UFABC, FEI e Mauá estão na Competição SAE BRASIL AeroDesign
Universitários da Grande São Paulo construíram 12 aviões para participar da competição de engenharia, em São José dos Campos/SP, de 24 a 27 de outubro
- Data: 14/10/2013 11:10
- Alterado: 14/10/2013 11:10
- Autor: Redação
- Fonte: Cia de Imprensa
Trabalhar em equipe, projetar e construir uma aeronave rádio controlada capaz de transportar cargas. Esses são alguns dos desafios que 150 estudantes de engenharia da Grande São Paulo enfrentam para participar da 15ª Competição SAE BRASIL AeroDesign, agendada de 24 a 27 de outubro, no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, SP.
O Estado de São Paulo tem o maior número de equipes inscritas na competição, com 34 participantes, 12 apenas da Grande São Paulo. Ao todo, a competição possui 105 equipes inscritas, que somam cerca de 1,4 mil universitários do Brasil, México, Venezuela e Peru.
Com três categorias de aeronaves: Classe Regular (76 equipes inscritas), Classe Advanced (6) e Classe Micro (23), a competição estimula as equipes projetarem aviões capazes de transportar o maior peso de carga durante o voo.
Na Classe Regular o desafio é carregar madeira do tipo MDF ou HDF (madeira prensada largamente utilizada na fabricação de móveis); enquanto na Classe Advanced, a carga transportada deverá ser água. As aeronaves da Classe Micro deverão transportar bolinhas de tênis.
ABC – A equipe Harpia Aerodesign da Universidade Federal do ABC (UFABC), que também será representada pela Harpia Pampers Aerodesign, projetou um avião 23% menor do que o apresentado em 2012. De acordo com o capitão, Rômulo Aires de Alencar, o projeto deste ano conta com empenagem tipo ‘H’ e o ponto forte é sua estrutura, pois a equipe já trabalha na melhoria contínua desse projeto pelo terceiro ano consecutivo.
A aeronave da equipe inscrita na Classe Regular foi construída com madeira balsa, fibra de carbono, policarbonato e alumínio. Pesa cerca de 3 kg, transporta 9 kg de carga útil e atinge a velocidade de 13 m/s. “Nosso projeto está bem completo e esperamos cumprir todas as baterias de voos”, diz o capitão, 21 anos.
CAPITAL – Representante do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), campus SP, a equipe Taperá Baby, com seis integrantes, concorre pela Classe Micro e levará um avião que pesa 510 g com capacidade de transportar 20 bolas de tênis, ou 1.140 kg.
Segundo Murilo Padovani, capitão da equipe, campeã da classe Micro em 2011, o projeto está com bom nível técnico e bem encaixado no regulamento. “Nosso avião em relação foi diminuído em 50% em relação ao de 2012, o que gerou alterações no tamanho, peso e quantidade de bolinhas transportadas”, explica.
A equipe Aeroduca da Universidade Anhembi Morumbi, composta por 12 estudantes, levará um projeto chamado SDII, que homenageia Santos Dumont.
O avião pesa 3 kg, transporta 8 kg de carga e atinge a velocidade de 15 m/s. De acordo com João Marcos Druzian Filho, capitão da equipe, a principal inovação foi o uso de mantas de fibra de carbono na construção da fuselagem, e na asa poliestireno extrudado, espécie de espuma. “Optamos pela fuselagem inteiriça, monobloco, e construímos uma aeronave monoplana com asa alta, como o C-130 Hercules (aeronave de carga usada na FAB)”, explica.
Da Grande São Paulo participam, ainda, as equipes FEI Regular e FEI Open, do Centro Universitário da FEI; Ícaro, da Universidade Nove de Julho; Keep Flying, Escola Politécnica da USP; Mechane, da Universidade Presbiteriana Mackenzie; e Asterix e Ideiafix, do Instituto Mauá de Tecnologia; e Fatecnautas, da Faculdade de Tecnologia de SP.
PROVAS – As avaliações e a classificação das equipes serão realizadas em duas etapas: Competição de Projeto e Competição de Voo, conforme o regulamento baseado em desafios reais enfrentados pela indústria aeronáutica e disponível no site da SAE BRASIL – www.saebrasil.org.br.
Ao final do evento, duas equipes da Classe Regular, uma Classe Advanced e uma da Classe Micro, que obtiverem melhores as pontuações ganham o direito de representar o Brasil na SAE Aerodesign East Competition, em 2014, nos EUA, onde equipes brasileiras acumulam histórico expressivo de participações: sete primeiros lugares na Classe Regular, quatro na Classe Advanced e um primeiro lugar Classe Micro. A SAE East Competition é realizada pela SAE INTERNATIONAL, da qual a SAE BRASIL é afiliada.
Organizado pela Seção Regional São José dos Campos, da SAE BRASIL, o Projeto AeroDesign é um programa de fins educacionais que tem como principal objetivo propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de engenharia aeronáutica entre estudantes e futuros profissionais da engenharia da mobilidade, por meio de aplicações práticas e da competição entre equipes, formadas por estudantes de graduação e pós-graduação (stricto sensu), de Engenharia, Física e Tecnologia relacionada à mobilidade.
“As competições estudantis da SAE BRASIL proporcionam aos futuros engenheiros a oportunidade de pôr em prática as teorias aprendidas nas salas de aula e, assim, desenvolver capacidades e a paixão necessárias a uma boa formação profissional”, afirma o engenheiro Ricardo Reimer, presidente da SAE BRASIL.
REGULAMENTO – Os aviões da Classe Regular deverão transportar madeira do tipo MDF ou HDF (madeira prensada utilizada na fabricação de móveis). Na Classe Advanced, a carga transportada deverá ser água, depositada em tanques montados na fuselagem. As aeronaves da Classe Micro deverão transportar bolinhas de tênis. Na Classe Advanced, a água transportada pela aeronave deverá ser drenada após cada voo, com o tempo de drenagem cronometrado, e a massa da água transportada determinada para fins de pontuação. As aeronaves da categoria podem usar mais de um motor, porém a soma da cilindrada não pode exceder 0,50in3 (8,2cm3).
Já na Classe Regular os aviões são monomotores, com cilindrada padronizada em 10 cc (10cm3 ou 0,61in3). As aeronaves serão menores em relação a 2011, pois a limitação dimensional máxima reduziu cerca de 70cm, porém compartimentos de carga maiores. Os aviões da categoria deverão decolar em uma distância máxima de 50m.
Na Classe Micro, as bolas de tênis a serem transportadas deverão estar num compartimento fechado e não poderão estar presas entre si. Em 2013 as aeronaves deverão decolar de uma pista de até 50m (mesma pista das demais classes). Os aviões da Classe Micro não têm restrições geométricas nem quanto ao número de motores, todos elétricos, porém a equipe deverá ser capaz de transportar a aeronave numa caixa de 0,175m³.