Teste da Volkswagen Amarok V6 Extreme 2025 – Para superar o tempo
Com retoques visuais e novos equipamentos, a versão “top” Extreme da linha 2025 da Volkswagen Amarok busca dar competitividade à picape média lançada há 15 anos
- Data: 14/01/2025 08:01
- Alterado: 14/01/2025 08:01
- Autor: Redação
- Fonte: Luiz Humberto Monteiro Pereira AutoMotrix
O motor continua a ser o turbodiesel 3.0 V6 com 258 cavalos, que é a única opção de motorização da Amarok disponível no Brasil
Crédito:Luiza Kreitlon/AutoMotrix
Em agosto do ano passado, a Volkswagen apresentou a linha 2025 da Amarok no Brasil, com uma atualização visual e novos equipamentos. A reestilização da picape média produzida desde 2010 na fábrica de General Pacheco, na Argentina, buscou manter o modelo competitivo na América do Sul – especialmente no Brasil. Há seis meses, a Amarok ocupava a sétima posição no ranking mensal de vendas, superada pelas concorrentes Toyota Hilux, Ford Ranger, Chevrolet S10, Mitsubishi Triton. Fiat Titano e Nissan Frontier – de outubro para cá, a picape da Volkswagen superou as vendas da Frontier. Nos mercados da Europa, África, do Oriente Médio e da Oceania, já é comercializada a segunda geração da Amarok – que foi apresentada em 2022 e compartilha a plataforma com a rival Ranger. Contudo, não há previsão sobre a chegada dessa nova geração da Amarok à América do Sul. A linha 2025 da picape da Volkswagen é oferecida em três versões – Comfortline (R$ 313.990), Highline (R$ 332.990) e Extreme (R$ 354.990) –, todas com tração 4×4 permanente 4Motion, cabine dupla e garantia de cinco anos.
Na linha 2025 da versão sul-americana da Amarok, os designers mexeram em detalhes para aprimorar a aparência de robustez e aprofundar a similaridade com modelos mais recentes da marca – como os SUVs Taos e Nivus. Com novos para-choques, grade, capô, rodas e o novo conjunto óptico – com faróis full-led com ajuste elétrico de altura e luzes diurnas integradas, auxiliares de neblina e faixa de luz de leds na grade frontal –, a dianteira ficou mais imponente. Atrás, foram redesenhados o para-choque, as lanternas e o emblema da marca – e mudou o posicionamento do nome “Amarok”, que agora fica na parte central da tampa da caçamba. Por conta dos para-choques mais protuberantes, a picape cresceu 9,6 centímetros em comprimento. Na configuração Comfortline, as rodas são de 17 polegadas, na Highline, 18 polegadas, e a Extreme vem com 20 polegadas. Em todas as configurações, os freios têm discos ventilados nas quatro rodas. A capacidade de carga útil, de 1.104 quilos, é a maior do segmento de picapes médias.
No portfólio de cores para a versão Extreme, há as opções Branco Puro (a do modelo testado), Cinza Oliver, Preto Mystic, Prata Pyrit e Cinza Indium. A Branca Puro não encarece o modelo, mas as outras acrescentam R$ 1.750 ao preço final. Para a configuração “top” da Amarok, são disponibilizados opcionalmente os pacotes Hero e Dark. O primeiro é disponível apenas para a escolha da cor Cinza Oliver e sem custo adicional, agregando santantônio em preto brilhante, com maçanetas das portas e logotipos traseiros no mesmo tom, além de capas dos parafusos das rodas e rodas de liga leve de 20 polegadas escurecidas. No pacote Dark, oferecido por R$ 1.570 para as outras quatro cores, a picape incorpora detalhes em preto nos para-choques, emblemas traseiros e maçanetas, com as rodas de liga leve de 20 polegadas também escurecidas. A capota marítima para a caçamba (opcional presente no modelo testado) acrescenta R$ 1.670 à fatura.
O motor continua a ser o turbodiesel 3.0 V6, que é a única opção de motorização da Amarok disponível no Brasil, com 258 cavalos de potência e 59,1 kgfm de torque, associado à transmissão automática ZF de 8 marchas. Está entre os mais potentes da categoria e, segundo a Volkswagen, proporciona uma aceleração de zero a 100 km/h em oito segundos. A função Overboost acrescenta 14 cavalos durante dez segundos na faixa de 50 km/h a 140 km/h, que leva o conjunto aos 272 cavalos. Na Argentina, além do V6, são oferecidas variantes com o 2.0 TDI de quatro cilindros, uma com 140 cavalos e outra biturbo de 180 cavalos.
Na segurança, as novidades da linha 2025 da Amarok são o airbag de cabeça (até então, havia apenas os frontais e laterais) e o assistente de condução Safer Tag, da Mobileye, com avisos de saída de faixa e de colisão frontal, monitoramento de tráfego, indicação de limite de velocidade máxima e monitoramento de pressão de pneus. Para os que gostam de explorar caminhos inóspitos, destaque para a tração 4×4 permanente 4Motion, o assistente de partida em subida, o controle automático de descida e o ABS off-road. E a linha 2025 da Amarok V6 inaugurou ainda a Blindagem Vale+ – que é 80 quilos mais leve, tem vidros mais transparentes e não altera a garantia oferecida pela Volkswagen.
Experiência a bordo
Ajustes no ambiente
Dentro da Amarok Extreme V6, foi preservado o espaço habitual da picape média, com capacidade para levar cinco pessoas com conforto. Todavia, apesar de uma ou outra evolução estética, o interior deixa transparecer um aspecto um tanto “vintage” em relação às picapes concorrentes, todas com aspecto mais contemporâneo. O painel de instrumentos tem mostradores analógicos e uma pequena tela central monocromática. O acabamento dos painéis, em plástico duro, talvez seja despojado demais para a faixa de preço da versão. A partida é com a chave e não há regulagem de altura no cinto de segurança para o motorista nem trava elétrica para a tampa da caçamba – para ser aberta ou trancada, é preciso usar a chave. Os bancos são em couro sintético perfurado, com ajustes elétricos nos dianteiros. O volante multifuncional é revestido em couro sintético com costuras aparentes em cinza e tem regulagem de altura e distância.
A central multimídia Composition Touch com tela de 9 polegadas sensível ao toque representa uma evolução em relação ao multimídia anterior da Amarok, que tinha uma telinha de 6,3 polegadas. É mais simples que o VW Play dos modelos mais recentes da marca, mas conta com conexão com Apple CarPlay e Android Auto – apenas por cabo – e traz navegação nativa. Foram acrescentadas uma porta USB-A no console, na frente, e duas USB-C atrás. O painel traz display colorido com efeito 3D e computador de bordo, além do singelo mostrador redondo do assistente de condução Safer Tag, instalado em cima do multimídia.
Impressões ao dirigir
Ativos preservados
Quinze anos depois da Amarok ser lançada, a Volkswagen talvez nem pretenda mais que ela dispute a liderança de vendas entre as picapes médias. Mas não pode ficar de fora de um dos segmentos mais aquecidos do mercado nacional. No trânsito urbano – onde veículos desse porte não são o transporte mais recomendável –, a Amarok convive com as restrições de mobilidade inerentes ao seu tamanho. Manobrar ou estacionar requerem atenção e espaços ampliados. Na estrada, a picape fica bem mais à vontade. O 3.0 V6 turbodiesel desenvolve 258 cavalos de potência, torque de 59,1 kgfm de 1.450 a 3.200 rpm e trabalha associado a uma transmissão automática de 8 marchas – que podem ser acionadas manualmente pelos “paddles shifters” no volante. O V6 entrega boas doses de potência, aceleração e agilidade para permitir ultrapassagens confiáveis. Quando o motorista achar que precisa de mais força, a turbina de geometria variável e a função Overboost acrescentam 14 cavalos durante dez segundos na faixa de 50 km/h a 140 km/h, totalizando 272 cavalos. Basta pisar fundo que o gerenciamento eletrônico ajusta a turbina para ampliar o fluxo de ar e elevar a potência. O “overboost” atua em velocidades entre 50 e 120 km/h para garantir força adicional em ultrapassagens. O conjunto permite à picape de 2.191 quilos um rodar sempre esperto, de causar inveja a carros menores.
Quando deixa o asfalto para trás, a picape da Volkswagen encara eventuais obstáculos de forma convincente. Nas estradas de terra e nas trilhas, detalhes como a tração 4×4 permanente 4Motion (4×4 por demanda), o assistente de partida em subida, o controle automático de descida e o ABS off-road colaboram bastante. A tração 4Motion é integral do tipo AWD, ou seja, distribui a força entre as quatro rodas eletronicamente. Não há seletores de tração, e o conjunto não oferece reduzida. O câmbio bem escalonado simplifica a vida do motorista. A segurança da Amarok Extreme V6 é reforçada pelos freios a disco nas quatro rodas com ABS, bloqueio mecânico do diferencial e controle de estabilidade (ESP), além do assistente de condução Safer Tag – que dá alertas visuais e sonoros sobre trânsito cruzado, troca de faixa involuntária, limites de velocidade e risco de colisões frontais. Porém, o sistema não tem qualquer ação autônoma sobre o carro, como frenagem por conta própria ou correção de trajetória nas mudanças involuntárias de faixa – presentes nas versões “top” das picapes com arquiteturas mais recentes.
Ficha Técnica
Volkswagen Amarok V6 Extreme
Motor: a diesel, dianteiro, longitudinal, 2.967 cm³, seis cilindros em “V”, quatro válvulas por cilindro, com duplo comando no cabeçote. Injeção direta de combustível do tipo common rail, acelerador eletrônico e turbocompressor de geometria variável com intercooler
Transmissão: automática ZF com 8 marchas
Tração: integral permanente, bloqueio eletrônico do diferencial e controle eletrônico de tração
Potência: 258 cavalos a 4.500 rpm.
Torque: 59,1 kgfm a 1.400 rpm.
Suspensão: dianteira independente do tipo “double wishbone”, com braços sobrepostos, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos, traseira por eixo rígido, com feixe de molas semi-elípticas e amortecedores hidráulicos.
Pneus: 255/50 R20
Freios: discos ventilados na frente e atrás. Oferece ABS, EBD e assistente de frenagem de emergência
Carroceria: picape sobre longarinas com quatro portas e cinco lugares
Dimensões: 5,35 metros de comprimento, 1,94 metro de largura, 1,83 metro de altura e 3,09 metros de entre-eixos
Peso: 2.191 kg em ordem de marcha, com 1.104 kg de carga útil
Tanque de combustível: 80 litros
Preço: R$ 354.990. Com o opcional capota marítima (R$ 1.670), presente no modelo testado, chega a R$ 356.660