Via Streaming – “Doze Jurados” – Nas mãos de doze
Série belga chega à Netflix para retratar as contradições dos juris populares
- Data: 07/07/2020 10:07
- Alterado: 22/08/2023 21:08
- Autor: Kreitlon Pereira
- Fonte: Via Streaming
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Existe uma discussão dentro do mundo legal sobre a real efetividade de um júri popular. Dentro do tribunal, eles são responsáveis por declarar o réu culpado ou inocente. No entanto, exatamente por se tratar de pessoas comuns, sem necessariamente disporem de conhecimento jurídico, muitos questionam a legitimidade de suas decisões, pois da mesma forma que estes são democráticos por se basearem em interpretações pessoais, não estão isentas de preconceitos. E é nessa questão que se constrói “Doze Jurados”, uma série belga que estreia dia 10 de julho na Netflix.
A série se inicia com uma mulher agachada no chão de uma cela. Apesar de sua evidente instabilidade, seu advogado repete constantemente que ela precisa se recompor. Trata-se de Fri Palmers que, antes respeitada diretora escolar, agora é acusada de dois assassinatos: o de sua melhor amiga no ano 2000 e o do próprio filho, com um corte na garganta, 18 anos depois. Com o início do julgamento, o telespectador é apresentado às diferentes perspectivas dos 12 jurados e dos dois substitutos encarregados do caso que, de uma forma ou outra, possuem alguma relação com os incidentes.
Assim, surge a impressão que todos os membros do júri estão comprometidos em algum nível e, portanto, são pouco confiáveis. No entanto, o objetivo da série é exatamente esse, mostrar pontos positivos e negativos do sistema judicial através de uma história fictícia. Por isso, ela faz tanta questão de apresentar o impacto do decorrer do julgamento na vida pessoal de cada um dos 12 membros. Além disso, a corrupção policial está presente à medida que o policial, há 16 anos encarregado do caso e descrente do próprio papel de Fri Palmers como culpada, é subornado pelos pais das vítimas para fornecer um testemunho desfavorável. Com isso, “Doze Jurados” convida o espectador a julgar não apenas a acusada, mas também todos os envolvidos nos crimes, inclusive o júri e a polícia.