Teste da picape Ford Ranger Limited 3.0 V6 – Protagonismo na caçamba

Lançada há um ano e meio, a nova geração da Ford Ranger tornou-se “o inimigo a ser batido” entre as picapes médias – e a versão “top” Limited é a vitrine dos seus predicados

  • Data: 18/02/2025 08:02
  • Alterado: 18/02/2025 08:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Luiz Humberto Monteiro Pereira AutoMotrix
Teste da picape Ford Ranger Limited 3.0 V6 – Protagonismo na caçamba

O motor turbodiesel 3.0 V6, de 250 cavalos e 61,2 kgfm, trabalha acoplado a uma transmissão automática de 10 marchas

Crédito:Luiza Kreitlon/AutoMotrix

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Desde o final do século passado, o segmento de picapes médias foi liderado no Brasil pela Toyota Hilux e pela Chevrolet S10. Isso começou a mudar em julho de 2023, quando a Ford apresentou a Ranger 2024, a primeira geração nova de picape média nos mercados da América do Sul desta década. Com uma plataforma nova, com chassi maior e mais robusto, além de um novo motor turbodiesel 3.0 V6, a Ranger cresceu nas vendas. No ano passado, a picape produzida na Argentina emplacou 31.863 unidades no mercado brasileiro e conquistou um inédito segundo lugar – ficou atrás da Hilux (50.021 emplacamentos), mas superou a S10 (27.407). Manteve a vice-liderança em janeiro de 2025, com 2.619 emplacamentos, atrás da Hilux (3.747) e à frente da S10 (2.073). Embora a liderança da Hilux não esteja ameaçada, a distância em relação à Ranger, que era de 46,1% em janeiro do ano passado, caiu para 30,1% no primeiro mês de 2025. Com duas opções de motores turbodiesel – 2.0 de quatro cilindros ou V6 –, a picape média da Ford revela ter potencial para continuar crescendo. A versão mais cobiçada – e a mais cara – é a Limited V6, que parte de R$ 341.900.

Maior em todas as medidas em relação à geração anterior, a Ranger tem 5,37 metros de comprimento, 2,20 metros de largura e 1,88 metro de altura, com distância de entre-eixos  de 3,27 metros. A carroceria tem frente elevada marcada pela grade ampla e por faróis de leds em formato de “C”, unidos por uma barra central que se conecta ao para-choque. Na lateral com “musculatura” bem definida, a linha de cintura percorre toda a picape. Na Limited, o santantônio tem a cor da carroceria. O rack de teto e as barras laterais na caçamba ressaltam a esportividade. Na tampa traseira, o nome “Ranger” vem em baixo relevo. Sob o capô, fica o motor turbodiesel 3.0 V6, de 250 cavalos e 61,2 kgfm, que trabalha acoplado a uma transmissão automática de 10 marchas, a mesma da F-150 e do Mustang. O sistema start-stop contribui para aumentar a eficiência – o consumo combinado é de 8,7 km/l (7,5 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada). 

Com rodas de 18 polegadas, a Limited agrega santantônio estilizado e molduras dos para-lamas na cor do veículo, bagageiro de teto, lanternas de leds e protetor de caçamba. O sistema de tração 4WD tem distribuição de torque sob demanda, e o modelo traz suspensão com amortecedores traseiros externos à longarina e curso ampliado, direção elétrica ativa, câmbio eletrônico E-shifter, farol alto automático e freio de estacionamento eletrônico. Os freios têm discos ventilados nas quatro rodas. A Limited é equipada com assistente autônomo de frenagem com detecção de pedestres e sete airbags, reconhecimento de sinais de trânsito, assistente de partida em rampa, controle automático em descidas, frenagem pós-colisão e câmera de ré. Traz ainda reconhecimento de sinais de trânsito, sensor de chuva, controle automático em descidas, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro e seis modos de condução (“Normal”, “Eco”, “Escorregadio”, “Rebocar/Transportar”, “Lama/Terra” e “Areia”). Os sistemas podem receber atualizações à distância (tecnologia OTA – “Over the Air”). Na cabine, o painel de instrumentos digital tem tela de 8 polegadas e a central multimídia vem com tela vertical de 12 polegadas, ar-condicionado dual-zone, descansa-braço traseiro, chave com sensor de presença, partida sem chave, navegador off-road e monitoramento de pressão dos pneus. A caçamba é equipada com trava elétrica e iluminação.

Por R$ 20 mil a mais – totalizando R$ 361.900 –, é possível adquirir o kit opcional da Ranger Limited V6. Ele acrescenta painel de instrumentos digital de 12,4 polegadas, rodas de liga leve de 20 polegadas com pneus 265/55 All Season, quatro câmeras de alta resolução que proporcionam visão de 360 graus e mais dispositivos autônomos de assistência ao motorista (ADAS) – piloto automático adaptativo (ACC) com stop and go, assistente autônomo de frenagem em marcha ré e assistentes de manobras evasivas, de permanência e centralização em faixa e de cruzamentos e sistema de monitoramento de ponto-cego. A Ranger Limited 3.0 V6 é disponível nas cores Branco Artico, Preto Gales, Prata Geada, Azul Belize, Cinza Moscou, Vermelho Bari e Laranja Jalapão (a do modelo testado) – não há acréscimos no preço relativos à cor. São oferecidos acessórios como adaptador da conexão elétrica do engate (R$ 199), amortecedor da tampa traseira (R$ 459), dispositivo anti-furto para rodas (R$ 619), capota marítima com kit vedação (R$ 1.659), capota retrátil manual (R$ 5.839) e capota retrátil elétrica (R$ 7.409).

Experiência a bordo

Realidade e percepção

Por dentro, a Ranger é mais refinada que as rivais e os espaços parecem mais amplos em relação às concorrentes. E a percepção de amplitude é favorecida por detalhes como o câmbio giratório E-shifter e o freio de estacionamento eletrônico, que liberam espaço no console, e também por algumas soluções de design, como as maçanetas das portas integradas aos apoios de braço. A versão Limited traz bancos de couro, que “vestem” o corpo confortavelmente, e a posição de dirigir é bem resolvida, com o volante bem posicionado. 

O multimídia Sync 4 mantém o bom padrão dos veículos da Ford e traz um processador potente, que facilita a troca de telas e comandos. A tela vertical tem 12 polegadas na Limited e está integrada ao painel. Disponibiliza conectividade sem fio para Android Auto e Apple CarPlay e oferece carregador por indução. Os recursos incluem reconhecimento de voz, Bluetooth, comandos de áudio no volante, quatro entradas USB, sistema AppLink para acesso a aplicativos e navegador off-road com câmera dianteira. O aplicativo FordPass permite usar o celular para travar e abrir as portas, acionar as luzes e a buzina ou agendar a partida com ativação do ar-condicionado. 

Impressões ao dirigir

Dinâmica de referência

Em sua atual geração, apresentada em 2023, a Ranger redefiniu o padrão das picapes médias vendidas no Brasil em termos de qualidade de rodagem, conforto interno e tecnologia. A evolução começa pelo chassi. Com novo desenho das longarinas e reforços que aumentaram sua resistência a torções, a suspensão conta com feixes de molas longitudinais na traseira e amortecedores externos à longarina, que permitem uma articulação de eixo maior. No asfalto, além do conjunto suspensivo bem balanceado, o conforto é evidenciado pelo isolamento acústico – é certamente uma das cabines mais silenciosas da categoria. O “powertrain” formado pelo motor V6 turbodiesel de 250 cavalos e o câmbio automático de 10 marchas, sempre bem escalonadas e sem buracos, faz as trocas de forma ágil e proporciona retomadas de velocidade consistentes e vigorosas. O motor V6 oferece sua potência máxima a 3.250 rpm e o torque de 61,2 kgfm já está disponível em 1.750 rpm, proporcionando à picape acelerar da imobilidade aos 100 km/h em 9,2 segundos. A transmissão possibilita trocas sequenciais apenas pelos botões na alavanca – nada de “borboletas” no volante – e a direção elétrica tem assistência progressiva. A picape carrega 1.023 quilos e 1.250 litros, com capacidade de reboque de 3.100 quilos.

Mas não é apenas de um bom “powertrain” que se faz uma boa picape. O trabalho da Engenharia da Ford na suspensão da atual geração da Ranger é digno de registro. Boa parte das picapes prometem rodar como um carro, mas poucas cumprem a promessa. A Ranger é uma das que conseguem cumprir. Ela não pula na estrada e quase não rola nas curvas – mesmo nas de alta velocidade –, sem oscilações. A picape da Ford proporciona bastante conforto para quem está na frente ou atrás na cabine. Na cidade ou na estrada, a sensação a bordo é quase a mesma de estar em um automóvel – ou, pela posição mais elevada dos bancos, em uma picape de carroceria monobloco, como a Fiat Toro, a Ram Rampage ou a Ford Maverick. E a percepção de conforto a bordo proporcionada pela suspensão bem acertada é reforçada pela boa ergonomia.

Para as trilhas, ao lado das opções 4×2, 4×4 e 4×4 com reduzida convencionais, a Ranger V6 tem o modo 4WD, que distribui a tração entre os eixos sob demanda. A caixa de transferência eletrônica pode ser acionada tanto pelo botão físico quanto pela tela do navegador off-road. A Ranger oferece seis modos de condução, alterados pelo seletor central no console, que ajustam o veículo automaticamente para cada situação. Os recursos off-road incluem diferencial traseiro blocante, ganchos de reboque e protetores de aço sob a direção, o tanque, o cárter e a transmissão. O ângulo de ataque é de 30 graus e o de saída de 26 graus, a altura livre em relação ao solo é de 23,5 centímetros e a capacidade de imersão é de 80 centímetros – a maior do segmento. Para facilitar a direção em terrenos irregulares, a tela de navegação off-road exibe informações como inclinação lateral e guias. 

Ficha Técnica

Ford Ranger V6 Limited

Motor: 3.0 V6 turbodiesel

Potência: 250 cavalos a 3.250rpm

Torque: 61,2 kgfm a 1.750 rpm

Tração: 4WD

Transmissão: automática de 10 velocidades

Freios: disco ventilado nas quatro rodas

Dimensões: 5,37 metros de comprimento, 2,20 metros de largura (com espelhos), 1,84 metro de altura e 3,27 metros de distância de entre-eixos

Peso: 2.357 quilos

Suspensão: MacPherson na dianteira, eixo rígido com semielípticas na traseira

Capacidade de carga: 1.023 quilos

Tanque de combustível: 80 litros

Rodas e pneus: liga leve 18 polegadas e 255/65 R18 All Terrain

Preço: R$ 341.900. O kit opcional acrescenta painel de instrumentos digital de 12,4 polegadas, rodas de liga leve de 20 polegadas com pneus 265/55 All Season, câmera 360 graus e mais dispositivos autônomos de assistência ao motorista (ADAS), somando R$ 20 mil ao preço. Não há acréscimos de valor relativos às cores da carroceria.

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