Hospital Bom Pastor promove ações de saúde no Dia Internacional dos Povos Indígenas
Unidade é referência de atendimento para mais de 50 aldeias da região e se destaca por atuação humanizada
- Data: 10/08/2022 09:08
- Alterado: 10/08/2022 09:08
- Autor: Redação
- Fonte: Hospital Bom Pastor
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
No Dia Internacional do Povos Indígenas, celebrado nesta terça-feira (9), o Hospital Bom Pastor (HBP), unidade própria da Pró-Saúde na região Norte do Brasil, realizou ações de conscientização em saúde. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1995, como forma de garantir condições dignas aos povos indígenas.
A programação contou com palestras focadas em saúde da mulher e da criança, e teve como público-alvo pacientes e acompanhantes em atendimento na unidade e na Casas de Apoio a Saúde Indígena (CASAI) local. Diferente de hospitais dos grandes centros urbanos, o Bom Pastor é referência no atendimento à saúde indígena para mais de 50 aldeias na região de Guajará-Mirim, em Rondônia, onde 90% do acesso é por meio fluvial.
Um dos temas abordados neste ano foi a importância do exame Citopatológico do Colo Uterino, popularmente conhecido como Papanicolau, principal estratégia para a detecção precoce de câncer do colo do útero.
“Escolhemos esse tema pois identificamos que as pacientes indígenas ainda se sentem desconfortáveis em realizar a coleta do exame, por vergonha ou falta de informação. É um exame importante para a saúde da mulher e buscamos conscientizá-las por meio da informação”, explica Bianca Abiorana, enfermeira da unidade.
De acordo com o Ministério da saúde o câncer de colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina – sem considerar os casos de pele não melanoma –, atrás apenas do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Além disso, a programação contou também com uma palestra sobre desnutrição infantil. De acordo com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), no Brasil, cerca de 30% das crianças indígenas são afetadas por desnutrição crônica. Além disso, meninas e meninos indígenas têm duas vezes mais risco de morrer antes de completar um ano de vida do que as outras crianças brasileiras.
“Recentemente recebemos crianças com baixo peso e desnutrição, e observamos que o problema está relacionado aos hábitos alimentares, por isso, abordar o tema com as mães é tão importante”, enfatiza Bianca.
O Hospital Bom Pastor realiza consultas, exames, cirurgias, partos e internações, com estrutura pensada especialmente para o público indígena e se destaca na atuação humanizada em um lugar remoto do país.
Preocupados em promover serviços que fossem adequados a cultura indígena, a unidade oferece recursos específicos, como intérprete com fluência no dialeto das tribos, respeito aos hábitos alimentares, redes no lugar das camas hospitalares e até mesmo uma oca indígena, construída na parte externa.
No Bom Pastor cerca de 40% do atendimento prestado é para a população indígena. “Para nós, entender, respeitar e incorporar a cultura dos indígenas são os primeiros passos para prestar um atendimento de saúde com qualidade para essa população. Temos como valor institucional na Pró-Saúde a humanização e trabalhamos diariamente para acolher de forma integral todos os nossos pacientes”, destaca Geraldo Fonseca, diretor Hospitalar da unidade.