Via Streaming – “American Son” – Dos palcos para a tela
Baseada em uma peça de teatro, “American Son” é uma dura e real crítica aos preconceitos que ainda permeiam a sociedade contemporânea
- Data: 29/10/2019 09:10
- Alterado: 22/08/2023 21:08
- Autor: Kreitlon Pereira
- Fonte: Via Streaming
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Depois de ter tido um enorme sucesso de público e crítica, a Netflix resolveu trazer a peça de teatro “American Son” para seu catálogo, que estreia no dia 2 de novembro. A produção de Christopher Demos-Brown foi adaptada para um longa – que atende pelo mesmo nome da obra original – e conta com a soberba atuação de Jeremy Jordan, Steven Pasquale, Eugene Lee e Kerry Washington, todos membros do elenco original da peça. Talvez o nome mais conhecido, Kerry surpreendeu em sua estreia na Broadway, recebendo diversos elogios. A atriz se dedicou totalmente à personagem, mesmo tendo se despedido há pouco tempo de seu papel como Olivia Pope no famoso seriado “Scandal”.
O filme conta a angustiante história de um casal que se reencontra quando, em uma noite, o filho de ambos, um jovem de 18 anos chamado Jamal, desparece. O longa se passa, majoritariamente, em uma delegacia no Sul da Flórida, onde os pais aguardam notícias do filho. Ao longo da trama, diversas discussões são abordadas, mas a principal delas é a questão do preconceito racial, afinal o pai do menino é branco e sua mãe é uma mulher negra. Por conta disso, o comportamento dos policiais para com o caso se mostra bastante sugestivo, uma vez que insistem em estereotipar Jamal, como é claramente observado pelo tipo de perguntas que fazem a sua mãe.
Além da questão envolvendo as preocupações e angústias de uma mãe ciente da dura realidade em que os jovens negros vivem, “American Son” também critica o sexismo, ao mostrar como a atitude dos policiais muda quando o ex-marido de Kendra (mãe de Jamal) aparece. Homem branco, bem-vestido e agente do FBI, sua sanidade jamais é questionada, diferentemente do que acontece com a mulher, que é prontamente taxada de histérica. Em meio a todos esses conflitos, persiste a pergunta principal: o que aconteceu com Jamal?