Turismo na capital paulista tem queda de 6,8% em janeiro
Resultado traduz impactos da variante ômicron nas atividades do setor
- Data: 09/03/2022 09:03
- Alterado: 17/08/2023 08:08
- Autor: Redação
- Fonte: FecomercioSP
Imagem registrada antes da pandemia.
Crédito:Fernando Frazão/Agência Brasil
O Índice Mensal de Atividade do Turismo (IMAT) apresentou queda de 6,8%, em janeiro, influenciado pelos impactos da variante ômicron. De acordo com o indicador do Conselho de Turismo (CT), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) – realizado em parceria com a SPTuris –, o número-índice voltou a 80, após os 85,9 registrados em dezembro. Em comparação ao mesmo período do ano passado, quando a cidade enfrentava o início da segunda onda da pandemia do coronavírus, houve crescimento de 36,6%.
A taxa média de ocupação hoteleira foi a que mais influenciou o desempenho negativo no mês: de 58,9%, em dezembro, para os atuais 48,7%. Em comparação a janeiro de 2021, houve alta de 17,3 pontos porcentuais (p.p.) – a taxa era de 31,4% no período. O faturamento das empresas do setor também apresentou queda. A baixa foi de 15,4% na comparação com dezembro: o índice está em 75,1, 25% abaixo do período pré-pandemia. Na comparação interanual, apontou-se aumento de 78%, em razão da base fragilizada e das limitações dos setores no início do ano passado.
Em razão da covid-19, da redução da oferta e do cancelamento de voos por falta de tripulação, além dos cancelamentos efetuados pelos passageiros, a movimentação nos aeroportos diminuiu, com queda de 4,9% em relação a dezembro (alta de 36% no contraponto anual).
A despeito da menor circulação de pessoas nos aeroportos, a movimentação nas rodoviárias cresceu 9,5%: 1,2 milhão de passageiros, 105 mil a mais que dezembro, passaram pelos terminais. Ao comparar o resultado de janeiro com o mesmo período de 2020, a alta registrada na movimentação de passageiros pelos terminais rodoviários foi de 43%.
Por fim, o emprego registrou queda de 0,3% e voltou a ficar abaixo dos 400 mil trabalhadores ligados ao setor de turismo na capital paulista. Apesar do desempenho desfavorável, o atual patamar está praticamente igual ao de janeiro de 2020.
Ritmo restabelecido
Na avaliação da FecomercioSP, apesar de a ômicron ter afetado a economia em janeiro (e até mesmo em fevereiro), superando o auge de casos e internações, a rotina foi gradualmente retomada, bem como a confiança de empresários e consumidores. Assim, apesar do temor quanto a cancelamentos no primeiro trimestre, os eventos e as viagens devem ocorrer de forma cada vez mais intensa.
Para Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, com base na observação dos dados sobre a pandemia em outros países, é possível que esta esteja, de fato, arrefecendo, com perspectiva de movimentos com menos oscilações nos resultados relativos a fevereiro.
“Estratégias de diversificação da demanda, incluindo mais alternativas para o turismo de lazer e construindo novas opções para o turismo de negócios, podem trazer melhores resultados. Naturalmente, é fundamental que o otimismo não impeça o planejamento para efeitos negativos vinculados à inflação e à redução do poder de compra dos consumidores”, avalia.
Nota metodológica
O indicador é composto por cinco variáveis que têm os mesmos pesos para a criação do índice. São analisadas as movimentações de passageiros dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, assim como dos passageiros das rodoviárias, a taxa média de ocupação hoteleira na cidade, o faturamento do setor do turismo na capital e o estoque de emprego nas atividades exclusivas do turismo. O índice tem sua base no número 100, usada como referência de comparação em janeiro de 2020. Ele pode sofrer mudanças mensais em decorrência dos dados que compõem o cálculo, com a saída de projeções e a entrada de números consolidados na série