Presidente do BC lança alertas para Haddad

Principal alerta foi para o risco da volta de uma "massa grande" de crédito subsidiado para a política de juros e de combate à inflação

  • Data: 16/12/2022 13:12
  • Alterado: 16/12/2022 13:12
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Presidente do BC lança alertas para Haddad

Crédito:Reprodução

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, lançou nesta quinta-feira, 15, uma série de alertas para o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente indicado para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.

O principal alerta foi para o risco da volta de uma “massa grande” de crédito subsidiado para a política de juros e de combate à inflação.

Os recados vêm após a primeira reunião de Haddad com Campos Neto em que conversaram sobre a importância de coordenação da condução da política fiscal, pelo Ministério da Fazenda, com a política de juros do BC. A preocupação com a reedição da política de estímulo ao crédito com taxas subsidiadas, como foi feito durante o governo Dilma Rousseff, entrou no radar no mercado financeiro depois da indicação de Mercadante para comandar o BNDES.

O BNDES foi o epicentro dessa política, com empréstimos bilionários concedidos pelo Tesouro Nacional, que começaram ainda no governo Lula, e que estão sendo devolvidos ao caixa da União desde o governo Temer. A devolução completa ainda não foi concluída.

Apesar de Mercadante ter negado – em conversa com o presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney, revelada pelo Estadão – que esse caminho será adotado, a desconfiança continua e segue impactando os ativos financeiros.

Essa deterioração se somou ao risco de mudanças na Lei das Estatais, patrocinada pelas lideranças do Centrão. Haddad também defendeu foco do futuro governo na política de crédito para o crescimento do País, mas ponderou que será feita com “responsabilidade fiscal”.

Sem citar diretamente o BNDES ou o governo eleito, os alertas de Campos Neto foram feitos ontem durante a apresentação do último Relatório Trimestral de Inflação do ano.

A preocupação com o crédito subsidiado foi também incluída no documento, que traz um panorama completo do cenário econômico e do balanço de riscos para a inflação. Em um dos trechos, o BC fala que as projeções para inflação dependem de considerações sobre a evolução das políticas fiscal e “parafiscal”.

O presidente do BC ponderou que, se houver um aumento muito grande do crédito subsidiado, poderá ocorrer uma reversão desses dois ganhos obtidos nos últimos anos.

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  • Data: 16/12/2022 01:12
  • Alterado:16/12/2022 13:12
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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