Novembro Azul também é mês de alerta sobre diabetes e suas complicações

Retinopatia diabética é a maior causa de cegueira na população abaixo dos 60 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde

  • Data: 15/11/2022 11:11
  • Alterado: 15/08/2023 19:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Opty
Novembro Azul também é mês de alerta sobre diabetes e suas complicações

Controle do açúcar no sangue é fundamental para a prevenção da retinopatia diabética

Crédito:Divulgação

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O Novembro Azul ganhou destaque pelo foco na saúde masculina e conscientização sobre o câncer de próstata. Contudo, nos últimos tempos, por conta do Dia Mundial do Diabetes (14/11), também virou sinônimo de combate ao diabetes. O Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de adultos com a condição (20 a 79 anos). A estimativa da incidência da diabetes em 2030 chega a 21,5 milhões – dados do Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF). Uma das consequências da falta de controle de açúcar no sangue pode ser a retinopatia diabética, lesões na retina que podem levar à baixa visão ou cegueira.

Dr. Renato Braz Dias, especialista em retina e vítreo do Hospital de Olhos INOB, empresa do Grupo Opty em Brasília, responde as principais dúvidas sobre retinopatia diabética e a luta contra um inimigo muitas vezes desconhecido pelo paciente.

Afinal, o que é retinopatia diabética?

Retinopatia diabética é o nome da condição causada pelo diabetes que afeta o fundo do olho, mais especificamente a retina – essa é a camada que reveste o olho internamente e é formada por células nervosas, e é onde a imagem se forma e será encaminhada pelo nervo óptico para o cérebro. A retinopatia diabética é a condição vascular da retina mais comum. O diabetes só vem aumentando: se considerarmos que em torno de 7% da população brasileira tem diabetes, dado da Sociedade Brasileira do Diabetes, estamos falando algo em torno de 15 milhões de pessoas. E 40% delas tem algum grau de retinopatia diabética. É uma condição potencialmente grave, podendo levar à cegueira, se não tratada adequadamente. Cerca de 2% das pessoas com diabetes são cegas, muitos deles ainda em idade produtiva. É, portanto, uma condição que tem um impacto social muito grande.

Quais os principais fatores de risco da retinopatia diabética?

O principal fator de risco é o tempo em que a pessoa tem diabetes. Quanto maior o tempo, maior o risco de desenvolver retinopatia. Eu diria que cerca de 90% dos pacientes que convivem há 30 anos com o diabetes tem sequelas oculares. Outro fator é o controle da diabetes. Se a pessoa não faz o controle de açúcar no sangue, o risco de ter a retinopatia, até de forma precoce, cresce. Outro fator que compromete ainda mais é a hipertensão arterial, assim como, em menor grau, a anemia.

Também vale um alerta especial para as gestantes que têm diabetes: é preciso acompanhar com atenção o controle glicêmico, porque há a tendência de uma evolução mais rápida da retinopatia durante a gestação.

Qual o sinal mais precoce de retinopatia diabética?

O sinal mais precoce da retinopatia diabética apontado nos exames são os microaneurismas, pequenos defeitos nos capilares da retina. Já o primeiro sintoma, perceptível para o paciente, é o embaçamento visual. O grande problema é que, no começo da retinopatia, embora essas pequenas alterações possam ser diagnosticadas no exame, não são percebidas pela pessoa. Por isso é tão importante o acompanhamento regular com o oftalmologista e a realização de exames preventivos.

É possível prevenir a condição?

Não é possível evitar totalmente a retinopatia, mas podemos minimizar, adiar o seu surgimento. Então, se a pessoa tem o controle adequado de glicemia, colesterol e níveis adequados de pressão arterial, vai demorar mais tempo para a retinopatia se manifestar, embora ela não esteja livre de ter complicações. E, além disso, o fundamental é o início precoce do tratamento, para controle apropriado da condição e evitar complicações mais graves.

Retinopatia diabética tem cura? Quais os tratamentos possíveis e novidades no combate à condição?

A retinopatia diabética não tem cura. Ela tem controle e tratamento adequado. Hoje, quem faz o controle adequado e o acompanhamento oftalmológico corretamente, dificilmente evolui para a cegueira. Porém, infelizmente, ainda há muitas pessoas perdendo a visão, pois vão procurar ajuda quando o comprometimento é praticamente irreversível.

Atualmente, o tratamento se baseia em três pilares: fotocoagulação retiniana a laser; um tratamento mais moderno chamado terapia antiangiogênica, com medicação intraocular que combate as complicações da retinopatia diabética e que tem demonstrado grande eficiência em seu controle; e, em estágios mais avançados, o procedimento cirúrgico, denominado vitrectomia, que consiste na remoção de parte ou da totalidade do humor vítreo e sua substituição por uma substância salina. Mas, sem dúvida, o melhor tratamento é sempre o precoce, a visita anual ao oftalmologista para os exames de rotina.

Durante todo o mês, o Grupo Opty promoverá a conscientização sobre a importância do controle do diabetes, com publicações e lives em suas redes sociais, tirando dúvidas sobre a retinopatia diabética. Acompanhe em @grupo_opty no Instagram.

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  • Data: 15/11/2022 11:11
  • Alterado:15/08/2023 19:08
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