50 anos de Hip Hop: frente Parlamentar da Cultura Hip Hop é criada na Alesp

Grupo nasce para ampliar espaços, fortalecer o movimento em suas diversas formas e estruturar políticas de fomento de produção cultural pelo Estado

  • Data: 02/09/2023 23:09
  • Alterado: 11/09/2023 13:09
  • Autor: Be Nogueira
  • Fonte: ABCdoABC
50 anos de Hip Hop: frente Parlamentar da Cultura Hip Hop é criada na Alesp

Crédito:Foto: Alesp

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A metrópole paulistana, onde as histórias da cidade se cruzam com a vivência do hip-hop. A cultura hip hop se originou nos subúrbios de Nova York, nos anos 1970, e no Brasil deixou raízes profundas. Em São Paulo encontrou um dos seus berços mais importantes no país. Com os encontros na Rua 24 de Maio e no Metrô São Bento, surgiram talentos que marcaram gerações, como Racionais MC’s, Thaíde, DJ Hum, Sabotage e Rappin Hood.

Na sexta-feira, 18 de agosto, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo oficializaçou da Frente Parlamentar pela Construção de Políticas Públicas de Fomento, Divulgação e Apoio à Cultura Hip Hop, liderada pelo deputado Donato, do Partido dos Trabalhadores (PT). O momento reuniu diversos parlamentares e representantes da cultura hip hop, que ao longo das décadas, transcendeu barreiras e fronteiras.

A presença de parlamentares como Márcia Lia (PT), e Paula da Bancada Feminista (PSOL), demonstraram a importância da causa. O Movimento Pretas, representado por Ana Laura Oliveira, e o deputado federal Carlos Zarattini, que atua em um grupo com objetivos semelhantes em Brasília, também estava presente.

A Frente Parlamentar nasce com a missão de resgatar e fortalecer a representatividade do hip hop na Secretaria de Cultura Estadual, que havia diminuído ao longo dos anos.

“Temos muito trabalho pela frente, com objetivos de curto, médio e longo prazos. O hip hop já teve representatividade na Secretaria de Cultura Estadual, mas perdeu isso. Então, primeiro, precisamos reconquistar espaços, estruturar políticas de fomento de produção cultural em todas as regiões de São Paulo. Chegou a hora de darmos um salto de qualidade”, destacou Donato.

Márcia Lia acrescentou: “Não podemos esquecer do Interior, que é fundamental. Esse é um movimento de resistência, de enfrentamento de um momento tão difícil que as pessoas vivem nesse país. Temos que caminhar juntos, sonhando os mesmos sonhos. Precisamos trabalhar para que esse diálogo cultural não só na periferia, mas com todos”.

Paula da Bancada Feminista enfatizou a necessidade de investimentos sólidos na área: “Existe uma grande expectativa em nível nacional com a construção de um decreto do Ministério da Cultura que, provavelmente, vai criar linhas de crédito específicas para a cultura hip hop. A gente precisa garantir que as pessoas que vivem do hip hop possam realmente viver isso”.

A vereadora Luana Alves (PSOL), também reforçou a importância do reconhecimento da luta e do papel do hip hop como uma grande escola e formador político. “Temos dialogado com o governo Lula para abrirmos esse espaço para o hip hop em diversos setores. A cultura hip hop pode servir como um elemento agregador da juventude brasileira”, afirmou o deputado federal Zarattini .

No evento, Simoni Santos, da Aliança Negra Posse, o primeiro grupo de hip hop organizado em São Paulo, apresentou suas reflexões: “Já somos discriminados por termos nascidos pretos e aí você, teimosa, vai lá e descobre que gosta de fazer rap, mano… Pra quem, como eu, veio lá de 1988 e hoje vê pessoas que a gente perdeu inatingíveis no Poder Público recebendo e discutindo o hip hop, descobrindo que a gente não faz apologia ao crime… Quantos anos eles levaram para nos entendemos! O que a gente estava cantando era a dor, a mágoa, e fazendo um pedido de socorro. Sempre procuramos o melhor para a nossa quebrada. E o que encontramos? O hip hop. Então, ele salvou e ainda vai salvar muitas vidas”.

O ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo, Claudio Aparecido da Silva, também esteve no evento, e relembrou como o hip hop é muito mais do que apenas uma forma de expressão artística. Ele ressaltou que essa cultura é um comportamento, ativismo e um fator de desenvolvimento econômico, contribuindo para a formação de profissionais em diversas áreas. “O hip hop é literatura, artes plásticas e até modalidade olímpica”, afirmou, lembrando que o breakdance estará, pela primeira vez, nas Olimpíadas de Paris no próximo ano.

O evento na Assembleia Legislativa de São Paulo representou um marco na valorização e no reconhecimento da cultura hip hop, mostrando que sua influência e importância transcenderam o tempo e as fronteiras, transformando vidas e resistindo aos desafios ao longo de cinco décadas.

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  • Data: 02/09/2023 11:09
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