Balanço da Brock – 01/11/2022

Bolsonaro reconhece derrota 

Passadas quase quarenta e oito horas do resultado oficial das eleições, o presidente Jair Bolsonaro deu hoje, por volta das 16h40, seu pronunciamento após a derrota nas urnas. Foram pouquinho mais de 2 minutos. Bolsonaro agradeceu os mais de 58 milhões de brasileiros que votaram nele e afirmou que ”os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser o da esquerda, que sempre prejudicaram a população como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir. A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos que nunca. Somos pela Ordem e pelo Progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra. Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o lider de milhões de brasileiros que como eu defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira. Muito obrigada”, terminou Bolsonaro, saindo sem dar mais declarações e sem responder questionamentos da imprensa. 

Riscos

A demora em fazer seu discurso público para agradecer os 58.206.354 votos que teve no último domingo, mas que não foram suficientes para o reeleger, vinha sendo considerada uma atitude nada republicana, uma vez que é tradição em países democráticos o candidato derrotado vir à público reconhecer a derrota e desejar um bom governo ao próximo governante, seja de qual esfera for. Bolsonaro não desejou um bom governo a Lula. E deixou claro que buscará liderar a oposição ao futuro governo. 

Isolamento 

Nos bastidores políticos, a conversa que circula é que, se a intenção era mostrar a força política de Bolsonaro no país, o presidente correu o risco de ficar isolado, pois governadores que o apoiaram no segundo turno como Romeu Zema, de Minas Gerais, e Rodrigo Garcia, de São Paulo, dois dos maiores colégios eleitorais do país, além de lideranças políticas, como prefeitos e deputados, se posicionaram contra os bloqueios dos caminhoneiros nas principais rodovias e entradas das capitais do país. Hoje, os governadores solicitaram ajuda às forças de segurança de seus estados para a desobstrução de todas as vias. 

E não são somente lideranças políticas que se manifestaram contrários ao movimento. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) publicou hoje uma nota de repúdio aos protestos de bolsonaristas que bloqueiam rodovias em todo o país e classificou a ação como um ato antidemocrático. 

Trabalhadores de Logística repudiam movimento

Diz a nota da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística: “Vivenciamos uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos de não aceitação do resultado das urnas. Precisamos respeitar o que o povo decidiu nas urnas: a vitória de Luis Inácio Lula da Silva”. Assina a nota o diretor da Confederação, Carlos Alberto Liti Dahmer, que é caminhoneiro autônomo de Ijuí (RS). 

Pode dar ruim

Não se pode afirmar que o movimento tem o aval ou mesmo a orientação do presidente Jair Bolsonaro ou de seus aliados políticos, mas o que se pode afirmar é que se os manifestantes insistirem em continuar atrapalhando o país com o movimento, o presidente Jair Bolsonaro, mesmo depois de ter conquistado quase metade dos votos válidos no país, corre o risco de deixar seu governo da pior forma. 

Transição 

Logo após o discurso do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou que o processo de transição será feito de acordo com os prazos e as normas estabelecidas. Mas não deu maiores detalhes de como o governo tratará do assunto. O ex-governador de São Paulo e futuro vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, foi designado pelo presidente eleito Lula para ser o coordenador do grupo de transição do futuro governo. 

Diplomático

Marcelo Lima (Solidariedade), vice-prefeito de São Bernardo eleito deputado federal, por meio de vídeo divulgado em suas redes sociais, na tarde de ontem cumprimentou os governantes eleitos em segundo turno das eleições, em especial, pela vitória na disputa ao Governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), além de falar do exercício da democracia que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para novo mandato de presidente. “A democracia é isso, a eleição se ganha pela maioria”, disse.

Marcelo Lima em seus discursos tem falado da necessidade de se trabalhar em conjunto com a bancada de deputados da região do Grande ABC e assim garantir a união das sete cidades, diante do resultado da eleição mais polarizada da história do Brasil. Na tarde de hoje, Marcelo esteve na Câmara de São Caetano para uma visita aos vereadores e para colocar seu mandato à disposição dos edis. 

Articulação

Considerado um bom articulador político, se colocar em prática a tarefa de unir a bancada da região, Marcelo Lima terá bastante trabalho. Em São Bernardo foram eleitos 3 deputados federais, nomes potenciais para entrarem na disputa para o cargo de prefeito nas eleições de 2024. Além do próprio Marcelo, foram eleitos Alex Manente, que já foi candidato a prefeito por São Bernardo, perdendo para o atual prefeito Orlando Morando, e Luiz Marinho, ex-ministro, que foi por dois mandatos prefeito de São Bernardo. Além dos três federais, São Bernardo reelegeu a deputada estadual Carla Morando, primeira-dama da cidade. Quatro políticos de peso que certamente terão seus nomes colocados no tabuleiro das disputas para o próximo pleito na cidade.