Monica Seixas do Movimento Pretas presta homenagens a lideranças negras na Alesp
O evento acontece no dia 30 de novembro na Alesp e conta com mais de 20 homenageados das mais diversas áreas
- Data: 29/11/2022 10:11
- Alterado: 15/08/2023 18:08
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
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Crédito:Divulgação
Acontece no próximo dia 30 de novembro, a partir das 19h, no Auditório Franco Montoro, localizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), evento pertencente ao “Novembro Das Pretas”, organizada pela deputada estadual Monica Seixas reeleita pelo Movimento Pretas, que se trata de uma atividade que homenageia 20 lideranças negras de áreas diversas como literatura, religião, educação, arte, gastronomia, história, bem como saúde pública e mental.
A homenagem ocorre em novembro, mês popularmente reconhecido como Novembro Negro em decorrência de seu dia 20, o qual se comemora o aniversário de morte de Zumbi do Palmares, símbolo histórico de luta e resistência do povo preto. Os escolhidos são lideranças negras em suas respectivas regiões e por todo seu trabalho social, enfrentamento político e resistência devem receber os aplausos da Alesp para continuar construindo trilhas e horizontes para toda uma futura população negra.
“Com este evento queremos homenagear os nossos. Lideranças negras que são potências em seus territórios e são peças-chaves na luta diária contra o racismo e na transformação de vidas”, explica Mônica Seixas.
Mais sobre os homenageados:
Adélia Silva Prates nasceu em Valparaíso, interior de SP, mas precisou ir para a Bahia. Lá trabalhou como doméstica na infância. Aos 19 anos, veio para SP e trabalhou de cozinheira, morando nas residências das patroas. Nessa época, conseguiu estudar, aprendendo a ler e escrever com mais de 20 anos de idade. Mais tarde, se casou e comprou um terreno no Grajaú, zona sul de SP, em um período no qual a região era considerada zona rural. Entre os anos 70 e 80 as mulheres da região, junto com a igreja católica, se articularam para lutar pela infraestrutura do local, tendo Adélia sempre à frente desses movimentos. Ela travou diversas lutas com o poder público em um período em que a ditadura militar empreendia perseguições e mortes dos que se contrapunham a ele. Mesmo assim, essas mulheres conseguiram resolver diversas pautas. Após a ditadura, ela se tornou conselheira tutelar, diretora do SINDSEP e se aposentou como funcionária pública. Atualmente segue envolvida nas lutas pela saúde e pelo seu país, o bairro do Grajaú.
Carolina Duarte de Oliveira Lopes é professora de História, Sociologia e Filosofia na rede pública e particular e coordenadora pedagógica em uma cooperativa educacional. Além disso, é graduada em História e Pedagogia e pós-graduada em Educação Musical, Sociologia, Filosofia e Cultura Africana. Brincante há oito anos da Cultura Popular. Integrante do Coletivo Embaúba é uma das fundadoras do Coco das Águas Doces e do Baque Delas. É também cofundadora do Instituto Fala Preta.
Delvison Faustino é professor da Unifesp e um dos maiores pesquisadores do psiquiatra Franz Fanon no Brasil.
Edna Aparecida Oliveira Santos, a Dona Edna, é natural de Minas Gerais, mas se mudou para Jundiaí, interior de São Paulo, ainda na infância, após perder a mãe. Ao longo da adolescência e juventude, também perdeu o pai e sua avó. Teve que criar os irmãos e ajudar a sustentar a família desde nova. Começou a trabalhar aos 13 anos. Após se tornar mãe realizou o sonho de ser cozinheira e foi quando descobriu uma forma de ajudar as pessoas. Tornou-se então presidente do Clube 28 de Setembro, clube da dança para terceira idade da comunidade negra de Jundiaí, onde salvou o clube de seu fechamento. Enfrentaram a pandemia e hoje seguem funcionando e cultivando a cultura local, além de gerar empregos na região e oferecer lazer aos idosos da cidade.
Elias Soares Farias, 59 anos, nascido em Quinta do Sol (PR), é licenciado em Letras, Bacharel em Teologia, Pós-graduado em Literatura Brasileira e Pós-graduando em História e Cultura Afro-brasileira e Ciências da Religião. Iniciou sua carreira de escritor em 2004 – ano em que foi ungido pastor – escrevendo para a Revista “O Poder da Oração”; em 2007 publicou seu primeiro livro “O espetáculo em nome da fé” pela editora Scortecci – SP; em 2011 fez publicações na revista evangélica “O Toque”, onde atuou, também, como revisor; entre 2012 e 2013 publicou, através do pseudônimo Danilo Corrêa, dois romances em formato digital: “Tulipas Pretas” – Amazon e “Anjo de Fogo” – Clube dos Autores. Em 2019, em parceria com Laercio Amorim e Hailton Torquato, publicou o livro “Medo, culpa e benção – A lógica do movimento evangélico que controla os fiéis”, produção independente. Em 2021, em nova parceria, agora com o pastor JP Berlofa, publicou, pela editora Recriar, “O Negro Nazareno”, onde critica o racismo e outras formas de opressão presentes no cristianismo, e apresenta um Cristo mais comprometido com as questões sociais.
Elly Bayó é Mãe, educadora das infâncias, professora universitária e Conselheira municipal de educação na luta por uma educação decolonial.
A Profa. Dra. Eunice Aparecida de Jesus Prudente possui graduação em Direito (1972) e pós graduação, mestrado (1980) e doutorado (1996) todos pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. É autora da primeira tese que propõe a criminalização da discriminação racial, aprovada em 1980 e publicada no livro “Preconceito Racial e Igualdade Jurídica: a cidadania negra em questão” pela Editora Julex, em 1989.
Integrou a Frente das Mulheres Feministas convivendo e aprendendo com Professoras de civismo e política, Ruth Cardoso, Eva Blay, Marta Suplicy, entre outras, inclusive a atriz e teatróloga, Ruth Escobar. Foram nessas reuniões e debates do movimento negro onde se firmou como feminista.
Para sua conscientização política, foi muito importante o ativismo do movimento negro, bem como o convívio com as pensadoras do feminismo negro Sueli Carneiro e Léa Gonzalez. Advogada, com atuação ativa na Ordem dos Advogados do Brasil, vem integrando o conselho estadual, diretoria da ESA OAB SP, várias comissões, e a diretoria na gestão (2001-2003).
Fatima do Carmo Silva Santos, a professora Fátima é fundadora, ex-presidente e uma das mais proeminentes ativistas da União Negra Ituana, Unei que desde 1992 se dedica à promoção da história, cultura e religiosidade negra na cidade de Itu.
Hainra Asabi é travesti, professora de rede pública do Estado de São Paulo, arquiteta, Mestra pela Unesp e ativista dos movimentos LGBTQIA+ e Negro.
Imaculada Maria da Conceição Gomes Favini é de Vasconcelos do Rio Branco, Sul de Minas Gerais. É integrante da comunidade Bom Jardim, que se trata de Quilombo de refugiados. Reside em Peruíbe há 26 anos, e se considera uma “quilombista”. “Continuo minha tradição, respeito aos nossos mais velhos e toda nossa trajetória de vida.
Mas seus feitos não param por aí, também é fundadora da “Associapães”, projeto que promove profissionalização na área da panificação. A convite da prefeitura também leciona e leva empreendedorismo à população local, bem como é integrante do movimento negro, social e participa da economia solidaria em seu territorio que é voltada à mulheres negras, pescadoras e indígenas.
Iya Neide Ribeiro é natural de Jaboticabal, interior de São Paulo, atualmente tem 80 anos.É conhecida nacionalmente por Mãe Neide, tendo iniciado sua vida religiosa no Culto aos Orixás, em 1964, em São Paulo/SP e em 1988, em Ribeirão Preto, interior do estado. Inaugurou a Egbe Awo Ase Iya Mesan Orun (Comunidade Religiosa da Mãe dos Nove Mundos), onde vive até os dias de hoje. Fundadora do Centro Cultural Orunmilá e do Afoxé Omó Orunmilá que faz abertura Oficial do Carnaval de Rua de Ribeirão Preto desde 1996. Especialista em Ewé (Folha), valorizando folhas e plantas sagradas, bem como seus segredos, efeitos e aplicações. Adepta do provérbio Africano Kosí Ewé, Kosí Òrisà (Não tem folha, não tem Orixá). É também especialista em culinária africana.
Ivani Oliveira é professora universitária e vice presidente do Conselho Nacional de Psicologia
Jacque Cipriany é Rapper, compositora, advogada e ativista na defesa da criança negra.
Jupiara Castro é Fundadora do Núcleo de Consciência Negra da USP, ex-diretora da FASUBRA Sindical, atualmente é responsável pelo departamento de recursos humanos do Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa (CSEB) da Faculdade de Medicina da USP, trabalha na universidade desde 1985.
Katiara Oliveira é Rapper e ativista de rede contra o genocidio do povo preto
Kiusam de Oliveira é conhecida, nacional e internacionalmente, pela força e representatividade de suas obras, com histórias que trazem uma abordagem extraordinária de questões étnico-raciais e diversidade de gênero.
Lenny Blue de Oliveira é mãe e avó. Advogada, jornalista, ativista racial, feminista e escritora. Cofundadora do Movimento Negro Unificado, atual 1ª Vice-Presidente da Comissão de Verdade e Memória da Escravidão negra da OAB-SP, membra do IANB – Instituto Advocacia Negra Brasileira, marchante da Marcha das Mulheres Negras São Paulo, integrante do bloco Ilú Obá de Min. Praticante te de Afro Chi. Pesquisadora e eterna aprendiz interseccional, com publicações diversas no campo de Envelhecimento do povo negro.
Maria Sylvia de Oliveira é advogada e atua na área de Direitos Humanos, Questões de Gênero, Raça e Etnia e no enfrentamento à violência contra a mulher e violência doméstica e familiar. É pós-graduada em Direito Empresarial e em Direito Tributário, além de ser sócia e atual Presidente do Instituto da Mulher Negra – Geledés. Militante no Movimento Negro e Feminista Negro desde 1994, é também a atual Presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/SP e Coordenadora Regional do Curso Promotoras Legais Populares, projeto que visa a capacitação de Lideranças Femininas Comunitárias em direitos humanos e direito das mulheres.
Silvio Cesar Apolinario de Oliveira, conhecido carinhosamente como Silvão, é funcionário do Centro Acadêmico XI de Agosto e da Casa do Estudante, da Faculdade de Direito da USP. Atuou como peça chave em diversas mobilizações da Faculdade e sempre esteve ao lado dos estudantes na defesa de seus direitos e de uma universidade mais democrática.
Tetê Oliveira é mulher negra, militante PCD e LGBTQIA+, fundadora do coletivo Juntos e Juntas Bauru, cofundadora e sócia do Grupo FMC – Formando Mentes Coletivas. Desde os nove anos de idade foi diagnosticada com LES, Lúpus Eritematoso Sistêmico. Por conviver com a doença sabe a importância do SUS para a população periférica. A atuação política vem das inquietações das Jornadas de Junho de 2013 e se transformou em desejo de mudança da realidade política popular em Bauru, criando assim a necessidade de ampliar as frentes de batalha para garantir a dignidade à população bauruense.
Thyago Cezar é negro, pessoa com deficiência reabilitada, advogado, Mestre e Doutorando pelo programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP em Bauru. Nasceu na capital paulista, mas é bauruense de coração.
Nascido com Fissura Labiopalatina, anomalia que acomete aproximadamente meio milhão de brasileiros(as), Thyago, ressignificou as dores sofridas pelas suas mais de duas décadas de tratamentos ininterruptos para a sua reabilitação, num esforço que vem unindo o país todo para conquista e efetivação de direitos à saúde, educação e inclusão da Pessoa com Deficiência, desenvolvendo intensos trabalhos através da Rede Nacional de Associações de pais e pessoas com Fissura Labiopalatina (REDE PROFIS).
Vera Delfina da Costa Santos Galdino é de São Paulo / SP, com formação em Estudos Sociais, Pedagogia, Psicopedagogia e Docência. Atuando em Barueri e na capital paulista, leciona e é também atua como coordenadora pedagógica. Além disso, também exerce o ofício de atriz, sendo mais conhecida como Vera Africana desde 1973. É militante atuante sendo cofundadora da ANID/Movimento Negro de Barueri, participa também das ações da Unegro/Barueri e é inscrita no MNU/SP, tendo participado do Fórum das Mulheres Negras do estado de S.Paulo e participa dos grupos de Mulheres Carolina Ma de Jesus, e Mulheres da Educafro.