5° edição do Boletim Técnico traz avanços de pesquisas feitas pelo Projeto Albatroz
Documento disponibiliza pesquisas sobre pescarias pouco estudadas e questões técnicas relacionadas às políticas públicas de conservação nacionais e internacionais
- Data: 18/11/2019 11:11
- Alterado: 18/11/2019 11:11
- Autor: Redação
- Fonte: Projeto Albatroz
Crédito:divulgação
Publicado anualmente com o objetivo de informar o público sobre a evolução das pesquisas científicas desenvolvidas pela equipe técnica do Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, o Boletim Técnico Científico do Projeto Albatroz chegou à 5ª edição e pode ser lido gratuitamente neste link.
Ele contém quatro artigos científicos assinados por membros da instituição e também colaboradores como: Augusto Silva Costa, Dimas Gianuca, Eduardo Pimenta, Gabriel Canani Sampaio, Juliana Saran, Luiza Garcia, Patricia Pereira Serafini e a fundadora do Projeto Albatroz, Tatiana Neves – que também assina a apresentação do documento.
O primeiro capítulo apresenta, pela primeira vez, informações sobre a variação sazonal, a cada estação, da captura incidental de albatrozes e petréis nas pescarias de linha-de-mão e espinhel “boiado”, para dourado, largamente utilizadas pelas frotas pesqueiras do sudeste brasileiro, como de Cabo Frio (RJ) e de Itaipava (ES). Este estudo é fruto de um esforço conjunto da equipe técnica do Projeto Albatroz e conta com o apoio do Prof. Eduardo Pimenta da Universidade Veiga de Almeida (UVA), parceiro fundamental para a coleta de dados do Albatroz em Cabo Frio.
Com base em dados coletados pelos observadores de bordo do Projeto, que inclui informações sobre 927 lances de pesca entre 2002 e 2018, o segundo capítulo analisa as agregações de albatrozes e petréis associadas a barcos de pesca de espinhel pelágico que operam no sul do Brasil. Este estudo ilustra a importância global das águas sul-brasileiras como área de alimentação para albatrozes e petréis e como a abundância e a composição de espécies varia sazonalmente.
Políticas públicas
Além de subsidiarem novos estudos, as pesquisas científicas também contribuem para a criação de políticas públicas nacionais e internacionais. Prova disso são os temas dos dois últimos capítulos do Boletim, que tratam do Plano Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (PLANACAP) e Acordo Internacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP), respectivamente.
No primeiro, é apresentado um compilado sobre as ações implementadas no PLANACAP em seu último período. Já no segundo, o Projeto Albatroz lista os principais resultados da 11ª Reunião do Comitê Assessor do ACAP (AC11) que, neste ano, foi realizada em Florianópolis (SC).
Na ocasião, puderam discutir estratégias de conservação em escala global, além de apresentar o Banco Nacional de Amostras de Albatrozes e Petréis (BAAP) – iniciativa lançada pelo Projeto Albatroz com coordenação do CEMAVE/ICMBio e apoio da R3 Animal – para cientistas estrangeiros, além do trabalho do Programa de Monitoramento de Praias (PMP). O PMP é uma iniciativa da Petrobras que vistoria 1.500 km de praias e promove o atendimento veterinário de aves, mamíferos e tartarugas, vivas ou mortas – algo inédito no exterior.
Para o coordenador científico do Projeto Albatroz, Dr. Dimas Gianuca, o documento é relevante para os acadêmicos da área, mas também é acessível para estudantes e demais interessados. “O Boletim Técnico Cientíifco do Projeto Albatroz é um instrumento de divulgação científica, com o objetivo de apresentar os resultados dos estudos realizados pelo Projeto e seu colaboradores, em português e de livre acesso, para ser utilizado tanto academicamente quanto para divulgação das nossas pesquisas para o público em geral”, afirma o coordenador.
Projeto Albatroz
Reduzir a captura incidental de albatrozes e petréis é a principal missão do Projeto Albatroz, que tem o patrocínio da Petrobras. O Projeto é coordenado pelo Instituto Albatroz – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que trabalha em parceria com o Poder Público, empresas pesqueiras e pescadores.
A principal linha de ação do Projeto, nascido no ano de 1990, em Santos (SP), é o desenvolvimento de pesquisas para subsidiar Políticas Públicas e a promoção de ações de Educação Ambiental junto aos pescadores, jovens e às escolas. O resultado deste esforço tem se traduzido na formulação de medidas que protegem as aves, na sensibilização da sociedade quanto à importância da existência dos albatrozes e petréis para o equilíbrio do meio ambiente marinho e no apoio dos pescadores ao uso de medidas para reduzir a captura dessas aves no Brasil.
Atualmente, o Projeto mantém bases nas cidades de Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC), Itaipava (ES), Rio Grande (RS) e Cabo Frio (RJ).
Mais informações: www.projetoalbatroz.org.br