Emily em Paris traz discussões sobre relação entre trabalho e vida pessoal
Nova temporada da badalada série da Netflix estreou em 21 de dezembro e tem muito a ensinar sobre carreira e trabalho
- Data: 22/12/2022 15:12
- Alterado: 15/08/2023 13:08
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Emily em Paris
Crédito:Reprodução Netflix
A 3ª Temporada de Emily em Paris estreou no dia 21 de dezembro na Netflix e fãs do mundo inteiro estão à espera das novas decisões erradas que a protagonista deve tomar, seus romances, estratégias de marketing e, porque não, aventuras. Para além do glamour de Paris, gastronomia e moda, a série traz importantes reflexões sobre carreira e o modo de vida relacionado ao trabalho. Além dos personagens franceses, empresas brasileiras defendem um “novo” significado para o trabalho, entre elas a Woba, plataforma de soluções para escritório, e a Korú, ecossistema de empregabilidade. Confira abaixo.
Viver para trabalhar ou trabalhar para viver? Ao longo das duas últimas temporadas, Emily, vivida por Lily Collins, foi impactada pelo choque de cultura que foi muito além do idioma. O ritmo acelerado da rotina americana não tinha lugar na agência francesa onde começou o trabalho de social media. Expediente na França começava às 10h, os longos almoços eram costumeiros, jornada média de 35 horas semanais, nada de fazer ligações sobre trabalho no fim de semana e nada de falar de trabalho em momentos sociais, mesmo que com colegas e clientes.
Mas, talvez, o maior impacto veio da fala do personagem Luc, interpretado por Bruno Gouery: “Você vive para trabalhar, nós trabalhamos para viver”. Quem acompanha a história percebe que a carreira está no centro da vida de Emily e, no caso, não é bem assim para os franceses da série, onde a ideia é ganhar dinheiro para aproveitar as coisas boas da vida, seja tomando um bom vinho às margens do rio Sena ou em uma viagem de fim de semana, e não morrer de trabalhar.
O que querem os trabalhadores no Brasil – Essa visão chegou com a pandemia. Nos momentos de isolamento social e com a perda de pessoas próximas, até os mais workaholics perceberam a importância de apreciar a vida, as boas companhias e as experiências. Viver a semana em sofrimento ansiando pelo fim de semana, definitivamente não é algo que se quer para a rotina.
“Podemos chamar de tendência, mas já é uma realidade. Os colaboradores querem rotinas mais leves, tempo para curtir a vida e querem se dar bem na carreira, mas sem sacrificar a vida pessoal. Nesse cenário, as pessoas estão trocando facilmente de profissão, cargos e empresas, e optando por carreiras em que o equilíbrio entre os diversos aspectos de suas vidas é mais viável. A preferência para horas flexíveis e trabalho remotos é maior atualmente e as empresas que não se adaptarem vão continuar perdendo talentos, gastando com recrutamento e tendo baixa produtividade. É preciso olhar para as pessoas e saber equilibrar isso com necessidades de negócio”, reflete o especialista em RH e CEO da Korú, Daniel Spolaor. A startup, além de profissionalizar pessoas em cursos de alta demanda, tem criado treinamentos e soluções para as empresas melhorarem seus processos.
Saúde mental – Para Spolaor, a saúde mental ainda é um dos maiores tabus e motivos de desalinhamento entre pessoas e organizações. Ele comenta que há um crescimento do interesse e das pesquisas sobre o tema após a pandemia de Covid-19, uma vez que ela causou o aumento da ansiedade e depressão em 25% em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mas que as ações das organizações nesse sentido ainda são fracas. A maioria dos programas de benefícios são centrados em saúde física, mesmo entre grandes corporações.
De acordo com a OMS e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em relatório publicado neste ano, estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido aos problemas de saúde mental que custam à economia global quase um trilhão de dólares. “Investir na saúde mental dos colaboradores significa manter uma equipe mais equilibrada, focada, feliz e, consequentemente, mais produtiva”, ressalta.
Work-Life Balance – A busca por esse equilíbrio entre carreira e vida pessoal, tanto das empresas quanto dos funcionários, vem sendo chamada de “Work-Life Balance”. O termo se refere à uma vida profissional equilibrada, onde o trabalho não é mais o objetivo central e total do dia, “mas apenas uma parte que soma, multiplica e não subtrai, principalmente porque, nos últimos anos, as pessoas passaram a entender o trabalho como algo que se encaixa na rotina delas e não o contrário. Tudo isso contribui para mais qualidade de vida e bem-estar”, destaca Roberta Vasconcellos, CEO e cofundadora da Woba.
A empresa, antes conhecida como BeerOrCoffee, inclusive mudou seu nome para Woba uma redução do termo “Work-Life Balance”. A plataforma de soluções para escritórios, que inclui o maior marketplace de coworkings do Brasil, teve um crescimento de mais de 387% do número de reservas de 2021 a 2022 e investimento de R$ 50 milhões dos fundos Kaszek e Valor no último ano. Tudo isso exatamente porque as empresas querem encontrar alternativas no modo de trabalho para que os colaboradores tenham mais comodidades e praticidades, como trabalhar perto de academias, da escola dos filhos ou próximo onde mora, evitando longas horas de estresse no trânsito e se cuidando.
“Os modos de trabalho estão vivendo uma transformação e isso é só o começo, veremos essas mudanças com muito mais impacto nos próximos anos. Cabe às pessoas exigirem o que desejam para uma vida mais tranquila e às empresas encontrarem meios de continuar ganhando dinheiro sem afetar a vida e a saúde mental dos colaboradores”, conclui Spolaor.
A prévia da nova temporada de Emily em Paris mostrava que, por mais que a protagonista venha adaptando seu modo de vida, ela irá acumular funções em duas agências de marketing simultaneamente.