UE estuda maneiras de aumentar produção de munição, com foco na Ucrânia
Chefe de política externa da UE disse que as forças russas estão disparando cerca de 50.000 tiros de artilharia por dia e que os suprimentos da Ucrânia devem ser elevados ao mesmo nível
- Data: 20/02/2023 15:02
- Alterado: 20/02/2023 15:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
A União Europeia (UE) deve encontrar maneiras de fornecer rapidamente milhares de projéteis de artilharia à Ucrânia ou enfrentar a perspectiva de perder a guerra contra a Rússia, alertaram os principais diplomatas do bloco nesta segunda-feira, 20, à medida que os estoques de munição diminuem.
“A questão mais importante hoje para o exército ucraniano é ter um fluxo contínuo de munição”, disse o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, antes de presidir uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do órgão. “Se falharmos nisso, realmente, o resultado da guerra estará em perigo”, acrescentou.
Borrell disse que as forças russas estão disparando cerca de 50.000 tiros de artilharia por dia e que os suprimentos da Ucrânia devem ser elevados ao mesmo nível. Outras estimativas sugerem que a Ucrânia estaria disparando de 6.000 a 7.000 projéteis de artilharia diariamente, cerca de um terço do total da Rússia em um ano de guerra.
O chefe de política externa da UE avalia que a discussão se concentra em maneiras de fazer compras conjuntas de munição e usar um fundo especial para fornecer financiamento extra. No entanto, a indústria de defesa requer pedidos sólidos e de longo prazo para se manter e expandir suas linhas de produção e não pode simplesmente aumentar os suprimentos da noite para o dia.
Na semana passada, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, disse que o tempo de espera para o fornecimento de “munições de grande calibre aumentou de 12 para 28 meses” e que “as encomendas feitas hoje só seriam entregues dois anos e meio depois.”
“A Rússia usa diariamente (o que) a União Europeia produz por mês e, com as atuais capacidades da indústria militar, podemos atender as necessidades da Ucrânia (em) cerca de seis anos, então isso é totalmente inaceitável”, disse o ministro das Relações Exteriores da Estônia, Urmas Reinsalu, a repórteres.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou a seus aliados ocidentais para acelerar o apoio militar, alertando que atrasos seriam uma vantagem para a Rússia quando a invasão se aproxima de seu aniversário de um ano em 24 de fevereiro.