Mostra Internacional de Teatro de São Paulo acontece de 2 a 12 de junho
A programação começa dia 2 de junho com Estádio (Stadium), concepção dos diretores franceses Mohamed El Khatib e Fred Hocké, no Sesc Pinheiros
- Data: 04/05/2022 12:05
- Alterado: 17/08/2023 04:08
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
Mostra Internacional de Teatro
Crédito:Bea Boerges
Programada para acontecer no período entre 2 e 12 de junho, a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo – MITsp apresenta a programação de sua oitava edição, que marca a volta de suas ações presenciais. Em 2021, todas as atividades aconteceram de forma on-line. Neste ano, serão três montagens internacionais, sete espetáculos nacionais, três estreias nacionais e uma internacional e uma ampla grade de oficinas, debates e conversas ao longo dos dez dias de atividades. A abertura, dia 2 de junho, será no teatro do Sesc Pinheiros, com o espetáculo Estádio (Stadium), com texto de Mohamed El Khatib e concepção de Mohamed El Khatib e Fred Hocké.
Esta edição marca a retomada da MITsp no formato presencial, ainda que reduzida. “Uma vontade de estar vivos, pulsando, atuantes”, diz Antonio Araujo, diretor artístico e parceiro de Guilherme Marques, diretor geral de produção, ambos idealizadores da Mostra. “Estamos felizes com a retomada da MITsp, com trabalhos presenciais, embora esta seja uma edição mais concisa, nos limites do que foi possível trazer em um tempo pós-pandemia. Mas são espetáculos que seguem a ideia primeira da Mostra de trabalhos com radicalidade no ‘pensar a cena’”, diz Antonio Araujo. Em 2022, o evento mantém as programações de seus quatro principais eixos: Mostra de Espetáculos, Ações Pedagógicas, Olhares Críticos e MITbr – Plataforma Brasil.
Mostra de Espetáculos
Entre os espetáculos internacionais, Estádio (Stadium), com concepção dos franceses Mohamed El Khatib (ele esteve na MITsp em 2019 com o solo Partir com Beleza) e Fred Hocké aproxima em cena a emoção de um estádio de futebol e a do teatro; a montagem põe o espectador de teatro frente a frente com o dos estádios, colocando em questão o que é uma audiência e o que diferencia, além da roupa, os dois públicos.
O Martelo e a Foice (Le Marteau et La Faucille), adaptação do conto homônimo do americano Don DeLillo e dirigido por um dos expoentes da cena contemporânea de seu país, o também francês Julien Gosselin, escancara os excessos do capitalismo com um personagem aprisionado no que parece ser um local para crimes de colarinho branco, repleto de banqueiros e negociantes de arte que se apropriaram indevidamente de fortunas.
Vale da Estranheza (Uncanny Valley), trabalho do Suíço radicado na Alemanha, Stefan Kaegi, do grupo Rimini Protokoll (grupo que esteve à frente da encenação 100% São Paulo, na MITsp, em 2016), empresta o título da expressão criada pelo cientista japonês Masahiro Mori para designar – no campo da engenharia robótica – a aversão que as pessoas sentem diante de robôs muito parecidos com pessoas reais e discute o estranhamento e a facilidade que temos com a tecnologia.
As três estreias nacionais mostram a pesquisa de expoentes da cena artística brasileira: História do Olho – Um Conto de Fadas Pornô Noir, de Janaina Leite; Antes do Tempo Existir, de Andreia Duarte e Um Jardim Para Educar as Bestas, de Eduardo Okamoto. O diretor argentino Lisandro Rodríguez e o dramaturgo brasileiro Alexandre Dal Farra estão juntos na estreia internacional Tragédia e Perspectiva 1 – O Prazer de Não Estar de Acordo, com produção da MITsp.
MITbr – Plataforma Brasil
Criada em 2018 como um programa de internacionalização das artes cênicas brasileiras, a MITbr tem, em 2022, curadoria de Jane Schoninger e Jorge Alencar. Ambos selecionaram sete grupos e artistas de vários estados brasileiros para se apresentarem ao público com a presença de programadores de festivais nacionais e internacionais. Os selecionados são Ancés, Tieta Macau (CE); Despacho Coletivo, de Jaqueline Elesbão/Coletivo Pico Preto (BA); E.L.A, de Jéssica Teixeira (CE); Eles Fazem Dança Contemporânea, de Leandro Souza (SP); Fortaleza, de Fauller/Cia. Dita (CE); Há Mais Futuro que Passado – Um Documentário de Ficção, de Complexo Duplo (RJ) e Trava Bruta, de Leonarda Glück (PR).
Nas Ações Pedagógicas, a curadoria de Dodi Leal trouxe como tema Afetossíntese: as atividades reunidas colocam a força afetiva da elaboração cênico-performativa no sentido de gerar vigor nutritivo nas relações existenciais-sociais. Entre os destaques, estão os eventos: A Encontra da Pedagogia da Teatra, com conversas, shows e debates; oficinas e um Laboratório da Pedagogia da Performance.
Os Olhares Críticos, este ano com curadoria de Julia Guimarães e José Fernando Peixoto de Azevedo, propõem discussões sobre as artes cênicas e a contemporaneidade a partir da realização de conversas com pensadores e pesquisadores de diferentes áreas, além da publicação de críticas, artigos e entrevistas. A programação conta com as Reflexões Estético-Políticas, Diálogos Transversais, Prática da Crítica, Cartografia, entre outros.
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