US do Jardim Irene II recebe médico do “Mais Médicos”
Dr. Pedro Ivo começou nesta segunda-feira (9) em Santo André; profissional escolheu o município como primeira opção para ficar mais próximo da família
- Data: 12/09/2013 09:09
- Alterado: 12/09/2013 09:09
- Autor: Elaine Granconato
- Fonte: Secom PSA
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O médico Pedro Ivo Cunha Senra Barros, 32 anos, é o único representante de Santo André inscrito no Mais Médicos, programa do governo federal. Carioca da gema e formado pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, o profissional está desde a última segunda-feira (9), na US (Unidade de Saúde) do Jardim Irene II, região bastante populosa e carente do município.
Ali, atende, diariamente, de segunda a sexta-feira, como médico generalista em consultas pré-agendadas de usuários inscritos no ESF (Estratégia de Saúde da Família), ex-PSF (Programa de Saúde da Família), também oferecido pelo Ministério da Saúde. No total, são 1.948 famílias cadastradas, que representam universo em torno de 7.200 pessoas, segundo a gerente da unidade, a psicóloga Virginia Sant’Anna.
Embora natural do Rio de Janeiro, o médico, que se formou em junho de 2010, tem familiaridade com Santo André, um dos sete municípios do Grande ABC. Na cidade, onde mora há três anos, nasceu sua esposa. É o lugar que Pedro Ivo escolheu para cuidar do primeiro filho do casal, que chegará até o fim do ano.
Aliás, viagens fazem parte de um passado recente de Pedro Ivo. Por dois anos e meio, vivenciou experiência inusitada como médico de plataforma de petróleo nos mais diversos pontos e mares, como Rio de Janeiro, Espírito Santo (Vitória), Maranhão (São Luiz) e São Paulo (Santos). “Permanecia embarcado em torno de 14 dias”, afirmou, ao apontar que os casos atendidos não eram muito abrangentes clinicamente. “Tratava desde uma simples gripe ou cólica renal até uma situação um pouco mais grave de trauma ou fratura.”
Porém, no mar e longe da família, Pedro Ivo era o responsável por tudo na área médica e sanitária da plataforma. “Até mesmo higiene de alimentos disponíveis à tripulação passava por minha avaliação e recomendação. O que posso dizer ser o diferencial da experiência”, apontou. A distância da mulher, inclusive, pesou para mudar de rumo e voltar para Santo André.
Com a implementação do Mais Médicos, o profissional escolheu o município como primeira opção na hora de se inscrever. “Só aceitaria se fosse para trabalhar realmente na cidade”, reforçou o médico, que, ao ser questionado, rechaçou de bate pronto a ideia de trabalhar nas regiões Norte e Nordeste do País, principal foco do programa federal. Como havia necessidade para preenchimento da inscrição pelo computador, as outras opções colocadas foram: São Paulo (Capital) e cidade do interior paulista, mas que seriam descartadas pelo profissional.
ATUAÇÃO – Na Unidade de Saúde do Jardim Irene II, o médico já atendeu, pelo menos, 41 pacientes desde o primeiro dia de trabalho. “São casos mais de diabéticos ou hipertensos acompanhados, até agora, pelo programa Estratégia de Saúde da Família”, explicou. Realidade bem diferente da que enfrenta no Hospital Municipal Benedicto Montenegro, na Zona Leste de São Paulo, onde também atua e presta atendimento de urgência e emergência no Pronto Socorro.
Sobre o Mais Médicos, além de ser favorável ao programa, defende que os médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior passem pelo Revalida, a prova aplicada aos profissionais da área para revalidação do diploma no Brasil. “Minha preocupação é que temos médicos de má formação acadêmica também fora do País”, avaliou.
E sobre o programa do governo federal, que nesta primeira fase chamou 1.096 profissionais para trabalho na rede básica de Saúde do Brasil, afirmou ter sido uma oportunidade de os médicos terem acesso às vagas. “Na maioria das vezes, a divulgação dos pontos de emprego acaba sendo deficiente”, afirmou.