Saiba como uma educação positiva pode transformar a relação com os filhos
Aplicar estes princípios com os filhos é permitir que todos possam participar dos processos e que o diálogo possa estar sempre em primeiro plano
- Data: 09/08/2022 11:08
- Alterado: 09/08/2022 11:08
- Autor: Redação
- Fonte: UDF
Crédito:Reprodução
Educar os filhos é uma importante missão dos pais e responsáveis, pois prepara de forma única os seres humanos para o mundo. A educação que acontece em casa, no seio da família, impacta em todos os sentidos e aspectos da vida de alguém, desde as relações pessoais, como as sociais, culturais, políticas e financeiras.
A professora Janete Cardoso dos Santos, do curso de Pedagogia do Centro Universitário do Distrito Federal – UDF, explica que o termo ‘Educação Positiva’ surgiu no início de 2008, durante um encontro entre Seligman e membros da equipe da Geelong Grammar School (GGS), escola australiana que foi a primeira no mundo a implementar os princípios da Psicologia Positiva em toda a instituição de ensino (Norrish, 2015). Na literatura, entretanto, o termo aparece pela primeira vez em 2009, no artigo Positive Education: positive psychology and classroom interventions, de Seligman.
“Aplicar os princípios da Educação Positiva com os filhos é oportunizar que todos possam participar dos processos e que o diálogo possa estar sempre no primeiro plano. Com isso, as dimensões das cobranças que tem sido bastante recorrente em nosso tempo, possam ser colocadas no plano do planejamento entre pais e filhos. Olhar os filhos como sujeitos capazes de pensar e expressar os sentimentos, desejos e vontades é muito importante para que aconteça o engajamento nas ações”, diz a pedagoga.
Existem algumas ações que podem contribuir para estreitar a relação com os filhos, como planejar a vida e responsabilidade em conjunto, assistir filmes em família, ajudar a arrumar os brinquedos, preparar a comida junto dos pais ou responsáveis, desenhar, caminhar e tudo o que possibilite que a criança se sinta acolhida e prestativa. “Além disso, é importante entender que a nossa sociedade está estruturada com a perspectiva da cobrança e de uma performance, onde muitas vezes não há lugar para o erro. Para o desenvolvimento saudável é preciso ter a possibilidade da tentativa e do erro. Um exemplo disso é deixar a criança comer com as próprias mãos. No começo, ela irá se sujar, deixar cair comida no chão, mas ela precisa do movimento para o seu desenvolvimento. Quando maior, com as tarefas da escola, corrigir as avaliações em conjunto para perceber como ela construiu a suas respostas e pensar outras possibilidades para as respostas. É importante para ampliar as possibilidades para resolver uma questão.”
Há quem acredite que a disciplina positiva gera falta de limites nas crianças e adolescentes, porém o que ela propõe é não reprimir. O limite precisa ser construindo com a criança e não imposto. Ocorre que temos uma tradição de educação muito forte na imposição da autoridade e isso por vezes tem trazido certas confusões. O adulto precisa estabelecer os limites, porém eles precisam estar na função de cuidado e não de limitadores.
Segundo a docente, uma das maiores dificuldades trazida pelos pais e responsáveis é não ter tempo para se dedicar a uma educação mais propositiva com o diálogo e manter a calma com os filhos, além de não saberem como abordar as questões do dia a dia. “Acredito que os pais precisam de apoio, de orientações e estudos para compreender o contexto e as possibilidades na educação dos filhos, assim como encontrar formas de observar o que acontece com os filhos. Exemplo: observar como os filhos brincam, como se relacionam, como expressam os sentimentos etc. É preciso criar espaço e vínculo para estabelecer relações seguras.
A professora Janete Cardoso dos Santos, do curso de Pedagogia do UDF, finaliza dizendo que “Estamos passando por mudanças significativas na forma de organização social e nos processos de aprender, minha sugestão é que os pais não tenham medo de buscar ajuda seja ela da forma que for: estudos, grupos de trocas e partilhas, ajuda de profissionais especializados. Educar as crianças requer revisitar as nossas próprias experiências, nossa educação e nossos valores.”