Jovens se capacitam no projeto Curta Química e Natureza

Cerca de 100 pessoas participaram do evento de encerramento da 10ª edição do projeto Curta Química e Natureza, realizado na tarde de 9 de julho, no Teatro Municipal de Rio Grande da Serra. Além dos participantes, compareceram ao local familiares dos alunos e representantes das instituições que viabilizaram as capacitações em educação socioambiental ao longo de oito meses, como a ONG (Organização Não Governamental) A Rocha, a empresa Solvay Indupa e a associação Aprisco (Associação de Presbiterianos para Inclusão Social Comunitária em Defesa da Vida).

Durante a cerimônia foram exibidos três curtas-metragens produzidos por 11 jovens de 16 a 18 anos que atuaram no eixo do projeto que ofereceu capacitações de vídeo e técnicas de filmagem. Com foco na Mata Atlântica e na biodiversidade que envolve Rio Grande da Serra e região, os participantes retrataram nos filmes os temas “A água nossa de cada dia” – que abordou a crise hídrica no Estado de São Paulo; “A arquitetura sustentável” – que discutiu o impacto da construção civil na geração de resíduos; e “Plantas: Medicamentos Naturais” – que apresentou o conhecimento popular a respeito do uso de ervas para o tratamento de diversas doenças.

 “O objetivo do projeto foi sensibilizá-los para as riquezas naturais que estão no quintal desses alunos e que eles não percebem. Despertar essa consciência ambiental por meio da vivência, e mostrar que estamos no meio do que ainda restou da Mata Atlântica, foi a maior recompensa que tivemos”, explicou Raquel Arouca, coordenadora de projetos da ONG A Rocha. Ela destacou que nesta edição do Curta Química e Natureza as atividades orientadas aconteceram fora do ambiente da sala de aula, o que enriqueceu ainda mais o aprendizado.

Polliana de Melo, 17 anos, participou das aulas sobre técnicas de roteirização, produção, filmagem e edição. Ao ver os três vídeos que foram criados por ela e seus amigos, a estudante lembrou os desafios que superaram para transmitir a mensagem de preservação e sustentabilidade. “Com o tempo eu comecei a ajudar os outros alunos e juntos aprendemos muitas coisas que vamos utilizar na nossa vida, como o trabalho em grupo e a importância do meio ambiente para a sociedade. Foi uma experiência muito positiva e que agregou na nossa formação”, afirmou. Os curtas-metragens serão distribuídos em escolas e bibliotecas para utilização como material didático.

O projeto também realizou atividades de educação ambiental semanalmente para 28 alunos com idades entre nove e 11 anos, moradores de Rio Grande da Serra, na Aprisco. Esses estudantes receberam certificados de participação ao final do evento. “Apresentamos temas como biodiversidade, solo, água e resíduos, e conseguimos estimular o contato direto com a natureza. Percebemos o impacto que essas atividades em ambiente aberto tinham nelas e, ao longo das capacitações, disponibilizamos mais tempo livre para brincadeiras”, destacou Raquel.

Para Inês Avelino, 56 anos, o contato com a natureza ensinou ao seu neto Otávio, 11 anos, valores e conhecimentos que ele irá carregar ao longo da vida. “Esse tipo de trabalho é muito bom para eles, porque abre a cabeça, desenvolve a mente. Ele gostava tanto que não faltava a nenhuma aula”, declarou. O sentimento de gratidão também foi percebido em outros familiares que estavam no local, como a auxiliar de limpeza Guiomar Maria Gonçalves, tia do Eric, 10 anos, aluno do projeto. Para ela, outra iniciativa como esta seria muito bem-vinda. “Se tivesse de novo ele com certeza iria participar, porque gostou muito do que aprendeu sobre a natureza”, contou.