Casos de dengue explodem no Brasil
Infectologista consultora do Minuto Saudável explica a doença e aponta cuidados e medidas de combate ao mosquito transmissor
- Data: 06/06/2022 13:06
- Alterado: 06/06/2022 13:06
- Autor: Redação
- Fonte: Minuto Saudável
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Crédito:Divulgação
Segundo boletim recém-divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrou este ano 382 mortes por dengue até o dia 21 de maio. Ao longo de todo o ano de 2021, foram registrados 246 óbitos. Estes dados apontam para um aumento significativo nas mortes causadas pela doença este ano. Com relação aos casos de dengue, segundo boletim do mesmo Ministério, divulgado no início de maio, o País registrou aumento de 113,7% nos casos da doença (542.038 casos prováveis) de 2 de janeiro até 23 de abril, em relação ao mesmo período do ano anterior. As regiões mais afetadas pela incidência de dengue são a Centro-Oeste, seguida pelas regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste.
“Os dados indicam um surto da doença adentrando o outono. Em geral, o verão é a época mais propícia para uma luz vermelha acender em relação aos casos de dengue, zika e chikungunya. Altas temperaturas e chuvas favorecem o aumento da população do vetor com um duplo resultado: em contato com a água das chuvas, os ovos colocados há semanas ou meses podem eclodir e dar origem a milhares de novos mosquitos transmissores (Aedes aegypti). Ao mesmo tempo, com as chuvas, aumenta a oferta de criadouros para as fêmeas do Aedes colocarem seus ovos”, explica a Dra. Márcia Lima Dantas, Infectologista consultora do Minuto Saudável.
Segundo a médica, o diagnóstico correto se dá por meio de exame clínico seguido de exames laboratoriais. “Especificamente sobre dengue, a infecção ocorre em três fases. A fase febril, que ocorre com o aumento da quantidade viral, é associada a sintomas inespecíficos. Essa fase se resolve em três dias. Na fase crítica, ocorre o aumento da permeabilidade dos vasos do organismo, o que pode desencadear complicações. É nessa fase, quando a febre não aparece mais, que podem ocorrer sinais de que a infecção está evoluindo para um quadro grave, portanto é indispensável realizar acompanhamento médico. E na fase de recuperação, há aumento na quantidade urinária e a resolução dos sintomas característicos do estágio crítico”, descreve a Dra. Márcia.
Sintomas e tratamento da dengue
Os sintomas são febre alta (39ºC a 40ºC), de início repentino, associada a dor de cabeça, prostração, dores musculares, nas juntas e atrás dos olhos, vermelhidão no corpo (exantema) e coceira. “Perda de apetite, náuseas, vômitos e diarreia não volumosa podem estar presentes, mas são menos frequentes”, explica a especialista.
“O atendimento médico deve ser iniciado assim que aparecerem os primeiros sinais, pois com o devido acompanhamento profissional é possível identificar sinais de agravamento da doença. E é importante ressaltar que nos casos de dengue não é recomendado o uso do ácido acetil salicílico (AAS), devido ao risco de hemorragia. Os medicamentos precisam ser prescritos pelo médico. É preciso fazer repouso absoluto e beber bastante água”, afirma a especialista.
Medidas de combate
Com a escalada do surto de dengue em todo o País, as medidas de contenção da proliferação do mosquito da dengue são muito importantes e devem ser adotadas por todos. Deve-se observar lugares que podem acumular água parada, como em caixas d’água mal tampadas, carros e pneus abandonados e até mesmo em lixos e folhas nas ruas e calçadas. Nesse sentido, é preciso manter bem tampadas caixas, tonéis e barris de água, e colocar o lixo em sacos plásticos, com a lixeira sempre bem fechada, sem qualquer acúmulo de água.
Além disso, garrafas de vidro ou plástico devem estar com a boca para baixo; os pratinhos ou vasos de planta devem ter areia até a borda; as calhas precisam ser limpas com frequência; pneus velhos devem ser guardados em locais cobertos e protegidos da chuva. Vizinhos, amigos e parentes devem ser aliados no combate aos criadouros do mosquito Aedes aegypti.
Sobre a Dra. Márcia Lima Dantas – Graduada em Farmácia e Medicina e especialização em Bioquímica pela UNOESTE, com pós-graduação em Dermatologia pelo Centro de Ensino Superior de Valença e Residência em Infectologia no Hospital Regional de Presidente Prudente (SP), a profissional atua na área da Saúde desde 2000.