Janeiro verde: exposição em estação de metrô de SP orienta sobre câncer do colo do útero
Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) promove a ação que visa alertar a população a respeito de medidas que podem salvar milhares de vidas
- Data: 20/01/2022 12:01
- Alterado: 17/08/2023 10:08
- Autor: Redação
- Fonte: Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC)
Janeiro verde
Crédito:Reprodução
Apesar de passível de prevenção e tratamento, o câncer do colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente nas mulheres (depois do câncer de mama e do colorretal) e a quarta causa de morte da população brasileira por câncer no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, são estimados cerca de 16 mil novos casos em 2022 e mais de 5 mil óbitos.
No Janeiro Verde, campanha que tem por finalidade despertar a atenção da população para a importância da prevenção e detecção precoce do câncer do útero, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) retoma a sua exposição nas estações de metrô paulistanas.
Desta vez, a estação Campo Belo (Linha 5 – Lilás) exibe os painéis com orientações sobre meios de evitar e tratar deste e de outros tipos de neoplasia. Há um ano, a exposição da SBOC percorre as estações de metrô de São Paulo com seus banners informativos.
“A iniciativa busca esclarecer e dialogar com o maior número possível de pessoas nos espaços públicos”, diz Dra. Angélica Nogueira, da diretoria da SBOC. “Dessa maneira, podemos contribuir para prevenir a doença ou, com o diagnóstico precoce, ampliar as possibilidades terapêuticas. O câncer do colo do útero pode ser eliminado”, enfatiza.
Acesso a vacinas, exames e tratamento
A transmissão da infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), principal causador do câncer do colo do útero, ocorre por via sexual. Embora o uso de preservativo reduza o risco de infecção, a forma mais efetiva de prevenção contra a doença é a vacina.
Um dos pleitos da SBOC junto aos órgãos públicos é que se atinja a meta de 90% de cobertura vacinal em meninas e meninos adolescentes até 2030. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2020 apenas 55% de meninas entre 9 e 14 anos tomaram as duas doses da vacina contra o HPV. No grupo de meninos entre 11 e 14 anos a adesão foi ainda menor: 36,4% compareceram aos postos para completar o esquema vacinal. Por isso, apesar da imunização contra o HPV integrar o calendário nacional de vacinação e ser oferecida gratuitamente pelo SUS, a SBOC defende a realização de campanhas mais abrangentes. “É importante retomarmos a vacinação contra o vírus HPV nas escolas públicas e privadas”, explica Dra. Angélica Nogueira.
Estudos indicam que a imunização do vírus é mais eficaz em crianças e em adolescentes que ainda não iniciaram a vida sexual, mas adultos também podem ser vacinados. A rede pública oferece o imunizante contra o HPV a mulheres imunossuprimidas de 9 a 45 anos e a homens imunossuprimidos de 9 a 26 anos.
Exames periódicos do colo do útero, conhecidos como Papanicolau, também são essenciais para identificar possíveis alterações. “Precisamos de políticas públicas que promovam mais acesso a exames diagnósticos e tratamento a fim de reduzir a incidência do câncer e as taxas de mortalidade relacionadas à doença”, completa a diretora da SBOC.
Hoje, estima-se que 50% da população feminina no Brasil tenha dificuldade de acesso ao tratamento do câncer de colo do útero. “Além da cobertura insuficiente de exames por problemas estruturais do país, o desconhecimento e preconceitos prejudicam a adesão das pacientes ao rastreamento”, acrescenta”, acrescenta Dra. Angélica Nogueira. “A SBOC trabalhar para levar informação precisa e relevante à sociedade”.