Velhas Guardas do samba homenageiam o compositor Talismã

O disco Talismã: Negro Maravilhoso! tem lançamento digital previsto para o dia 17 de fevereiro de 2023 pelo Selo Sesc

  • Data: 14/02/2023 14:02
  • Alterado: 14/02/2023 14:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: SESC
Velhas Guardas do samba homenageiam o compositor Talismã

Velhas Guardas do samba

Crédito:Divulgação

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Nascido no Rio de Janeiro, Octávio da Silva é a figura mágica por trás do auge dos cordões carnavalescos da cidade de São Paulo. Foi com um apelido que reconhece sua posição de encantamento que se consagrou: hoje, é lembrado como Talismã, violonista, cantor, compositor, artista plástico e carnavalesco. Talismã ajudou o Camisa Verde e Branco a se tornar uma das grandes agremiações do Carnaval paulistano, passou por diversas escolas e veio a se tornar um ícone nos carnavais do estado de São Paulo. É para homenagear esse legado que o Selo Sesc lança, às vésperas do festejo mais popular do país, o álbum Talismã: Negro Maravilhoso! nas principais plataformas de áudio e gratuitamente no Sesc Digital

A honra de entoar os sambas de Talismã coube a três grandes nomes das Velhas Guardas das escolas de samba de São Paulo: Ideval Anselmo, Zé Maria e Marco Antonio são os intérpretes por trás do Encontro das Velhas Guardas. Ideval deu seus primeiros passos no Camisa Verde e Branco, passou por diversas escolas e se tornou o maior vencedor de concursos e de títulos de sambas-enredo dos carnavais do estado de São Paulo. Zé Maria é figura ilustre da Unidos do Peruche, da Barroca Zona Sul e de outras escolas. E Marco Antonio iniciou sua caminhada na Mocidade Alegre, como um distinto mestre-sala, e é fundador da Velha Guarda da Nenê de Vila Matilde. 

Os sambas históricos que levaram o cordão carnavalesco Camisa Verde e Branco ao posto de campeã são algumas das 13 faixas do álbum: “Há um nome gravado na História”, de 1968, “Biografia do samba”, de 1969, e “Sonho colorido de um pintor”, de 1971. O álbum também traz uma canção inédita, “Talismã, o baluarte do samba”, composta por Marco Antonio que destaca a trajetória do sambista radicado na Barra Funda. A obra de Talismã chegou a grandes nomes da música brasileira que entre as décadas de 1970 e 1980 fizeram suas próprias versões de sambas do compositor. É o caso de “Sonho colorido de um pintor”, gravado por Tom Zé em 1972; de “Mania lírica” gravado por Germano Matias (“o catedrático do samba”) em 1979; e da canção “Meu sexto sentido (Madrigais)”, lançada por Beth Carvalho também em 1979. 

Em Talismã: Negro Maravilhoso!, acompanham os três intérpretes das Velhas Guardas de São Paulo os músicos Wesley Vasconcelos no violão de sete cordas, Ildo Silva no cavaquinho, Pratinha Saraiva na flauta e no bandolim, Vagner Oliveira no pandeiro e Raphael Moreira na percussão. O coro é formado por Raquel Tobias, Roberta Oliveira, Jéssica Areias, Arthur Doca e Lucas Faria (que também é produtor do projeto). O álbum conta ainda com as participações especiais de Silvério Pontes, Fabiano Segalote, Vítor Alcântara, Daniel D’Alcântara, Luiz Neto, Popô, Pepe Cisneros, Chicão Carapina, Willian GP, Xeina Barros e Rafael Toledo. 

Em novembro de 2022, o projeto já havia colocado seu bloco na rua com o lançamento do single “Há um nome gravado na História”. Nessa versão, a música ganhou um elemento extra, sendo encerrada com uma contundente fala de Zé Maria: “A escravidão não terminou!”. Segundo Lucas Faria, produtor musical e diretor artístico do projeto, a frase “ressignifica o enredo, sob a clara consciência de que a lei sancionada pela Princesa Isabel entregou os negros à própria sorte. Com isso, abrem-se as portas para que Talismã e sua obra ocupem o lugar que merecem na atualidade!”Talismã: Negro Maravilhoso! se propõe, portanto, a ser uma homenagem ao sambista, sem abrir mão do diálogo com o nosso tempo. 

O álbum Talismã: Negro Maravilhoso! chega às plataformas de streaming e ao Sesc Digital no dia 17 de fevereiro. 

Ouça aqui o álbum Talismã: Negro Maravilhoso!

Tracklist: 

1. A Espera (Talismã) – Encontro das Velhas Guardas 

2. Talismã, o baluarte do samba (Marco Antonio) – Encontro das Velhas Guardas 

3. Negros Maravilhosos (Mutuo Mundo Kitoko) (Talismã) – Encontro das Velhas Guardas 

4. A hora da Ave Maria (Talismã) – Encontro das Velhas Guardas 

5. Tamborim Mensageiro (Talismã/Wanderley M. Moura) – Encontro das Velhas Guardas 

6. Escureceu (Talismã/Edmundo Andrade) – Encontro das Velhas Guardas 

7. Sou Verde e Branco (Talismã/Jordão) – Encontro das Velhas Guardas  

8. Meu sexto sentido (Madrigais) (Talismã/Raymundo Prates) – Encontro das Velhas Guardas 

9. Há um nome gravado na História (Talismã) – Encontro das Velhas Guardas 

10. Mania lírica (Talismã) – Encontro das Velhas Guardas 

11. Sonho colorido de um pintor (Talismã/B. Lobo) – Encontro das Velhas Guardas 

12. Traste (Talismã) – Encontro das Velhas Guardas 

13. Biografia do samba (Talismã/Tabu) – Encontro das Velhas Guardas 

Produção musical e direção artística: Lucas Faria 

Produção executiva: Viajeira Produções 

Produtor executivo: Lucas Faria 

Coprodutores executivos: Flávia Copola e Arthur Doca 

Gravado no Estúdio 185 (SP) por Beto Mendonça (técnico de gravação) 

Gravações adicionais: trombone, sax tenor e trampete em “A espera” e em “Sou Verde e Branco” no Estúdio Traquitana (SP), por Maurício Avadore (técnico de gravação); trombone, trompete e flugelhorn em “Talismã, o baluarte do samba” e trombone e trompete em “Biografia do samba” no Estúdio Boca do Mato (RJ), por Daniel Sili (técnico de gravação); tuba, sax barítono e sax alto em “Há um nome gravado na História” no Estúdio Medusa (SP) por Janja Gomes (técnico de gravação) 

Editado por Lucas Faria e Arthur Doca (Viajeira Produções) e por Janja Gomes (Estúdio Medusa)  

Mixado no Reference Mastering Studio (SP) por Homero Lotito e Lucas Faria 

Masterizado no Reference Mastering Studio (SP) por Homero Lotito 

Capa: Nilton Bergamini 

Fotos: Mathilde Missioneiro 

Ilustração (contracapa): Eduardo Baptistão 

Texto: Lucas Faria 

ENCONTRO DAS VELHAS GUARDAS 

Reunido especialmente para esta homenagem, o grupo é formado por Ideval Anselmo (que deu seus primeiros passos no Camisa Verde e Branco, passou por diversas escolas e veio a se tornar o maior vencedor de concursos e de títulos de sambas-enredo dos carnavais do estado de São Paulo), Zé Maria (figura ilustre da Unidos do Peruche, da Barroca Zona Sul e de outras escolas) e Marco Antonio (que iniciou sua caminhada na Mocidade Alegre como mestre-sala e é fundador da Velha Guarda da Nenê de Vila Matilde). 

TALISMà

Talismã nasceu Octávio da Silva, no bairro carioca da Piedade. Violonista, cantor, compositor e carnavalesco com prática na confecção de esculturas em papel machê, muito comuns nos carnavais do passado, ele desfilou alguns anos na Unidos de Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio. Seu irmão, o jornalista e radialista Edmundo Andrade, era compositor de sambas sincopados e autor de jingles comerciais e políticos. Em 1967, convidado por Inocêncio Tobias, o Mulata, presidente e fundador do cordão carnavalesco paulistano Camisa Verde e Branco, Talismã mudou-se para São Paulo, onde viveu o resto de sua vida, marcada por uma longa história no cordão (convertido em escola a partir de 1972) e por colaborações em outras agremiações, como Rosas de Ouro, Morro da Casa Verde e Unidos de Vila Maria. É de Talismã a autoria do samba-hino do Camisa: Sou Verde e Branco (parceria com Jordão), vencedor do Festival de Samba de Quadra (1974). Também com o Camisa Verde e Branco, logo que chegou à cidade, venceu os carnavais de 1968 (com o samba-enredo “Há um nome gravado na História: 13 de maio”) e de 1969 (com o samba-enredo Biografia do samba, que se tornou o hino do samba de São Paulo). Em 1971, com o ainda cordão carnavalesco Camisa Verde e Branco, foi novamente campeão do Carnaval com o samba-enredo Sonho colorido de um pintor (parceria com B. Lobo), gravado com sucesso por Tom Zé no ano seguinte. Na Vila Maria, compôs um poético samba-enredo que foge a todos os padrões do gênero: Quando chega a primavera (1973). Nos anos 1970, no TBC, Talismã participou durante muitas semanas de um espetáculo de Plínio Marcos que reunia Zeca da Casa Verde, Geraldo Filme e Toniquinho Batuqueiro. O espetáculo viajou por outras cidades, com Plínio contando “histórias das quebradas do mundaréu” e os sambistas mandando seu recado. O dramaturgo santista conhecia bem o compositor. Em 1979, Beth Carvalho encantou o Brasil com “Meu sexto sentido (Madrigais)”, mais uma pérola de Talismã, lançada no mesmo ano em que Germano Matias, “o catedrático do samba”, rendeu-se aos encantos do compositor e gravou “Mania lírica”. “Negros maravilhosos: Mutuo Mundo Kitoco” (de 1982) é outro de seus grandes sambas feitos para o Camisa Verde e Branco. 

SERVIÇO 

Velhas Guardas do samba paulista se reúnem em álbum do Selo Sesc que homenageia o compositor Talismã 

Disponível a partir de 17 de fevereiro nas plataformas de áudio e no Sesc Digital 

SOBRE O SELO SESC

Desde 2004 o Selo Sesc traz a público obras que revelam a diversidade e a amplitude da produção artística brasileira, tanto em obras contemporâneas quanto naquelas que repercutem a memória cultural, estabelecendo diálogos entre a inovação e o histórico. Em catálogo, constam álbuns em formatos físico e digital que vão de registros folclóricos às realizações atuais da música de concerto, passando pelas vertentes da música popular e projetos especiais. Entre as obras audiovisuais em DVD, destacam-se a convergência de linguagens e a abordagem de diferentes aspectos da música, da literatura, da dança e das artes visuais. Os títulos estão disponíveis nas principais plataformas de áudio, Sesc Digital e Lojas Sesc.? 

Saiba+: www.sescsp.org.br/selosesc 

  SOBRE O SESC SÃO PAULO

Com 76 anos de atuação, o Sesc – Serviço Social do Comércio conta com uma rede de 45 unidades operacionais no estado de São Paulo e desenvolve ações com o objetivo de promover bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores do comércio, serviços, turismo e para toda a sociedade. Mantido pelos empresários do setor, o Sesc é uma entidade privada que atua nas dimensões físico-esportiva, meio ambiente, saúde, odontologia, turismo social, artes, alimentação e segurança alimentar, inclusão, diversidade e cidadania. As iniciativas da instituição partem das perspectivas cultural e educativa voltadas para todas as faixas etárias, com o objetivo de contribuir para experiências mais duradouras e significativas. São atendidas nas unidades do estado de São Paulo cerca de 30 milhões de pessoas por ano. Hoje, aproximadamente 50 organizações nacionais e internacionais do campo das artes, esportes, cultura, saúde, meio ambiente, turismo, serviço social e direitos humanos contam com representantes do Sesc São Paulo em suas instâncias consultivas e deliberativas.? 

Saiba+: www.sescsp.org.br/sobreosesc

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