) mas que à época era uma região tranquila e afastada do burburinho urbano. Em razão do seu precário estado de saúde, Dona Yayá viveu reclusa nessa casa por 40 anos, juntamente com amigos da família e empregados. Passava a maior parte do tempo encerrada em aposentos que foram especialmente adaptados para sua segurança, segundo critérios médicos. A respeito de sua personalidade, diz-se que Dona Yayá era alegre e generosa, apesar de marcada por tristes acontecimentos que marcaram sua infância e juventude: a morte de duas irmãs quando criança, dos pais, aos 12 anos de idade, e o suicídio do único irmão, quando ela estava com 18 anos.

Dona Yayá viveu na casa da Rua Major Diogo até sua morte, em 1961, decorrente de insuficiência cardíaca durante cirurgia para retirada de um tumor uterino. Como não deixou herdeiros, a Casa foi transferida para a USP em 1969, e nas últimas décadas passou por um cuidadoso trabalho de conservação e restauro para recuperação de suas estruturas, restauração das pinturas internas e dos jardins. A Casa de Dona Yayá é um dos últimos exemplos de antigas construções típicas das chácaras que circundavam a região central da cidade, e é reconhecido como patrimônio histórico do estado e do município São Paulo. Abriga a sede do Centro de Preservação Cultural da USP, órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária que promove ações de pesquisa e difusão de conhecimento, comunicação museológica e socialização cultural, promovendo e estreitando os vínculos entre a universidade e a sociedade.

PROGRAMAÇÃO

DOMINGO NA YAYÁ ESPECIAL

24 de fevereiro

BLOCO DE CARNAVAL DONA YAYÁ

Das 18h às 19h

Saída do bloco às 16h30, da sede da União de Mulheres de São Paulo, na Rua Coração da Europa, 1395 (Bela Vista, São Paulo).

Percurso: Rua Conselheiro Carrão, Rua 13 de Maio, Praça Dom Orione, Avenida Rui Barbosa, Rua Conselheiro Carrão, Rua Major Diogo, até a Casa de Dona Yayá.

Abertura da Casa: 10h às 19h

CPC-USP/Casa de Dona Yayá

Endereço: Rua Major Diogo, 353, Bela Vista – São Paulo – SP

Entrada gratuita

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  • Data: 18/02/2019 10:02
  • Alterado:18/02/2019 10:02
  • Autor: Redação
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