Univesp forma mais de 5 mil alunos em 2022
Matrículas na modalidade a distância supera as da educação presencial no Brasil; Inclusão proporcionada pelo método é um dos principais atrativos
- Data: 06/09/2022 11:09
- Alterado: 15/08/2023 23:08
- Autor: Redação
- Fonte: Univesp
80% dos alunos da Univesp têm mais de 25 anos e mais de 35% são responsáveis pela renda familiar
Crédito:Divulgação/Univesp
A Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), formou de janeiro a agosto de 2022, 4.188 alunos de Licenciaturas e Engenharias e 870 de Tecnologia em Gestão Pública, curso ofertado em parceria com o Centro Paula Souza (CPS). O grande número de formandos revela o alto índice pela procura da Educação a Distância (EaD). De acordo com dados do Senso da Educação Superior de 2020, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), nos últimos dez anos, a modalidade cresceu 428%. Em 2020, houve um aumento de 26% de ingressantes na EaD em comparação com 2019, chegando a 2 milhões de estudantes.
Segundo o presidente da Univesp, professor Rodolfo Azevedo, a inclusão proporcionada pelo método e a flexibilidade são fatores determinantes para a busca da graduação. “Por meio da EaD podemos levar ensino superior de qualidade a lugares remotos. A Univesp, por exemplo, está presente em 416 polos de 360 municípios, em todas as regiões administrativas do Estado. Muitos cidadãos encontram oportunidade de formação sem deixar as suas cidades. Em 2022, realizamos uma pesquisa com 1.873 formandos, do total, mais de 85% destacaram que trabalham ou possuem uma atividade remunerada”, ressalta.
De acordo com dados coletados durante a efetivação das matrículas, 80% dos alunos da Univesp têm mais de 25 anos e mais de 35% são responsáveis pela renda familiar, como é o caso da formanda Vandicleide da Silva Barros, 42, do polo de Borborema, que se formou em Pedagogia, em fevereiro. A pedagoga é funcionária da prefeitura na área de limpeza e mãe de quatro filhos. “Encontrei uma forma de me graduar. No começo foi bem difícil, como não tinha recursos para comprar computador, passei um ano estudando pelo celular, só depois consegui comprá-lo. Minha rotina era bem corrida, fazia meu turno na Prefeitura das 07h às 17h. Depois cuidava da casa e das crianças, e quando iam dormir, estudava Pedagogia. Meus finais de semana também eram preenchidos com muito estudo. Sou a primeira da família a ter graduação. Agora faço pós-graduação em Psicopedagogia e estudo para um concurso público que deve abrir, em breve, na minha cidade”, completa.
O último vestibular de 2022, que destinou 31.125 vagas em nove cursos de graduação para 347 municípios de São Paulo, também apontou que 74% dos que prestaram o processo seletivo vieram de escolas públicas, desses 56% eram mulheres e 43% se declararam Pretos, Pardos e Indígenas (PPIs) e 80% são a primeira geração da família com ensino superior.
O graduado em Engenharia de Computação, do polo de São José dos Campos- Parque Tecnológico, da Univesp, Antônio Roxo, 53, encontrou no método a distância a solução para a graduação. Ele já possuía formação técnica em eletrônica e atualmente é suboficial especialista em Eletrônica, do Instituto de Aeronáutica e Espaço. “Não foi fácil retornar aos estudos depois de tanto tempo. Com 53 anos, tive que organizar uma rotina de trabalho, estudos e família. Estou muito feliz por ter conseguido. O método exige autodisciplina. A modalidade nos impõe mais determinação, dedicação aos estudos e atividades em dia”, explica.
Para Azevedo, as pessoas também dão preferência a metodologia devido a carga horária das disciplinas, a flexibilidade dos horários e a autonomia do aluno para estudar. A formanda em Engenharia de Produção, Ana Carolina Fonseca, 36, que já é graduada em Química pela Universidade Federal de Juiz de Fora, viu na Univesp a possibilidade de ampliar seu leque profissional. A engenheira, que foi aluna dos polos de Butantã, na capital, e Osasco, explica como foi conciliar a maternidade com os períodos de aula. “Quando ainda estava de licença da minha primeira gestação, resolvi prestar vestibular e no meio do curso engravidei do meu segundo filho. Estudava quando dormiam, nos momentos da amamentação e assistia às aulas durante uma tarefa ou outra. Mas consegui me formar em cinco anos. É muito válido dedicar duas horas por dia para uma atividade que vai te enriquecer profissionalmente e deixar mais preparada para disputar boas vagas no mercado de trabalho”, conclui a formada que atualmente é aluna de Doutorado da USP, no Departamento de Engenharia Química e bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).