TDAH e diagnósticos: o que há de novo?

Por que o TDAH está Sendo Considerado um Transtorno Dimensional? Isso é o que Vamos Saber com o Especialista Dr. Marcone Oliveira, Neuropediatra

  • Data: 09/03/2022 09:03
  • Alterado: 17/08/2023 08:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria
TDAH e diagnósticos: o que há de novo?

Dr. Marcone Oliveira

Crédito:Divulgação

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A principal novidade do diagnóstico em TDAH é que cada vez mais o TDAH está sendo entendido como um transtorno dimensional; ou seja, Todas as pessoas tem um certo grau de comportamento de desatenção, de hiperatividade e de impulsividade, mas só uma parte dessa população, que apresenta 6 ou mais sinais e sintomas é que preenchem critérios de diagnóstico para o TDAH. Seria, por exemplo, como se comparássemos com o diabetes, ou seja, todo mundo tem glicemia, mas só a partir de certo ponto é que essa pessoa passa a ter o diagnóstico de diabetes. E somente depois de avaliar outras características, é que determinamos se esta diabetes é do tipo 1 ou 2. Assim é com o TDAH. Explica o neuropediatra e especialista em TDAH, Dr. Marcone Oliveira.

Cada vez mais os estudos estão mostrando que o TDAH é algo dimensional, ou seja, todas as pessoas tem comportamentos de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Mas essas pessoas só terão o diagnóstico se elas tiverem pelo menos 6 sintomas de desatenção e 6 de hiperatividade. Da mesma forma poderia falar sobre hipertensão arterial. Todas as pessoas tem hipertensão, mas só quando a pressão passa acima de 139 por 90 é que ela passa a ter um diagnóstico de pressão arterial alta, tendo então, 3 vezes mais chances de ter infarto e AVC.  – Confirmou o Dr. Marcone Oliveira.

Quando discutimos o TDAH, para o fazer o diagnóstico precisamos ter 6 critérios para hiperatividade e 6 critérios para desatenção, mas; e se essa criança tiver 5 critérios de hiperatividade ou 5 critérios de desatenção, ou mesmo se ela apresenta ter os dois casos agravantes de um dos dois tipos ou misto? Será que ela não teria um prejuízo?

Da mesma forma, se uma pessoa tem uma pressão de 138 contínua, será que ela também não tem algum prejuízo?

Todas essas questões precisam ser e por sorte estão sendo muito discutidas no meio atualmente- Diz Marcone.

Tratamento

O tratamento, tanto em criança quanto em adulto, tem mais ou menos o mesmo consenso, de que nós precisamos idealmente de intervenção psicossocial, ou seja, acompanhamento com terapias, com psicologia cognitivo-comportamental, com terapia ocupacional, fonoaudiologia e com psicopedagogia. Uma parte dessas crianças e desses adultos vão precisar de tratamento medicamentoso. E o tratamento, muitas vezes, é feito através de um psicoestimulante ou um medicamento que possa agir na ansiedade, na depressão, e que possa ajudar essa criança e esse adulto a melhorar os seus comportamentos – explicou o Dr. Marcone Oliveira.

A Importância do Diagnóstico Precoce

Os principais benefícios de um tratamento precoce bem feito são observados a medida em que não acumulamos dificuldades na vida da pessoa. Por exemplo, nós sabemos que aquele indivíduo que não trata o TDAH tem maior chance de evasão escolar, tem maior chance de caminhar para outros transtornos como a depressão, ansiedade, bipolaridade, tem maior chance de uso de substâncias psicoativas, de uso e abuso de álcool e lesões graves por acidentes. Então esse é o benefício de um bom tratamento, ou seja, evitar todas essas complicações.

Os principais profissionais que nós devemos procurar quando a gente está pensando em um diagnóstico de TDAH é um neurologista, se o paciente for adulto, ou um neuropediatra se o paciente for criança, além do psiquiatra para pacientes adultos, e o psiquiatra para crianças. Mas também será preciso o trabalho de outros terapeutas como psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos entre outros – Finaliza o Dr. Marcone Oliveira.

CREDITOS:

Dr. Marcone Oliveira é Médico Pediatra, com especialização em Neurologia Infantil pela Universidade Federal do Paraná – UFPR. Possui também Graduação em Farmácia pela Universidade Vale do Rio Doce; é Mestre em Ciências Fonoaudiológicas pela UFMG.

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