Em Israel, general Heleno se irrita com perguntas sobre palestinos
O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), estava bem-humorado, mesmo depois de uma viagem cansativa
- Data: 01/04/2019 10:04
- Alterado: 01/04/2019 10:04
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Antonio Cruz/Agência Brasil
Distribuiu sorrisos, cumprimentou alguns jornalistas, mas disse que não daria declarações. “Trouxemos o porta-voz”, sorria.
Experiente, Heleno comandou a missão de paz da ONU no Haiti. Dizem que seria ministro da Defesa, mas preferiu o GSI, que está mais próximo do Palácio do Planalto. Ontem, o calejado general se sentia confiante e resolveu passear pelo hotel pela terceira vez, quando foi envolvido pelos jornalistas. “O senhor poderia responder alguma coisa sobre segurança?” – assunto familiar que vira atalho para temas mais desconfortáveis.
O general responde a primeira pergunta, escapa da segunda, mas escorrega na terceira. “O senhor não acha que há um desequilíbrio quando a viagem se concentra em Israel e ignora os palestinos?” Heleno é rápido. “Não. Bolsonaro visitou o Chile e não houve nenhum problema com a Argentina.”
Um dos jornalistas insistiu. “Mas general, quando o presidente Lula esteve aqui…” – no que foi prontamente interrompido por Heleno. A menção ao ex-presidente parece ter deixado o bom general irritado.
Com a classe de um oficial estrelado, ele rompeu o cerco e fincou pé na direção da porta. Antes de sair, porém, se virou para os repórteres e reclamou uma última vez. “Não vamos comparar, não. Pelo amor de Deus, tchau. Não misturem coisas completamente heterogêneas”, falou o mesmo ministro que colocara Argentina e Palestina no mesmo saco geopolítico.