Trump propõe negociação de paz para guerra entre Rússia e Ucrânia

Anúncio vem após ligação com Putin, enquanto Zelensky busca garantir apoio dos EUA e OTAN se divide

  • Data: 13/02/2025 09:02
  • Alterado: 13/02/2025 10:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Casa Branca
Trump propõe negociação de paz para guerra entre Rússia e Ucrânia

Donald Trump

Crédito:Alan Santos/PR

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No dia 12 de fevereiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um plano que pode alterar o rumo da guerra entre Rússia e Ucrânia, após uma conversa telefônica de 90 minutos com o presidente russo, Vladimir Putin. Durante essa ligação, ambos concordaram em iniciar negociações para a paz na Ucrânia imediatamente e se convidaram mutuamente para encontros nas respectivas capitais, com uma reunião preliminar programada para a Arábia Saudita.

OTAN dividida sobre negociações de paz

Trump declarou que a adesão da Ucrânia à OTAN não seria “prática”, uma avaliação que ecoa a opinião do secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth. Hegseth observou que a possibilidade de a Ucrânia recuperar suas fronteiras anteriores a 2014 é improvável, embora Trump tenha adicionado que “parte daquela terra voltaria” aos ucranianos.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também participou de uma conversa com Trump e expressou a intenção de manter contato constante para discutir os próximos passos. A questão que permanece é: qual será o futuro da guerra na Ucrânia?

Enquanto isso, ministros da OTAN se reuniram na Bélgica para debater as implicações do plano proposto por Trump. O presidente americano parece sinalizar que as negociações de paz não incluirão a participação europeia direta, apesar da expectativa de que a Europa arque com a maior parte dos custos de reestruturação da Ucrânia e das garantias de paz na região.

Europa reage ao plano de Trump

É possível que a própria Ucrânia seja excluída das conversas sobre um acordo pacífico, um ponto destacado por Zelensky ao afirmar que “não pode haver negociações sobre a Ucrânia sem a Ucrânia”. Trump fez uma declaração em sua rede social pedindo o fim do que chamou de “guerra ridícula”, enfatizando o desejo de paz para os povos russo e ucraniano.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou o apoio de Putin à ideia de colaboração proposta por Trump. Em contraste, sete países europeus – incluindo Reino Unido, França e Alemanha – insistiram em participar de quaisquer futuras negociações relacionadas à Ucrânia. Eles afirmaram que os interesses compartilhados devem garantir uma posição forte para a Ucrânia e pediram segurança garantida para o país.

Os ministros europeus tentam transmitir uma imagem de unidade na defesa da Ucrânia através da OTAN, mesmo enquanto Washington parece assumir um papel predominante nas decisões. Jonathan Beale, correspondente da BBC News em Bruxelas, observou que a liderança americana está direcionando os esforços enquanto as vozes europeias estão sendo marginalizadas.

A guerra na Ucrânia teve início em fevereiro de 2022, quando Putin lançou uma invasão em áreas do leste ucraniano com população majoritariamente russa. Desde então, ambos os lados têm enfrentado uma resistência significativa. A OTAN tem sido essencial no apoio à operação militar ucraniana e atualmente conta com 32 Estados membros. As tensões entre Moscou e a aliança militar permanecem altas, especialmente com os planos de exercícios militares programados na Bulgária e Romênia para 2025.

No âmbito econômico e político interno dos EUA, a questão do financiamento continua sendo central no debate sobre a ajuda à Ucrânia. Enquanto democratas defendem apoio robusto contra a Rússia e uma aliança próxima com os europeus, republicanos expressam preocupações sobre gastos excessivos sem resultados claros.

Trump critica o fato de os EUA gastarem significativamente mais em defesa do que muitos aliados europeus e busca aumentar esse percentual de gastos na OTAN para 5% do PIB. Ele acredita que tal mudança é necessária para garantir um apoio contínuo à Ucrânia frente à agressão russa.

Enquanto isso, Zelensky busca fortalecer laços com os EUA e já sugeriu um possível intercâmbio territorial como parte das discussões sobre um acordo pacífico. No entanto, o porta-voz do Kremlin descartou essa possibilidade categoricamente. As duas nações continuam em conflito aberto enquanto tentativas diplomáticas avançam em meio à destruição e ao sofrimento humano resultantes da guerra.

A atual situação continua incerta, mas cada movimento estratégico revela as complexidades das relações internacionais envolvidas nesse conflito devastador.

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  • Data: 13/02/2025 09:02
  • Alterado:13/02/2025 10:02
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