Você sabia que existe vacina para rinite?
Pouco difundida, a imunização pode funcionar em casos persistentes; especialista do Hospital CEMA explica como ela age e para quem é indicada
- Data: 14/07/2021 14:07
- Alterado: 14/07/2021 14:07
- Autor: Redação
- Fonte: Hospital CEMA
Crédito:Thiago Benedetti
Ela é tão comum que faz parte da vida de muitas pessoas, mais especificamente de cerca de 30% da população mundial. Espirros, tosse, nariz entupido, coriza. De repente, aparecem os sintomas e o diagnóstico: rinite. Embora comumente tenha causa alérgica, e o tratamento mais comum seja justamente do controle dos causadores da alergia, existem outras formas de minimizar essa incômoda doença. Uma delas, a vacina. “A imunoterapia específica para casos não controlados apresenta alta eficácia e mostra ser uma aliada no tratamento destas afecções”, explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Marcelo Mello.
Mas, antes de falar de vacina, vale uma definição. Rinite é uma inflamação que acomete a mucosa nasal e causa os sintomas tão característicos, como espirros frequentes, prurido, secreção nasal clara e obstrução nasal. Ela pode ainda provocar sangramentos nasais, coceira, lacrimejamento ocular, tosse, roncos, coceira na garganta e ouvidos, voz anasalada, estalido nos ouvidos, diminuição do olfato e associação com dermatite atópica e asma. “A presença desses sintomas pode contribuir para a perturbação do sono, fadiga, dores de cabeça, irritabilidade, alterações cognitivas, interferindo nas atividades diárias de lazer, escola ou trabalho”, detalha o especialista. Pode ser crônica ou aguda, alérgica ou não. “Atualmente, a classificação vai depender da frequência e intensidade dos sintomas. Sendo assim, pode ser classificada como intermitente ou persistente, leve, moderada ou grave”, diz o médico.
O tratamento mais comum é o controle ambiental, que visa a minimizar a exposição do indivíduo aos agentes alérgenos. Pode-se usar medicamentos por via oral ou sprays nasais com propriedades descongestionantes e antialérgicas. Porém, quando nada disso funciona mais, o médico pode indicar a vacina. Esta consiste em administrar diversas doses, gradativas e cada vez mais concentradas, por via injetável ou oral, de extratos de alérgenos, aplicadas em intervalos regulares, durante um longo período, que pode variar de um a cinco anos. O objetivo é reduzir a sensibilização do indivíduo a determinados alérgenos, diminuindo, assim, os sintomas. “As vacinas sublinguais em gotas ou comprimidos são tão eficazes quanto as injetáveis e mais seguras, pois causam menos reações. A vantagem sobre as injetáveis está no conforto e por permitirem ser administradas em domicílio, não havendo necessidade de deslocamento do paciente”, explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA.
Além da vacinação, uma alternativa para aqueles que não estão conseguindo se livrar da rinite é verificar com o médico se pode se tratar de um caso cirúrgico. Este tratamento é indicado quando há alterações anatômicas do nariz. É indicado para pacientes com obstrução nasal refratária ao tratamento médico e que apresentam hipertrofia dos cornetos nasais. “Com esse procedimento, há uma melhora na respiração e na qualidade de vida, consequentemente, assim como melhor distribuição dos medicamentos tópicos na cavidade nasal”, explica Mello. Segundo ele, em todos os casos, o mais importante é buscar um otorrinolaringologista, pois quanto mais precoce é o diagnóstico, mais qualidade de vida se proporciona àqueles que sofrem com essa doença.