11 Empresas do ABC aderem ao Focem P&G

Empresários do Grande ABC apostam em novas oportunidades de negócios por meio do fortalecimento técnico e de gestão e da ampliação de seu setor de atuação. Nesta sexta-feira, dia 03, 11 empresas da região assinaram o termo de adesão ao projeto de qualificação de fornecedores da cadeia produtiva de Petróleo e Gás – Focem P&G, realizado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) em parceria com o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem).

A iniciativa conta com apoio da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e do Consórcio Intermunicipal Grande ABC. O evento de assinatura dos termos de adesão foi realizado nesta tarde, na sede do Consórcio, em Santo André.

O objetivo do Focem P&G é promover a qualificação de fornecedores para a cadeia produtiva de petróleo e gás no âmbito do Mercosul. Serão contempladas 100 empresas do Brasil (11 no Grande ABC e 23 no Rio Grande do Sul), Argentina, Paraguai e Uruguai. Na região, serão atendidas pelo projeto indústrias de pequeno e médio porte.

Com a assinatura, o próximo passo é o início da etapa de diagnóstico das empresas, que irá avaliar, durante todo o desenvolvimento das atividades do Focem P&G, questões como diferenciais competitivos, gestão, mão de obra, internacionalização, planejamento estratégico, mercado de atuação, desenvolvimento tecnológico, entre outros aspectos.

No segundo semestre, terão início as oficinas de qualificação técnica e gerencial das participantes. Serão nove oficinas de capacitação: PMO (orientações sobre metodologia e técnicas de gestão de projetos para ajudar na implementação do plano de ação de cada empresa para internacionalização e/ou entrada no setor de Petróleo e Gás); Política de Compras das Empresas Âncoras; Planejamento Estratégico; Normas de Qualidade; Segurança do Trabalho; Meio Ambiente; Responsabilidade Social; Contratos Internacionais; e Comércio Internacional.

“Trabalhamos com a expectativa de que as empresas possam ampliar as possibilidades de diversificação da clientela. Temos o foco no setor de petróleo e gás, que é nosso ponto de partida, com possibilidade de ganho em outras áreas”, afirmou o diretor de Desenvolvimento Produtivo da ABDI, Paulo Cesar Marques da Silva.

Após a realização das oficinas, o grupo de empresas participa de workshops e missões de negócios e tecnológicas, sempre com o apoio da equipe técnica do projeto.

Uma das empresas que participa do Focem P&G é a Robefer, instalada na Vila Luzita, em Santo André. Atualmente com quatro funcionários, a indústria de usinagem e fabricação de peças e dispositivos industriais fornece para os setores hospitalar, têxtil, aeroespacial, automotivo e, indiretamente, já faz negócios na cadeia de petróleo e gás. “Pretendemos ampliar o fornecimento para este setor e acreditamos que a empresa possa crescer neste processo”, opinou Roberto Silva, gerente comercial da Robefer.

Presente no evento de assinatura do termo de adesão, o secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Giovanni Rocco, ressaltou a importância de parcerias estratégicas entre empresas e instituições renomadas, a exemplo da ABDI e da APEX-Brasil, para garantir ao setor produtivo oportunidades de fortalecimento e retomada de crescimento nos negócios.

“O Grande ABC possui espaços de articulação que ligam as empresas a essas possibilidades. Temos que reagir e nos preparar para novos mercados, para sermos cada vez mais competitivos e aproveitar as lacunas que ainda não foram ocupadas. Quem tem iniciativa sempre estará um passo à frente da concorrência”, disse.

SOBRE O FOCEM P&G:
Para preparar as empresas que atenderam aos pré-requisitos do Focem P&G, serão destinados US$ 3.6 milhões, custeados pelo Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), com contrapartida da ABDI, ligada ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Dentro do Focem P&G – projeto de “Qualificação e Integração de Fornecedores da Cadeia Produtiva de Petróleo e Gás” – foi realizado estudo que mapeou a demanda de empresas-âncora do setor por produtos e serviços. Esta foi a primeira etapa do projeto.

Foram identificados itens que grandes empresas desta cadeia produtiva têm dificuldade em obter, seja por questões relacionadas a preço, tempo de entrega ou até mesmo de qualidade.

O objetivo do Focem P&G é, portanto, fomentar o processo de qualificação de fornecedores, fortalecendo a competitividade de pequenas e médias empresas de bens e serviços para atender às lacunas que existem nesse setor.

Entre as demandas listadas, 96 no total, estão fornecimento de produtos químicos, de engenharia, pintura industrial e logística.

A identificação de oportunidades comerciais com base em conhecimento adquirido nas oficinas de capacitação; acesso às informações sobre as demandas das empresas-âncora; e aumento de networking são benefícios garantidos às participantes.

As empresas selecionadas para o projeto possuem planta instalada em uma das sete cidades do ABC, no Rio Grande do Sul ou em um dos outros três países participantes; têm, no mínimo, cinco anos de funcionamento; faturamento anual entre R$ 2,4 milhões e R$ 90 milhões; são fornecedoras ou potenciais fornecedoras da cadeia de P&G para atividades relativas à exploração, produção e refino; e possuem regularidade jurídica, econômico-financeira e fiscal.

As atividades do Focem P&G têm duração programada de 24 meses.

EMPRESAS DO SETOR AUTOMOTIVO NO ABC ALAVANCARAM NEGÓCIOS NO FOCEM AUTO
Esta é a segunda participação do Grande ABC em projeto de complementação do setor produtivo no âmbito do Mercosul. Em 2013 e 2014, 25 empresas da região participaram da primeira etapa do Focem Auto, também realizado por meio da ABDI, Agência GABC e Consórcio Intermunicipal GABC.

Estão contempladas pelo projeto 88 indústrias de pequeno e médio porte, fabricantes de partes e peças, componentes eletrônicos, ferramentaria e moldes, do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Entre os resultados obtidos nas empresas do ABC estão aumento de 50% da disponibilidade das máquinas, que amplia a eficiência da utilização dos equipamentos; aumento de 83% do uso de 5S, metodologia que emprega melhorias no ambiente de trabalho, de modo geral; 31% do aumento da produtividade; 68% de redução do NVAA (valor não agregado), aumentando o tempo de trabalho para gerar valor agregado aos produtos; 59% de queda no tempo de preparação das máquinas para produção; e 53% de redução de não conformidades, que diminui, por consequência, custos extras para corrigir erros da produção.