MPF pede condenação de aposentado do Ibama que criava mais de 3 mil jacarés
O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul apresentou alegações finais em ação civil de improbidade administrativa contra Gerson Bueno Zahdi, aposentado do Ibama em Campo Grande
- Data: 19/03/2019 12:03
- Alterado: 19/03/2019 12:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
Segundo a ação, Gerson Zahdi respondia pelo Núcleo de Fauna e Recursos Pesqueiros da autarquia, setor que realiza controle, vistoria e concessão de autorizações e licenças relativas aos assuntos da área, ao mesmo tempo em que era proprietário e gestor de um criadouro de jacarés localizado em Terenos (MS), “atividade incompatível com a função pública que exercia”. As informações foram divulgadas pela Assessoria de Comunicação Social do Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul. A Procuradoria informa que Zahdi chegou a ser preso em flagrante em 2011, junto com a mulher e uma filha, por crimes ambientais relacionados à falta de documentação para abate de jacarés e comercialização de carne e couro dos animais.
Na ocasião foram apreendidos 206 animais mortos inteiros, 93 cabeças, 22 pacotes contendo carne de jacaré e 84 peles congeladas salgadas. Em dois galpões do criadouro foram encontrados aproximadamente 3.460 jacarés vivos, de tamanhos diversos, em tanques de alvenaria.
O MPF pede a condenação de Gerson por atos de improbidade administrativa e sustenta que “o réu, servidor público federal sabedor das vedações do cargo que ocupava, administrou e explorou comercialmente, de forma ativa e clandestina, atividade empresarial sem a devida autorização até ser preso em flagrante por infringir leis ambientais”.
“Frise-se que trata-se de pessoa informada, com formação superior, conhecedora das leis administrativas e, principalmente das leis ambientais. Agiu com dolo, plenamente consciente de seus atos e suas possíveis consequências.”