UnB promove evento de caráter antissemita
StandWithUs Brasil emite nota de repúdio condenando a idealização do evento "A Questão Palestina e o Combate ao Sionismo nas Universidades"
- Data: 02/02/2022 15:02
- Alterado: 17/08/2023 09:08
- Autor: Redação
- Fonte: StandWithUs Brasil
André Lajst
Crédito:Divulgação
A Universidade de Brasília (UnB) promoverá um evento de caráter antissemita e antissionista amanhã, dia 3 de fevereiro. Intitulado “A Questão Palestina e o Combate ao Sionismo nas Universidades”, o evento organizado pelos centros acadêmicos de Letras (CALET UnB) e de Ciência Política (CAPOL UnB) trará convidados declaradamente contrários à existência e continuidade do estado de Israel para discutir um assunto complexo que precisaria ser analisado academicamente por ambos os lados.
A StandWithUs Brasil, instituição educacional sem fins lucrativos dedicada ao ensino sobre Israel, Oriente Médio, e ao combate do extremismo e do antissemitismo, emitiu uma nota de repúdio condenando a idealização do evento. Na nota, André Lajst, cientista político e diretor executivo da organização, afirma que “embora Israel possa – e deva – ser criticado, dentro e fora de suas fronteiras, como qualquer nação, o ponto que torna esse evento racista é o fato de colocar o nacionalismo judaico como um mal a ser combatido” e defende que “alimentar o racismo contra um povo e colocar em xeque a legitimidade de seu país não é atitude compatível com o espaço de uma das maiores universidades do Brasil ou com o nome da UnB”.
O especialista explica que o “combate ao sionismo” é uma manifestação antissemita pois o conceito de sionismo é simplesmente “o movimento de autodeterminação do povo judeu em seu lar nacional”. Portanto, considerar Israel um empreendimento racista ou negar o direito dos judeus à autodeterminação configura um caso de racismo, isso segundo as determinações da Aliança Internacional em Memória do Holocausto (IHRA, na sigla em inglês), à qual o Brasil aderiu como membro observador em novembro do ano passado.
Ainda para Lajst, o perigo dessa discussão unilateral que dissemina ideias de ódio contra todo um país e sua população é o de que as palavras se tornem ações. “Muitos processos violentos, incluindo genocídios, começaram por incutir na sociedade a ideia de que um grupo era singularmente nocivo e deveria ser combatido e eliminado. O antissemitismo faz uso desse método há séculos e, contemporaneamente, traveste-se de antissionismo como uma face mais aceita do mesmo ódio de sempre”, afirmou o diretor na nota de repúdio.
Apesar de condenar a idealização do evento, a StandWithUs Brasil defende a autonomia acadêmica e o livre debate de ideias, e por isso se coloca à disposição para dialogar com os centros acadêmicos proponentes da iniciativa e também com todo o corpo docente e discente da universidade, já que a estigmatização de judeus e israelenses não deveria ser normalizada.